Literatura

PELA PRIMEIRA VEZ: o manuscrito original de “Frankenstein”

Você sabia que o livro Frankenstein, mesmo em suas inúmeras edições por diferentes editoras, nunca chegou “inteiro” em nossas mãos? Quando digo inteiro, quero dizer sem cortes, a versão original escrita apenas por Mary Shelley, sem intervenções masculinas.

Pois é. Toda versão que lemos até o momento foi editada, mesmo que não tivéssemos consciência disso.

Portanto, agora, em pleno 2025, as editoras O Grifo e Mão Esquerda fizeram esse resgate histórico e estão trazendo, em primeira mão, o manuscrito original de Frankenstein, totalmente escrito por Mary Shelley, em uma edição digna de colecionador e que a própria autora ficaria feliz em ver.


Leia também: Missal para o Diabo, de Cruz e Sousa

Reprodução: Catarse

Sobre o que é o projeto

Conheça o manuscrito original de Frankenstein (1816-1817), de Mary Shelley, de forma como você nunca viu: sem cortes e intervenções do marido, trechos anotados pela autora, notas explicativas e paratextos extras, em um edição de luxo inédita no Brasil!

Em 1818, uma jovem escritora chocou a sociedade patriarcal da Inglaterra georgiana e marcou para sempre a história da literatura com seu romance de estreia. Seu nome? Mary Wollstonecraft Shelley. O livro, claro, era Frankenstein; ou, O Prometeu Moderno, que, diga-se de passagem, no advento de seu lançamento, saiu sem o seu nome, creditado apenas como “pelo autor”. A autora só teria seu nome associado ao maior dos romances góticos anos depois, em 1821.

Mais de dois séculos depois, esta obra-prima da literatura gótica ainda assombra o imaginário coletivo e segue tão imortal quanto sua Criatura, tendo sido traduzido inúmeras vezes para dezenas de idiomas, além de ter ganho centenas de adaptações para o cinema, quadrinhos, músicas e produtos da cultura pop. O livro sobre o “cientista maluco e sua monstruosidade” parece ter nos impactado como mito fundador em camadas tão profundas que não conseguimos deixar a história descansar — vide as três novas adaptações da história para o cinema, incluindo a versão dirigida por Guillermo del Toro, que estreia em outubro de 2025.

Mas, e se dissermos que o verdadeiro Frankenstein ainda permanece totalmente desconhecido e inédito do público brasileiro e o quão raro ele foi abordado ou publicado no resto do mundo?

Reprodução: Catarse

O livro por dentro

Em uma parceria inédita entre as editoras O Grifo e Mão Esquerda, elas trazem ao público brasileiro um dos maiores tesouros da literatura fantástica: a tradução do manuscrito original de Frankenstein. Isso mesmo! Trata-se da primeira versão da obra escrita por Mary Shelley, entre 1816 e 1817. Além disso, como parte do trabalho de resgate da voz da autora, optaram por remover todas as alterações feitas por Percy Shelley, que foram utilizadas para a montagem da 1° edição, de 1818 e, posteriormente, de 1831. Ambas utilizadas para todas as edições nacionais de Frankenstein.

Trata-se, portanto, de um projeto único.

A partir do manuscrito original, preservado na Biblioteca Bodleiana da Universidade de Oxford, reintegramos ao texto todos os trechos de Mary que foram riscados e substituídos por Percy e removemos suas inserções. Esta edição, inédita em português, fruto de um trabalho minucioso do pesquisador e tradutor L. F. Lunardello, realizado ao longo de um ano, revela uma nova e fascinante faceta dessa obra-prima da literatura mundial, evidenciando seu caráter feminista, a crítica à húbris masculina, os desígnios nefastos de Victor Frankenstein e revelando o final original pretendido pela autora para a Criatura.

Mas ainda tem mais.

Além da tradução e reconstrução do texto do manuscrito, esta edição especial e limitada contará com notas exclusivas do tradutor com os trechos inseridos por Percy Shelley para a 1° edição de 1818 e um segundo tesouro: as anotações à mão feitas pela própria Mary Shelley em uma cópia da edição impressa. Esse volume é conhecido na academia como o “Texto Thomas”, e foi abordado pela primeira vez apenas em 1982, quando a Universidade de Chicago publicou Frankenstein junto de tais notas.

Os leitores brasileiros terão em mãos uma edição que, pela primeira vez, trará todo o intuito e mensagem que Mary Shelley quis imprimir ao texto.

Além disso, a edição conta ainda com uma introdução da pesquisadora Luana da Silva de Souza, especialista no tema; um artigo sobre a tradução, por L. F. Lunardello; e um posfácio de Ann K. Mellor, considerada a maior pesquisadora em atividade em relação a Mary Shelley e sua obra.

Preparem-se para conhecer Mary Shelley e Frankenstein como nunca antes!

Reprodução: Catarse

Quem é Mary Shelley?

Mary Wollstonecraft Shelley (30 de agosto de 1797, Londres — 1º de fevereiro de 1851, Londres) foi uma romancista romântica inglesa mais conhecida como a autora de Frankenstein. Filha única de William Godwin e Mary Wollstonecraft, ela conheceu o jovem poeta Percy Bysshe Shelley em 1812 e fugiu com ele para a França em julho de 1814. Casaram-se em 1816, após o suicídio da primeira esposa de Shelley. Mary retornou à Inglaterra em 1822, após a morte do marido, e se dedicou a divulgar os escritos de Shelley e a educar seu único filho sobrevivente, Percy Florence Shelley. Publicou os Poemas Póstumos (1824) do falecido marido; também editou suas Obras Poéticas (1839), com notas longas e inestimáveis, e suas obras em prosa. Seu Diário é uma rica fonte de biografias de Shelley, e suas cartas são um complemento indispensável.

O livro mais conhecido de Mary Shelley é Frankenstein; ou, O Prometeu Moderno (1818, revisado em 1831), um texto que é parte romance gótico e parte romance filosófico; também é frequentemente considerado uma das primeiras obras de ficção científica e horror. Narra as terríveis consequências depois que um cientista cria artificialmente um ser (o monstro artificial deste romance inspirou uma criatura semelhante em vários filmes de terror por todo o mundo). Ela escreveu vários outros romances, incluindo Valperga (1823), The Fortunes of Perkin Warbeck (1830), Lodore (1835) e Falkner (1837); além de The Last Man (1826), um relato da futura destruição da raça humana por uma praga. Seu livro de viagens History of a Six Weeks’ Tour (1817) relata a viagem continental que ela e Shelley fizeram em 1814 e, em seguida, relata seu verão perto de Genebra em 1816. Ademais, a autora escreveu dezenas de contos e trabalhou por diversos anos como ghostwriter, copista e biógrafa.

Não é de se admirar que ela tenha definido como era a literatura gótica para aqueles que vieram depois dela, nem que tenha inspirado milhares de criadores e criadoras. O legado incalculável de quem — dentro de sua própria mente — caminhou nos entreplanos até um vislumbre do futuro, roubou o fogo do conhecimento e trouxe até aqui, iluminando o caminho das pedras para que aprendêssemos e replicássemos.


Leia também: Conheça “O Mundo Onírico”, de Lord Dunsany, uma obra-prima dos mitos clássicos


Reprodução: Catarse

Como apoiar

Essa é uma ótima chance para conhecer a versão original desse clássico tão amado! É sempre bem simples apoiar os projetos do Catarse, é só escolher a recompensa que você mais quer e depois seguir os passos de cadastro e pagamento.

Essa é uma campanha Tudo-ou-nada, mas os 100% já foram batidos no primeiro dia de campanha. Então, o livro já está garantido. Corremos, agora, atrás das três metas estendidas que faltam para complementar ainda mais a obra.

Acesse o projeto e garanta o seu exemplar.

Você já garantiu o seu? 💬


Se você gostou da dica, compartilhe com alguém que você gostaria de ler esse livro junto.
💬 E deixe um comentário sobre o livro, dizendo o que mais te deixou curioso pela história.


💻 Me acompanhe nas redes sociais:
FanPage | Skoob | Instagram | Pinterest


Faça sua compra na Amazon através do nosso link (clique aqui) e ajude o blog a manter-se ativo. Sem taxas ou inclusão de valores, você estará nos ajudando a continuar trazendo conteúdo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *