Literatura

Resenha: “Caixa de Pássaros” – Josh Malerman

Reprodução: Google


Caixa de Pássaros
Autor: Josh Malerman
Editora: Intrínseca
Ano: 2015
Minha classificação: ★★★ (3/5)
Malorie vive em uma casa somente com seus dois filhos: Menina e Garoto. Há 4 anos a casa era habitada por sete pessoas, incluindo ela, e independente das dificuldades com comida, água e convivência, o grupo de amigos se davam muito bem e viviam “felizes” na medida do possível. Hoje a casa pertence a ela e as duas crianças, e a possível felicidade que era encontrada naquele lugar se foi junto com os outros membros.

Há 5 anos atrás, antes de Malorie encontrar a casa e se juntar aos novos companheiros, um momento trágico em sua vida lhe obrigou a fazer isso. Surtos começaram a aparecer por todos os lugares do mundo, porém Malorie não acreditava nas notícias que sua irmã Shannon lhe obrigava a assistir. Tudo aquilo parecia ser forçado e surreal demais, até mesmo as mortes e suicídios que eram causados através desses surtos. Ela começou a acreditar nos jornais e nas palavras da irmã quando um caso aconteceu perto de casa, na sua cidade. Parecia que o mal havia batido em sua porta finalmente.


O pior daquelas notícias era saber exatamente como os surtos aconteciam e, ao mesmo tempo, ninguém ter uma explicação plausível para esses acontecimentos. Começaram os boatos, onde pessoas “especializadas” afirmavam, que o surto começava assim que você via algo. Não se sabia o que era esse “algo”, afinal, todos que viam não ficavam vivos depois para contar a sua história. Mas, o que a população sabia e tinha certeza, era de que deveriam se proteger de tudo que ficasse do lado de fora, apenas se trancando com seus familiares dentro de casa, sem olhar para fora. Foi durante esse ano conturbado ao lado de Shannon, que Malorie descobriu que estava grávida.


Atualmente, depois de se passarem 5 anos, Malorie está solitária numa casa com duas crianças. Depois de todos os momentos (alguns bons, e outros ruins) que ela passou naquela moradia, das amizades que floresceram, da criação de seus filhos (sempre focando na audição para ouvirem cada som por mais mínimo que fosse), Malorie decide que é hora de sair dali, de procurar um lugar melhor para as crianças e para ela mesma, que é hora de viver sem medo e de abrir os olhos.


Caixa de Pássaros é um terror psicológico que irá mexer com a sua mente e desenterrar os seus medos mais profundos, principalmente do desconhecido. Na trama, somos apresentados a uma “criatura” (assim chamada pelos personagens), a causadora dos assassinatos e suicídios e que não pode ser vista, pois caso isso aconteça você morrerá e matará todos ao seu redor. Não sabemos como esse tipo de ser veio parar na Terra e qual é o seu propósito, mas o tememos mesmo assim.


Os personagens são bem construídos, mas admito que a principal, Malorie, não me cativou tanto assim. Não me apeguei a ela e nem a sua causa, muitas vezes fiquei irritada pelo jeito que ela tratava os filhos e por não ter dado um nome a eles. Sei que em um mundo como aquele todo o cuidado ainda é pouco, principalmente com crianças, que tendem ser mais agitadas e questionadoras, mas o papel de mãe dela não me convenceu e também não me agradou. Talvez ela seja um grande motivo por eu não ter dado muita atenção ao livro e ter achado a história desgastada. Os outros membros da casa, Tom, Felix, Jules, Don, Cheryl, Olympia, o cachorro Victor e Gary, foram mais do mesmo para mim. Se eu tivesse que escolher um entre todos os personagens, provavelmente eu ficaria com a Cheryl, que não tem muita visibilidade e atenção, mas que é uma mulher incrível e que fala tudo o que quer e pensa. Posso ter me identificado com ela um pouquinho.


Minha opinião
Todas as resenhas, absolutamente todas, que eu conferi desde o ano passado só diziam coisas boas e positivas sobre Caixa de Pássaros, e por isso eu esperava um livro cinco estrelas e que entraria para os favoritos, mas infelizmente tive uma experiência quase totalmente ao contrário. Talvez esse seja o problema de esperar demais de alguma coisa.
Eu achei a história um pouco lenta e cansativa, e no final tudo que eu gostaria de saber não foi revelado. Acredito que as “criaturas” não foram expostas justamente para permanecer o ar de suspense e para deixar a nossa imaginação fluir ainda mais, e depois de pensar mais um pouco sobre isso e ouvir de outras pessoas suas opiniões, concordei nessa parte. Não era obrigatório nos mostrar o que eram aquelas coisas para nos colocar medo, porque particularmente já fiquei bem assustada com a ideia proposta. Mas, ficou uma curiosidade e um gosto de decepção no final.
A escrita do Josh foi bastante chata para mim. Na maioria das vezes ele optava por fazer frases curtas e que corriam direto, sem vírgula, e isso me irritou bastante em alguns momentos, pois eu me confundia na hora da leitura. Porém, eu gostei de como os capítulos foram intercalados, mostrando o ponto de vista da atual Malorie e do que aconteceu com ela até o presente momento.
No geral, foi uma boa leitura e deu para aproveitar a história. Não entrou para os meus favoritos e não será um livro que irei reler. Mas, é um bom suspense e acredito que seja uma ótima indicação para quem quer começar a ler esse gênero. Afinal, não é porque não me agradou que eu irei desvalorizar o trabalho do autor e da sua imaginação, e se futuramente eu tiver outra oportunidade de ler outras obras dele eu farei. Acredito que cada um deva ler e tirar suas próprias conclusões. E claro, me contar depois.
Um beijo e até a próxima.

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