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A nova adaptação de IT – A Coisa (na visão de uma coulrofóbica)

Reprodução: Google

“Quando as crianças começam a desaparecer na cidade de Derry, no Maine, as crianças do bairro se unem para atacar Pennywise, um palhaço malvado, cuja história de assassinato e violência remonta há séculos.”
Assista ao trailer

Olá leitores!
Na semana passada eu tomei um pílula de coragem (lê-se comprei um ingresso) e fui assistir a adaptação de IT – A Coisa, filme derivado do livro escrito por Stephen King que leva o mesmo nome. Para aqueles que não sabem eu tenho uma certa fobia de palhaços. Não é apenas medo, mas, uma grande fobia desses “amigos” das crianças. Tudo isso por questões pessoais que ocorreram na minha pré-adolescência e por causa de um certo episódio de Supernatural que contribuiu ainda mais para a minha má experiência. 


É nesse momento que escuto vocês perguntarem: então por que se submeter ao medo e ir assistir a esse filme? Logo respondo: porque além das críticas estarem bastante positivas e animadoras, dizendo até mesmo que esse é o melhor filme de terror do ano, eu amo o gênero, então precisava conferir se todas essas opiniões eram realmente verdadeiras, pois nos últimos anos é raro encontrar um filme que explore bem o gênero terror e que me agrade (por isso tenho preferência pelos mais antigos/clássicos). Agora posso dizer que o hype é real e que IT – A Coisa está sim entre os melhores filmes de terror de 2017, isso se não for o melhor. Com toda a certeza é um dos melhores filmes desse gênero que eu já assisti, justamente por ser um entre os poucos que me fizeram tremer na base. 


Os únicos filmes que haviam me deixado com muito medo (e querendo correr do escuro) foram: Freddy vs Jason, que me traumatizou quando eu tinha uns 10 anos, quando minha mãe me colocou para assisti-lo junto com ela; e Espíritos – A Morte está ao Seu Lado, o qual assisti na época do ensino fundamental e lembro de ter ficado horrorizada com o espírito nas costas do homem. Agora depois de conferir IT – A Coisa posso dizer que ele me traumatizou muito mais do que os dois citados acima. Não é exagero e nem besteira, eu apenas nunca havia ficado com tanto medo antes. Muito provavelmente a minha fobia de palhaços contribuiu para essa experiência, mas, mesmo assim é difícil enxergar palhaços de uma forma positiva depois de assistir ao filme. Então, fica a dica: se você é coulrofóbico não assista a esse filme. Mas, aja por sua conta e risco.


Lembrando que esse post não tem spoilers! Podem ler à vontade.

Reprodução: Google
A história focará em um grupo de sete amigos, o qual se denominam como Clube dos Perdedores, que vão a procura da Coisa para matá-la e acabar com o desaparecimento das crianças da cidade de Derry. Ao decorrer da história saberemos como o grupo se formou, o início da amizade entre eles, e também saberemos um pouco sobre os casos de morte que cercam a cidade há anos e que acontecem em intervalos. O filme não retrata apenas sobre amizade, por mais que esse seja um dos pontos principais, mas, também explorará assuntos como: bullying, abuso, medo e perda.


Os pontos que mais gostei:
– A interpretação e conexão dos atores mirins:
Algo que me deixou fascinada foi a atuação dos atores mirins, que me deixaram emocionada nas cenas com cargas emocionais mais pesadas e também com medo quando estavam sob pressão do próprio medo. Outro ponto que também me surpreendeu foi a conexão entre eles, realmente você via o Clube dos Perdedores e sentia que a amizade ia crescendo a cada obstáculo e pesadelo enfrentados. Acredito até que os atores devam ter se tornado amigos, pois a amizade entre eles era evidente nas cenas. Eles são aqueles atores que você olha e logo fica curioso para conferir novos trabalhos. Acompanharei cada um mais perto a partir de agora.


– Efeitos, maquiagem e caraterização:
Por ser um filme de terror, logo pensamos que os efeitos visuais serão exagerados e, às vezes, mal feitos. Eu gosto dos filmes que utilizam de maquiagem para dar caracterização aos “vilões”, fazendo com que os efeitos visuais sejam apenas uma complementação, e não o artifício principal a ser usado. Em IT – A Coisa a combinação de ambos resultou em uma caracterização incrível e de dar medo, não falando especificamente do Pennywise, mas, colocando no geral todos as cenas que exploram os medos das crianças, já que eles não se materializam apenas em forma de palhaço. Pensei que o Pennywise ficaria caricato com o tipo de maquiagem e roupa escolhidas, mas, não, muito pelo contrário, os dois só acrescentaram na atuação e incorporação do ator Bill Skarsgård, afinal, o Pennywise não é um personagem sério, tendo um sorriso (e boca) extremamente perturbador.


– Richie como alívio cômico: 
O Richie, interpretado pelo ator Finn Wolfhard (conhecido por seu papel em Stranger Things), é o alívio cômico do grupo de amigos. Ver o Finn dando vida a esse personagem, que tem características opostas ao Mike de Stranger Things, foi uma surpresa muito boa porque toda vez que ele aparecia em cena com uma de suas piadinhas o ar da história ficava mais leve e “fácil” de ser suportado, digo suportado no sentido de ter muitas cenas pesadas e de susto. O personagem conseguiu encaixar-se nos momentos certos da história e trazer boas risadas e bordões para os telespectadores. São piadas totalmente plausíveis para crianças da sua idade e que fazem com que momentos tensos fiquem mais flexíveis. Isso também me agradou pelo alívio cômico vir do Richie, e não do Ben Hanscom, já que geralmente o amigo gordo é o “palhaço” do grupo.


– A exploração do medo:
É importante ressaltar que a Coisa não é um palhaço propriamente dito, mas, sim, a personificação do seu medo. Mais para a frente no filme fica claro o motivo pelo qual essa Coisa se mostra para todos como um palhaço, sendo justamente por conta do medo de um dos personagens. Essa exploração do medo foi um dos pontos que mais me chamou a atenção, tanto pelo modo como foi posto na história como também a maneira que se conecta com todos os personagens do grupo. As cenas dos pesadelos fazem com que você realmente fique com medo pelas crianças e sinta-se no lugar de cada uma delas.


– A atmosfera pesada de terror:
A história abordará alguns temas mais pesados, principalmente o bullying praticado pelos garotos mais velhos em cima do Clube dos Perdedores. O bullying não é leve e não se atenta a dar apelidos e amedrontar com o olhar, os garotos da The Bowers Gang utilizam de força, pancada e tentativa de homicídio. Citando apenas esses poucos elementos já deve dar para perceber o quanto o bullying é pesado nessa história, não é? Não se contentando em apenas abordar esses assuntos, assim como outros filmes de terror esse trará muitas cenas recheadas de gore e pedaços de pessoas. Logo na primeira cena do filme nós temos um momento chocante de assassinato pela parte do Pennywise e a maneira que ele comete o ato, sendo explícito e sem censura. Toda essa vibe mais pesada, com a ajuda de uma fotografia mais escura e com as mortes explícitas trazem um terror mais convincente e agonizador. Um filme que podemos chamar com todas as letras de um filme digno do gênero.


E o que eu não gostei:
– A falta de profundidade de alguns personagens: 
O Clube dos Perdedores tem personagens que são mais explorados do que outros, algo normal de acontecer em filmes onde os principais acabam sendo mais de uma pessoa. Infelizmente eu senti falta de um aprofundamento maior dos personagens Stanley e Mike, por mais que fique claro a relação deles com a família e com seus medos pessoais. Não foi algo que influenciou no meu afeto por eles, gostei de cada um de uma forma diferente e carinhosa, mas, é um ponto que eu gostaria de ver com mais visibilidade no próximo filme, já que a adaptação foi dividida em duas partes. Espero ter um gostinho a mais da história deles.

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Eu ainda não consegui tempo (e nem coragem) para ler o livro e assistir a antiga adaptação, a minissérie de 1990, mas, pretendo ao menos realizar o primeiro item citado. Por isso minha opinião baseia-se na experiência que tive exclusivamente com este filme de 2017, sem influência do que aconteceu no livro ou em adaptações anteriores.


Como já deve ter dado para perceber durante a minha agitação ao decorrer do post, eu gostei bastante do filme. Admito que eu não estava esperando que fosse tão bom, pois no começo fiquei com um pouco de receio com a caracterização do Pennywise e o ator escolhido para o papel. Ainda bem que posso dizer que estava errada, tanto a caracterização como o próprio ator se completaram, deixando o personagem absurdamente assustador, muito mais do que sequer imaginei. A história conseguiu me fisgar do começo ao fim, me deixando aflita com os personagens e, logo no início, me apegando a eles. O grupo de crianças é tão carismático que chega a ser impossível você não se identificar com um deles ou até mesmo gerar um grande carinho por cada um. São crianças que você gostaria de ter tido por perto quando tinha a mesma idade.


IT – A Coisa entrou com facilidade na minha lista de melhores filmes de terror, até mesmo conquistando um posto entre os favoritos (por mais que eu não saiba se um dia assistirei novamente). Se você é fã do gênero e/ou das obras do Stephen King vale muito a pena ir conferir o longa através das telonas de cinema, pois a atmosfera escura, o volume do som e o tamanho que o Pennywise ficará na sua frente farão você ter uma experiência amedrontadora completa. Pode acreditar em mim, ele te fará tremer na base nem que seja em apenas uma cena específica (e vocês saberão de qual estou falando). 


Mas, me conta: se A Coisa aparecesse para você, se materializando em seu maior pesadelo, o que você veria?

12 thoughts on “A nova adaptação de IT – A Coisa (na visão de uma coulrofóbica)”

  1. Olha, eu quero muito assistir esse filme, mas confesso que atualmente tô medrosa para filmes assim! A cara desse palhaço é o terror, dá medo mesmo! Se a coisa aparecesse para mim seria uma mariposa gigante, morro de medo de encostar nelas…
    Abraços

  2. Eu estou doida para assistir esse filme mesmo não gostando nenhum pouco de palhaços… acho que muita gente não deveria assistir esse filme porque tem grande diferença entre ter medo e ser claustrofóbico, acho que mecheria de forma bem negativa 😭

    1. Também sou fã do King, mas mesmo não tendo lido ao livro IT a adaptação me surpreendeu muito, ainda mais por causa das últimas adaptações do Mestre que tinham me deixado aborrecida de tão ruim (tirando a minissérie de Novembro de 63).

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