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Reprodução: Google |
A Princesa Salva a Si Mesma Neste Livro
Autora: Amanda Lovelace
Editora: LeYa
Ano: 2017
Minha classificação: ★★★★★ (5/5)
Em A Princesa Salva a Si Mesma Neste Livro, Amanda Lovelace escreve poemas sobre perda, rejeição, amor próprio e abuso psicológico. Com uma escrita fluida e a liberdade dos versos livres, aborda assuntos pesados e necessários através de situações da própria vivência e experiência pessoais.
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Reprodução: Biblioteca Pessoal |
O livro é dividido em quatro partes: I. princesa; II. donzela; III. rainha; e IV. você. Sendo assim perceptível o crescimento pessoal do eu-lírico e a construção de um caminho para chegar ao destino esperado. Como uma personagem construída para um romance, Amanda relata os passos e obstáculos enfrentados até encontrar a auto aceitação e o conhecimento sobre si mesma, um caminho com grandes pedras e grandes vilões os quais têm o objetivo de colocá-la para baixo e tirá-la seu amor próprio.
Ela utiliza metáforas e analogias para contar a sua história: a princesa é o eu-lírico, quem está escrevendo; a torre é a sua casa, se contrapondo com o lugar que deveria ser sua fortaleza e segurança; os vilões são seus medos, dores, pressões; e o príncipe encantado é o amor próprio. Não pense que estou sendo repetitiva ou que estou falando sobre os mesmos assuntos, mas é que a autora se esforça para mostrar a grandiosidade em debates com esses temas e a importância de superar seus medos e se amar.
Os assuntos abordados podem parecer clichês para alguns, mas esse livro se faz necessário de muitas maneiras. Amanda não falará apenas em como você deve abrir os olhos e se aceitar, aceitar o seu corpo, aceitar a sua vida, aceitar você, mas ela também discutirá sobre os problemas que podem fazer você não se enxergar como alguém importante, os problemas que a sociedade impõem como uma pressão sob você. Um exemplo disso é que a autora fala, sem “papas na língua” com total sinceridade e emoção, sobre auto mutilação e emagrecimento forçado, e o quanto ambos a afetaram, assim como afetam milhares de meninas pelo mundo. A pressão da sociedade sobre a nossa aparência, porque nós mulheres somos ensinadas desde pequenas que o magro é sinônimo de beleza, e que quando somos o contrário disso somos um peso para a sociedade, um caso perdido, um ninguém.
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Reprodução: Biblioteca Pessoal |
Um acontecimento que se fez muito importante para o crescimento da autora e que é explorado com frequência ao decorrer do livro é a morte de sua mãe. Ela fala da maneira mais crua e desnuda possível em como foi passar pelo luto e lidar com a dor e solidão. Diz sobre a falta e o espaço vazio que sua mãe deixou e também sobre a infância não agradável por conta da mãe. Essa dualidade é exposta através das divisões dos livros, fazendo com que o leitor conheça a mãe de Amanda e a acompanhe em suas frustrações e perdões. Porém, o assunto de perda não fica restrito apenas a morte da mãe, mas explora também a morte da irmã e como o seu possível suicídio afetou a visão de Amanda perante os problemas dos outros. Justamente aquela mensagem de que enxergarmos apenas o que queremos e esquecemos de olhar para o próximo com mais atenção e empatia. Uma questão sobre a ajuda que, muitas vezes sem perceber, não cedemos para o outro.
Entretanto, não é apenas de morbidez e sentimentalismo pesado que o livro trata. Também há poemas sobre o amor e o ato de estar apaixonada por alguém que vale a pena. O momento que conhecemos alguém que complementa a nossa vida e a nós. A beleza em encontrar alguém que é especial e que te vê como uma pessoa especial. O amor em seu estado mais puro e verdadeiro.
Amanda, sendo grande fã de Harry Potter e literatura, não poderia deixar esses dois itens de fora de sua antologia poética. Logo na dedicatória percebemos que o bruxo com um raio na testa foi de grande importância na vida da autora e que lhe moldou como leitora e pessoa, fazendo com que nós sentimos logo de cara uma grande conexão com quem escreve, seja você fã de Harry Potter ou não, pois a conexão que se faz é entre um leitor e outro. Afinal, o amor pela literatura partiu de alguma obra para todos. Entrando nesse caminho, a autora constrói poemas sobre o amor por livros, o verdadeiro objetivo da ficção e a fuga da realidade que procuramos nas histórias.
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Reprodução: Biblioteca Pessoal |
Minha parte preferida do livro foi a última, denominada como “você”, uma coletânea especialmente escrita para os leitores e com a função de criar em cada um de nós uma motivação e uma razão maiores para encarar o mundo e nos amarmos. Serve como uma enorme inspiração e são trechos que iremos levar para toda a vida.
Admito que o que me chamou atenção no livro foi a descrição na Amazon que o comparava com Outros Jeitos de Usar a Boca, uma leitura que fiz no mês passado e favoritei (em breve sai a resenha). Então, por causa dessa comparação decidi adquirir o título e me aventurar nos poemas da Amanda, pois eu precisava de mais poemas como os da Rubi Kaur. Não me decepcionei. E é por isso que essa resenha está repleta de positividade e admiração, pois A Princesa Salva a Si Mesma Neste Livro me conquistou profundamente.
Não vamos nos ater se você gosta ou não de ler poesias. Vamos nos ater se você gosta de ter leituras prazerosas, profundas e que te darão um soco no meio do estômago. Vamos nos ater se você gosta de tirar significados, mensagens e mudanças dos livros que lê. E vamos nos ater se você gosta de realizar leituras que te darão um significado diferente da vida e lhe farão repensar em diversos assuntos e abrir os olhos para outros. Esse livro não é importante apenas porque fala de empoderamento e amor próprio, mas porque mostra que a culpa que a sociedade lhe impõe não deve recair sobre você, não deve lhe afetar diretamente, intimamente e profundamente. Mostra que você é especial apenas por ser você e que ninguém (nem mesmo o maior dos universos) poderá te dizer o contrário. Esse livro é importante e necessário porque te faz refletir e repensar. Faz você descartar as coisas ruins que estão empacando a sua vida e só lhe puxando para baixo. Te mostra quem realmente importa na sua vida e quem pode mudá-la: apenas você.
“Era uma vez uma garota que era princesa. A garota cresceu e virou donzela. Cresceu mais um pouco e virou rainha. Parece simples, mas não é. Leva tempo, amor, superação e dedicação para conhecer a si mesmo.”
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ótima indicação, ainda nao tinha visto esse livro e parece ser daqueles qe te arrebata e faz pensar em muita coisa
pode apostar que vou ler ele assim que possivel
Leia e depois me diga o que achou, Milca. ♥
Eu estou querendo esse livro desde a primeira vez que o vi e nem sabia que ia ser publicado aqui no Brasil. Ler sua resenha me deixou ainda mais curiosa e desejando lê-lo em breve.
Eu fiquei louca por ele assim que o vi também, mas no meu caso a edição em português já estava em pré-venda. Foi amor à primeira vista, né? Espero que o livro atinja todas as suas expectativas, assim como aconteceu comigo.
Gosto muito da temática desse livro, acho que deve ter sido muito bem trabalhada nos poemas, pelo que eu já li sobre a obra. Quero muito me aventurar nessa leitura.
Beijos
Mari
Pequenos Retalhos
Se aventure sim! É uma leitura maravilhosa tanto para aqueles que gostam de poemas como também para quem não tem o costume. São textos bem escritos e profundos. Ótimos para se tirar uma reflexão!
Apesar de amar ler poesias, não tenho o hábito de ler livros assim, me entende? Mas você me pegou quando disse o que esse livro faz! To precisando refletir, e nada melhor que poemas, né?
Beijos
Supimpa Girl
Se você ama poesias, não tem porque não arriscar em livros assim. Acredito que apenas agregará e aumentará o seu amor por esse gênero.
Que bacana a indicação! Já tinha visto esse livro e o título, além de chamar muito a atenção, já entrega a importância dos assuntos que serão abordados, afinal, somos muito influenciadas por histórias de princesas, como agir como princesa, como esperar o príncipe encantado, e acho muito importante quebrarmos esses paradigmas. Beijos!
Exato! O título brinca exatamente com essa cultura de princesas que é nos imposta desde pequenas. É uma ótima maneira de expor o quanto princesas podem ser independentes sem precisarem de um príncipe encantado para encontrar a felicidade, fazendo assim o seu próprio final feliz.
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