Literatura

Resenha: “O Morro Dos Ventos Uivantes” – Emily Brontë

Foto tirada por mim



O Morro Dos Ventos Uivantes
Autora: Emily Brontë
Editora: Círculo do Livro
Ano: 1983
Minha classificação: ★★★★(5/5+favorito)
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Lockwood é jovem, e no momento tudo o que mais quer é ficar sozinho. Com essa ideia na cabeça, decide então alugar um lugar pra ficar. Um lugar que fique isolado e longe do maior número de pessoas possível. Para isso, encontra a Granja Thrushcross. Uma granja que fica perto de uma casa chamada O Morro dos Ventos Uivantes, e onde reside o dono de ambas propriedades, o Sr. Heathcliff.
Lockwood ao chegar a sua nova moradia, aproveita para dar uma passeio até o Morro e conhecer o dono daquelas terras. Ao conhece-lo, percebe que sua estadia ali não será nada agradável se for depender da hospitalidade ou aproximação de seu anfitrião. Heathcliff é um homem com cerca de seus 45 anos, mau humorado, mau educado e ignorante. Um homem que não quer contato e muito menos uma nova amizade. Durante a sua recepção, fica claro que algo de muito grave aconteceu na vida daquele homem, pois ninguém é tão frio assim por nada. E isso deixa Lockwood intrigado.
No Morro também residiam a Sra. Heathcliff, viúva do filho do dono da casa, Joseph, o empregado, e Earnshaw, que também era um certo tipo de empregado. Lockwood conheceu todos e ficou surpreso ao ver que tinham a personalidade muito parecida com a de seu superior. Não eram nada receptivos. Ao contrário, queriam que Lockwood fosse embora.
Depois de algumas visitas mal sucedidas por parte de Lockwood, e por uma delas ter lhe deixado doente, ele decide ir embora assim que se recuperar. Mas, enquanto isso, fica aos cuidados da governanta da granja, a Zillah. Uma mulher doce e educada, o oposto de seu patrão. Ao saber que Zillah conhece todos aqueles que moram no Morro e que já conviveu com eles, pede pra ouvir a história de cada um, assim saberia o motivo que os levou a serem daquela maneira.
Nosso narrador principal, que será Lockwood, nos contará sobre tudo o que passou nesses dias. Zillah, nossa segunda narradora, nos contará sobre a história dos outros personagens, desde sua infância até o momento atual.

A edição
A minha edição é bem antiga. É capa dura, porém as letras da capa já estão ficando apagadas. Consegui através de uma troca, fiquei um pouco decepcionada com a edição no começo, mas depois enxerguei uma beleza sem fim nela. Além de ter cheirinho de livro antigo e senti-lo toda vez que abro-o.
O que mais gostei dessa edição, e que não sei se é repetido nas outras, é que no começo há dois textos escritos por uma das irmãs da Emily, a Charlotte. Um dos textos fala sobre a obra e o quanto foi criticada em sua estréia, enquanto a outra diz sobre as dificuldades que as três irmãs Brontë tiveram pra conseguir publicar seus poemas e novelas. Ambos sendo importantíssimos pra sabermos mais da autora e sobre como foi a publicação de sua história. Isso só me fez querer conhecer ainda mais as Brontë, tanto em história como em obras. Me interessei tanto pela história de vida delas, que pretendo fazer um post somente pra elas, em breve.

Minha opinião
Comecei a ler o livro pra concluir o desafio do mês do calendário literário que consistia em ler uma obra escrita por uma mulher. Escolhi esse livro justamente por ter visto que uma youtuber que eu acompanho também leria ele esse mês, e nada melhor do que ter alguém pra discuti-lo depois. No começo peguei a obra sem nenhuma expectativa, pensando que seria apenas mais um romance de época como tantos outros. Eu não sabia nada sobre a história e nem o porquê de tantas pessoas adorarem esse livro. Porém, descobri.
Meus sentimentos foram tão diversificados durante a leitura, que esperei passar duas semanas pra escrever uma resenha, mas até agora não sei como opinar e como explicar tudo que senti. Ainda estou com aquela dúvida na minha cabeça se o livro se tornou ou não favorito, mas sei que ele merece entrar para essa lista já que me fez ter tantos pensamentos e me ensinou tantas coisas.
Nunca imaginei que uma pessoa poderia ter um sentimento tão negativo e levar isso consigo durante tanto tempo, algo que descobri durante a leitura. E o mais impactante foi saber o quanto esse sentimento poderia afetar a todos ao seu redor. Afetar e infectar. Contagiar.
Não quero me estender nessa parte e nem sobre os personagens, quero que cada um descubra a história por si, como aconteceu comigo. Foi uma experiência incrível e quero que todos possam tê-la também.
Apenas uma coisa me aborreceu um pouco e me deixou confusa várias vezes, tendo que voltar alguns parágrafos ou páginas pra conferir novamente, que foi os nomes iguais. Tem personagens com o mesmo nome e sobrenome, o que me deixou confusa no começo sem saber quem era quem. Depois consegui identifica-los sem nenhuma confusão, mas foi um pouco difícil me adaptar com isso. Porém, até entendo o porquê da autora ter feito isso, já que os personagens geralmente eram pais e filhos, então, é compreensível essa repetição de nomes.
Minha dica: fique com um caderninho ou um pedaço de papel do lado e vá anotando os nomes e parentescos. Depois fica bem mais fácil assimilar cada um.
Foi uma leitura maravilhosa, não conseguia parar de ler quando começava e também nem queria. Só queria chegar ao final, saber tudo sobre cada um e como aquilo iria acabar. E o final… Ah, o final. É lindo e me encheu de alegria. Sorrio sempre que lembro.
Ao meu ver, todos que adoram um bom romance, seja de época ou não, irá adorar essa história. Com certeza desfrutará bastante de tudo que Emily Brontë tem pra nos oferecer e ensinar. É uma leitura imperdível e essencial! 

4 thoughts on “Resenha: “O Morro Dos Ventos Uivantes” – Emily Brontë”

  1. Não li muito sobre esse livro, mas sei que ele é o favorito de muitas pessoas
    Sempre vejo a edição bilíngue com um valor bem bom no Submarino e com certeza pretendo lê-lo um dia, porém isso dos nomes iguais parece ser um pouco estressante haha ótima dica essa de anotar os parentescos!

    Beijos,
    Kemmy – Duas Leitoras|Vem participar da resenha premiada e top comentarista de abril ♥

    1. Te digo que vale a pena dar uma chance pra esse clássico. Você verá personagens extremamente reais e isso irá te surpreender a cada capítulo. Quanto aos nomes, você vai se acostumando ao decorrer da leitura, agora depois de refletir um pouco mais eu penso que os nomes iguais fazem todo o sentido.
      Beijos

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