Literatura

Resenha: “Relato inspirado por orelhas” – Paula Febbe

Relato inspirado por orelhas, graças ao clube Claricimas, foi meu primeiro contato com a escrita de Paula Febbe e me pergunto porque ainda não havia lido nada dela antes. Com algumas obras já adicionadas na minha lista de desejos, enrolei tempo demais para conhecer uma escrita que eu já sabia que iria adorar.

Além disso, também me pergunto que se esse é o seu livro de estreia (no teor de profundidade e horror), imagine como são os próximos. Gostei bastante desse e já senti que a sua mão é bem pesada nas histórias, do jeito que eu gosto.


“Parecia só sentir-se viva quando estava quase morta.”


Leia também: O Balé das Aves Mortas, de Larissa Prado

Título: Relato inspirado por orelhas
Autora: Paula Febbe
Quantidade de páginas: 116
Publicação Independente
Gênero:
 Ficção / Horror
Ano: 2010
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Minha classificação: ★★★★ (4/5)

Relações familiares conturbadas e inquietantes

No conto Relato inspirado por orelhas, a narradora-protagonista nos conta sobre a relação familiar conturbada e feroz que a cerca. É uma relação que gera asco e medo no próprio leitor, porque a personagem é seca e desprovida de sentimentos bons.

Nisso, tudo ao seu redor é violento e sufocante. Somos jogadas nessa tríade – filha, mãe e avó – de geração de mulheres que acabam uma com a outra, seja de forma direta ou indireta.

Mesmo sendo uma leitura rápida pela quantidade de páginas, há momentos em que precisamos parar e respirar. Tendo uma escrita crua e metafórica, pausas são necessárias para absorvemos o nível de crueldade (e realidade) exposto na narrativa.


“Aquilo do que ela esperava se livrar não sairia com excesso de produtos químicos. Apenas, talvez, com soda cáustica… mas ela teria que ingeri-la.”

Reprodução: Biblioteca Pessoal

Relato inspirado por orelhas é uma narrativa potente sobre a relação raivosa entre três gerações de mulheres

A autora mescla muito bem o gráfico – sem deixar enjoativo ou repetitivo – com os sentimentos pesados e conflitantes. Muitas vezes eu me chocava mais com as palavras da protagonista, desprovidas de sentimentos, do que com os atos de violência em si (que são poucos, mas bem pesados também, friso em dizer).

Eu me senti angustiada com a convivência entre as três mulheres, em como cada uma propagava a violência entre si, mesmo que em atos mínimos. A traição e o afastamento da parte paterna colidindo com a repulsa, o negativo.

Foi uma ótima escolha para a LC no Claricimas, pois gerou muitas discussões interessantes e calorosas, cada uma mais raivosa do que a outra. Ler esse livro foi um achado, um momento. Mas lê-lo e comentá-lo com outras pessoas tornou a experiência ainda mais intensa e perturbadora, principalmente porque cada uma de nós tem uma vivência diferente com a tríade feminina de sua família. Estou ansiosa para ler mais obras da Paula Febbe e me sentir destruída e lelé da cabeça por cada uma delas.

Vocês já leram as obras da Paula Febbe? 💬


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