Resenha: “O veredito de chumbo” – Michael Connelly

O veredito de chumbo é o meu primeiro contato com o autor Michael Connelly, mas, infelizmente, não me agradou. Confesso que, mesmo o autor sendo famoso no gênero, eu ainda não o conhecia, e por isso decidi dar uma oportunidade a suas histórias, principalmente por essa ter uma sinopse tão instigante.

Esse é o segundo livro de uma série, mas não há nenhum problema começar por ele, pois o li e não senti falta de nenhum detalhe ou informação, apenas de uma conexão maior com o protagonista.

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Manipulação, mentiras e tragédias: em quem acreditar?

Quando o advogado Jerry Vincent é encontrado morto dentro de seu carro, Michael Haller, um antigo amigo da vítima, é agraciado com todos os seus contratos e respectivos clientes. Nisso, inclui Walter Elliot, dono da Archway Pictures, que foi indiciado pelo assassinato de sua esposa e do suposto amante da mulher.

Conseguir esse contrato é algo fenomenal e trará uma grande repercussão para a carreira de Michael, principalmente agora que ele está voltando a advogar depois de um período parado. Porém, esse contrato também traz consigo o assassino misterioso de Jerry, o que faz com que Michael agora seja um alvo.

O veredito de chumbo é classificado como um thriller jurídico por conta da sua ligação direta com a profissão e os casos. Não foca na investigação em si do assassinato de Jerry – por mais que tenha um pé nisso -, mas traz uma visão de como é a defesa do lado culpado da história e como as manipulações surgem por trás de cada caso. Tudo parece ser um jogo em prol da vida de quem se está defendendo, mas dessa vez é a vida de Michael que corre perigo (e mortal!).

“Todo mundo mente. A polícia mente. Os advogados mentem. As testemunhas mentem. As vítimas mentem. Um julgamento é uma competição para ver quem mente mais.”

O Veredito de Chumbo instiga, nos deixando curiosos, mas não entrega nada além disso

Através dessa leitura percebi que nem todo suspense me agrada e isso é algo bom, pois serei mais seletiva nas leituras desse gênero. Mas, em contraponto, não pretendo ler as demais obras do autor e nem assistir a adaptação do livro para série da Netflix.

Michael Haller, o narrador-personagem, não me cativou em nenhum momento e isso fez com que eu não sentisse nenhuma proximidade com ele. Muitas vezes ele era insuportável, com umas opiniões ridículas e que me tiravam do sério (eu revirei os olhos em vários momentos). Ao meu ver, ele não foi construído muito bem, já que não tinha nenhum carisma e isso o tornava apenas chato e inconveniente. Tentava ser engraçadinho e só parecia forçado.

Com isso, eu sentia que ele ficava enrolando na narração e falando de coisas que eu nem queria saber, como, por exemplo, quando ele demora dois capítulos para descrever como é selecionado um júri. Essa parte técnica dos julgamentos não me interessou. Eu só queria saber quem era o assassino e isso foi enrolado até os últimos capítulos.

Mas também não posso dizer que essa leitura foi uma decepção completa, pois, mesmo não gostando do geral da história, fiquei curiosa para saber o desfecho do mistério e até gostei do que foi me mostrado ao final, já que a maioria não foi algo que eu esperava, ou seja, fui surpreendida positivamente. Mas confesso que chegar até o final me levou quase um mês e eu só não abandonei por causa dessa curiosidade.

Ademais, acredito que se você gosta de suspenses mais lentos, o livro é uma boa dica, principalmente se gosta desse lado mais jurídico e que foque nos julgamentos (e não tanto na investigação). Será uma ótima leitura, por exemplo, para quem já gosta de séries mais nesse estilo. Ou se você já conhece a escrita do autor e gosta. Entretanto, para quem prefere narrativas rápidas, elétricas e com bastante descrições dos casos, não o recomendo por enquanto.

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