Literatura

#12mesesdePoe: O Poço e o Pêndulo + Os Sinos

Reprodução: Google
O Poço e o Pêndulo
Minha avaliação: (5/5)

Os Sinos
Minha avaliação:  (2/5)

Autor: Edgar Allan Poe
Conto O Poço e o Pêndulo
O narrador-personagem, não nomeado, acorda dentro de uma cela escura, onde não há nenhum lampejo de luz, com a certeza na cabeça de que o seu fim está próximo. O homem sabe que foi preso para ser morto, mas, não desconfia e nem imagina quais serão os métodos utilizados e o quanto se mostrarão agonizantes e imprevisíveis. Ele tentará escapar, afinal, quem em uma zona de risco não tentaria salvar a própria vida? Porém, os seus observadores podem ter todas as cartas na manga, sabendo exatamente como prosseguir em cada situação “inesperada”.


O conto é narrado em 1° pessoa, transmitindo assim através do narrador uma agonia ainda mais intensa ao leitor, fazendo com que você sinta os seus temores, torça para uma salvação ao mesmo tempo que sente-se impotente por presenciar tamanha crueldade e não poder agir em prol do acusado. Com menos de 20 páginas Edgar Allan Poe consegue, magnificamente, amedrontar o leitor e deixá-lo de mãos atadas, entregando uma história que te deixará sem ar. 

Poema Os Sinos
O eu-lírico explora através das palavras os sons de alguns sinos diferentes, tendo entre eles sinos de prata, sinos de casamento e sinos de alarme. Todos esses sons  são descritos maravilhosamente bem, dando a impressão de que o leitor está cercado por eles. A cada estrofe os sons vão se intensificando e trazendo um novo sentido ao poema, fazendo com que a mensagem se misture à sinestesia expressa pelo texto.


Não irei me estender tentando explicar sobre o que o poema disserta, mas, indico para que leiam essa breve análise, a qual abriu os meus olhos para uma visão nova sobre o texto, uma visão que não consegui extrair em momento algum. A escrita, assim como nos demais poemas do mesmo autor, é rebuscada e cheia de sinestesia, fazendo assim com que o leitor não apenas leia o poema, mas que ele o sinta. Você não irá apenas ler os sons dos sinos, mas, ouvirá. Há quem diga que as badaladas significam uma evolução da vida até o momento da nossa morte, indo de um som harmonioso até um som amedrontador e sufocador. Deixo com você para tirar o melhor desse poema e extrair a mensagem que lhe vier a cabeça no momento de leitura.

Minha opinião
Sobre o conto:
Mais uma releitura de um conto do Poe e só tenho a dizer que a cada nova leitura as histórias conseguem ficar ainda melhores, e dessa vez não foi diferente. Literalmente, O Poço e o Pêndulo foi o meu primeiro contato com o autor, o primeiro conto que li. Lembro de ter gostado, porém, não me recordo de ter tido uma experiência tão boa quanto tive durante a releitura. Não lembro das sensações que senti na primeira vez, mas, posso dizer que foram as melhores na segunda. Me senti asfixiada com os tormentos sofridos pelo narrador, pela maneira que a narrativa vai se desenvolvendo e ligando o leitor com o personagem. Além de sofrer com essa falta de ar e a agonia das torturas, também me senti imponente e um nada, por não consegui ajudá-lo a correr dali e salvar a sua vida.
Não sabemos o motivo do narrador ter sido preso e nem quais foram os seus crimes para ser estipulado para tal pena de morte, porém, ao final o autor revela um detalhe que fará toda a diferença para a história. Para aqueles que conhecem um pouco da história do mundo e tem conhecimento dos acontecimentos acarretados pela Inquisição, perceberá que os torturadores são na verdade a Igreja Católica, e para saber um pouco mais sobre essas intrigas entre cristão e pagãos indico que procure uma leitura mais aprofundada em algum livro de história, pois, vale a pena saber mais desse período histórico. 
No meu primeiro contato com o conto eu não tinha nenhuma noção do que era a Inquisição e também não havia me dado ao trabalho de pesquisar sobre isso, o que causou um entendimento da leitura mais supérfluo. Não sei se por coincidência ou não estudei exatamente sobre esse período histórico durante o final do mês passado, uns dias antes de investir na leitura do projeto, o que resultou em uma experiência de leitura ainda mais gratificante e completa do conto. Talvez seja por isso que eu gostei tanto dessa vez, por entender o que se passava na cabeça dos acusadores e saber o porque daquela situação estar acontecendo (não que os motivos justifiquem os meios, afinal, os métodos eram através de torturas).
Um conto que eu recomendo para todos, seja fã de horror ou não, seja fã antigo de Poe ou alguém que ainda não teve nenhum contato com o autor, ou até mesmo para aqueles que não gostam de se aventurar em romances e preferem leituras de contos por conta de seu tamanho compacto. Por mais que seja um conto, o que faz a leitura ser rápida e a história ser pequena, os detalhes fazem toda a diferença. Poe mais uma vez me surpreendendo com sua mente magnífica.

Sobre o poema:
O que dizer sobre um poema que não entendi “bulhufas”? Ao menos com os outros eu conseguia extrair do eu-lírico alguma ideia sobre o que ele estava declamando ou sentia uma sensação mais profunda, porém, dessa vez eu não tive sorte com nenhuma de ambas as partes. Não sei se fico decepcionada com a minha visão de leitura ou se eu apenas li em um má dia, ou até mesmo eu ainda não tenha uma mente totalmente adepta para poemas e/ou textos mais complexos.
Por mais que a escrita de poemas do Poe seja bela e traga um sentimento bom ao leitor, um sentimento de paz e conforto, isso não foi o bastante para fazer com que a minha experiência fosse positiva. Infelizmente não tive uma conexão com o poema e nem consegui absorver sua grandiosidade, o que extrai foi através de uma análise que li pela internet, apenas isso. Espero que em uma releitura futura eu mude isso e consiga aproveitar o bastante das palavras do autor. Não o recomendo para aqueles que irão começar a ler poemas ou os escritos do Edgar Allan Poe. 

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