Literatura

Resenha: Extraordinário – R. J. Palacio

Reprodução: Google
Extraordinário
Autora: R. J. Palacio
Editora: Intrínseca
Ano: 2013
Minha classificação:  (4/5)
Auggie é um garotinho de 10 anos que irá para a escola pela primeira vez. Ele é fã de Star Wars, adora o seu X-Box, tem uma irmã mais velha chamada Via e uma cadelinha chamada Daisy. Porém, há algo que o diferencia das demais crianças: August Pullman tem uma deficiência rara no rosto.

“Aliás, meu nome é August. Não vou descrever a minha aparência. Não importa o que você esteja pensando, porque provavelmente é pior.”



Nate e Isabel, respectivamente pai e mãe do nosso protagonista, estão bastante inseguros e com medo da decisão de mandar o filho para Beecher Prep, um lugar cheio de crianças que não estão acostumadas com o rosto diferente do garoto. De um lado temos a mãe, que diz com total certeza que o pequeno deve ser enviado para uma escola e ter um convívio social com novas pessoas de sua idade, podendo ajudá-lo até mesmo em situações futuras, como faculdade ou trabalho; do outro lado há o pai, que não gosta da ideia de deixar o filho cercado por desconhecidos que podem se revelar maldosos e insensíveis, como ele mesmo diz essa é uma forma de mandar o cordeiro para o abate.


Auggie não quer ir para a escola, justamente por causa do medo de ser rejeitado pela condição do seu rosto, porém, é persuadido pelos pais e acaba ingressando. Antes de começar as aulas, os Pullman são recebidos pelo diretor Sr. Buzanfa para que Auggie possa conhecer o lugar e se sentir mais seguro e confortável no primeiro dia de aula. Neste dia ele conhece Jack, Julian e Charlotte, as crianças escolhidas para mostrar as salas do colégio e para tratá-lo bem.

A história mostrará a experiência do Auggie durante o quinto ano do colegial: a reação das crianças ao se depararem com ele no corredor e na sala, o preconceito por parte de alguns colegas (incluindo também o ato de bullying e rejeição) e o início de ótimas amizades. Além do Auggie aprender com as novas convivências no colégio, o leitor também aprenderá muito com esse garotinho que roubará corações e encherá os seus olhos de lágrimas.


O livro não apresenta apenas a perspectiva do Auggie, mas também aborda a visão de outras pessoas, incluindo a irmã Via, o cunhado Justin e os amigos Summer e Jack. Todos os capítulos são narrados em primeira pessoa, trazendo assim uma conexão maior entre personagem e leitor. Ao mostrar o lado de cada personagem acabamos conhecendo o interior de cada um deles e percebendo que não é apenas o Auggie que tem problemas, mas, que todos estão suscetíveis a terem um dia ruim e/ou um drama familiar.

“Faça todo o bem que puder,
De todas as maneiras que puder,
De todas as formas que puder,
Em todos os lugares que puder,
Em todos os momentos que puder,
A todas as pessoas que puder,
Sempre que puder.”



Minha opinião
Estou com esse livro na estante desde o ano do lançamento e sempre que pensava em pegá-lo para ler outro livro acabava passando na frente. Lembro que comprei bem na época do hype e que todos os blogueiros e booktubers estavam indicando-o incansavelmente. No mês passado, se eu não me engano, saiu o trailer da adaptação que irá aos cinemas ainda esse ano e posso dizer que o motivo o qual me fez começar a leitura agora foi a curiosidade que o trailer me despertou, afinal também quero assistir ao filme depois que for lançado. Acabei colocando-o entre as leituras de junho e conseguindo lê-lo no começo do mês. As minhas impressões são positivas, mas, admito que cheguei a esperar um pouco além da história.
É quase impossível você ler e não se apaixonar pelo Auggie. Ele é uma criança extremamente fofa e que te conquista desde o início da leitura, me fazendo querer abraçá-lo a todo o momento e conversar sobre Star Wars com ele. É uma criança inteligente e que surpreende a todos, inclusive ao leitor. Eu me apeguei ao Auggie ao ponto de querer brigar com as crianças que praticavam algum ato negativo com ele, me apeguei ao ponto de querer confortá-lo e ser amiga dele, porém, não consegui chegar ao ponto de chorar com a história, algo que eu pensei que faria desesperadamente assim como a maioria dos outros leitores, e talvez isso tenha me decepcionado um pouco. Não me decepcionei com a história de modo algum, acredito que acabei me decepcionando comigo mesma por não ter investido sentimento suficiente ao ponto de chorar em certos momentos, por mais que meu coração estivesse despedaçado. 
Pode até parecer confuso, mas, gostaria de deixar explícito que o problema estava em mim, e não na qualidade da história/livro, até porque eu tirei ótimos frutos da leitura. No geral, eu gostei muito do livro. Foi uma leitura agradável e que me encheu de emoções, trazendo também alguns pensamentos mais intensos e até profundos. Não é uma história que te fará refletir sobre a vida e o universo, mas, será uma história que fará você repensar as suas atitudes, e isto é um grande feito para mim.
É uma leitura recomendada para qualquer idade, independente também do seu gênero literário favorito. Acredito que seja uma leitura essencial para todos, principalmente para os mais jovens e para aqueles que estão começando a ingressar no mundo da leitura. Estou até pensando em sair por aí distribuindo exemplares desse livro para os menores, porque acredito que essa história pode formar muitas mentes de uma maneira bastante positiva, e assim trazer uma nova esperança para a educação e o mundo. Então, por favor, se você ainda não leu, leia! E se você tem um filho, aproveita e lê para/com ele também!

“Palavras gentis não custam muito, e ainda assim conquistam muito.”

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