Girl Power Séries

As forças femininas em Supergirl

Reprodução: Google

Kara Zor-El escapou de seu planeta, Krypton, durante sua destruição há anos. Desde que chegou à Terra, ela conseguiu esconder seus poderes, os quais compartilha com seu primo, o Super-Homem. Agora, aos 24 anos, Kara decide assumir suas habilidades sobre-humanas e ser a heroína que sempre foi destinada a ser.”

Olá leitores!
Vocês conhecem a série Supergirl, que é transmitida no Brasil pelo canal Warner e já está em sua 3º temporada? Eu acompanhei as duas primeiras e posso dizer que uma evolução é perceptível ao longo dos episódios. Mesmo tendo uma primeira temporada fraca, a série consegue “engatar” a história e em seguida trazer mais conteúdo na próxima. Talvez a mudança de emissora tenha agregado nesse quesito ou talvez os roteiristas tenham percebido que mudanças eram necessárias em alguns pontos da trama. Com isso, a série vem tratando de assuntos como empoderamento, a descoberta da sexualidade e da auto aceitação, a importância da família e da amizade, mesclando o drama com muito girl power e muitas cenas de luta.

Embora falar sobre a história seja essencial para se conhecer melhor a série e saber se é do seu agrado, o foco desse post não é esse e muito menos os romances que ocorrem na série. O foco hoje são as mulheres e apenas elas! A série pode ser conhecida mais pela sua personagem principal, Kara, mas, as outras personagens femininas não ficam para trás quando o quesito é empoderamento e auto suficiência (aquele quesito de ser totalmente suficiente para si mesma, sabem?). E é por isso que venho apresentá-las e torná-las motivos mais do que suficientes para vocês começarem a acompanhar a série (ou ao menos conhecerem um pouco mais sobre as personagens).


E ah, não terá spoilers, tá? Talvez um sobre a Alex, mas nada que transforme drasticamente a sua experiência com a história da personagem.

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As personagens que irei citar não são as únicas mulheres da série, mas decidi focar nessas por serem as que se mantém no elenco regular, pelo menos até o final da segunda temporada. É claro que todas as personagens merecem um espaço maior e uma atenção redobrada em seu desenvolvimento, mas por hoje elas ficarão como menções honrosas. Quem sabe no futuro poderei trazer uma segunda parte desse post e explorar as personagens secundárias com mais afinco e atenção.

KARA ZOR-EL

Por ser prima do maior super herói de Metrópolis, as comparações entre a Supergirl e o Superman acabam sendo inevitáveis pela maioria das pessoas, porém a Kara sempre deixa claro que serem parentes (e ela sendo uma mulher) não a faz inferior ao primo ou menos capaz de ser uma heroína. A personagem vai crescendo muito durante as duas temporadas da série, sendo no começo uma garota inocente e que acredita na bondade das pessoas, mas que ao longo do tempo através dos problemas enfrentados, tanto pessoais como também profissionais, se transforma em uma mulher convicta e de cabeça formada, sabendo muito bem o que quer e lutando para alcançar seus objetivos e conquistas.
Por mais que em alguns momentos a Kara possa parecer chata e inocente demais, sempre acreditando na boa índole dos demais, isso deve-se ao seu jeito tímido e carinhoso, tendo sempre o pensamento de que todos são bondosos em seu interior e, como outros super heróis, mantendo a conduta de não matar os seus inimigos. É fácil se identificar com ela, e isso faz com que você se sinta ainda mais próxima da personagem, criando aquele elo e carinho imensos. Ela conquista o telespectador e traz alguns debates interessantes sobre a bondade e maldade que prevalece em cada um de nós. Suas cenas de luta também são ótimas e importantes para conhecermos a totalidade e imensidão de seus poderes, principalmente para os novos fãs que nunca tiveram contato com a heroína. 
Assim como as demais personagens, o drama familiar também é explorado, mas de uma forma ainda maior por se tratar de ser a protagonista. Então, Kara irá sofrer por amor (às vezes até dando a impressão de um romance adolescente), enfrentará problemas de submissão no trabalho e se descobrirá no seu íntimo.

ALEX DANVERS

Representatividade transborda dessa personagem! Alex trabalha no DEO, uma empresa secreta que prende criminosos alienígenas, lidando pessoalmente com serviços de abordagem e capturas de seres perigosos. Por se tratar de um cargo que exige força e com possíveis chances de resultar em sua morte, muitas pessoas o veem como sendo um emprego especialmente masculino e por isso ela ainda tem que se dar ao trabalho de calar os comentários machistas e constantemente mostrar que é apita e capaz para aquilo, deixando perceptível para todos (inclusive para nós) que é a pessoa certa para o cargo.
Na segunda temporada a personagem descobre a sua sexualidade e nos revela que é homossexual. Eu digo “descobre”, pois até o momento Alex ainda não sabia que sentia atração por mulheres, sendo assim uma descoberta para si mesma. A partir desse momento há uma busca por auto aceitação, já que ela não acredita nos próprios sentimentos e chega até a policiá-los, há uma insegurança em se assumir para a família, a procura por apoio dos familiares e, posteriormente, a felicidade por estar sendo quem ela é. As cenas de auto aceitação são lindas e carregam um peso emocional grande, fazendo com que você fique instantaneamente emocionado e torça por sua felicidade.
Acredito que muitas moças irão se identificar com a Alex, e isso poderá se transformar em algo inspirador e que acrescentará na vida de cada uma. A personagem trará uma força maior para essas garotas e uma confiança ainda não descoberta, mas que precisa ser colocada em prática. Poderá ajudar e motivar muitas mulheres homossexuais ou bissexuais que estão a procura de auto aceitação e da aceitação da própria família. Alex é a uma mulher fortíssima, inspiradora e encantadora, sendo a minha personagem preferida da série e o motivo principal pelo qual eu ainda acompanhava.

CAT GRANT

A Cat é aquele tipo de personagem que há momentos em que você irá odiá-la e há momentos em que você irá querer abraçá-la. Aquele tipo de personagem que você a princípio odeia, mas ao decorrer do tempo começa a nutrir um grande afeto. E como se ainda não fosse o bastante, provavelmente é a personagem com mais frases inspiradoras e que ao mesmo tempo são um tapa na nossa cara, frases que dão vontade de tatuá-las na testa e levá-las para a vida inteira como grande ensinamentos e reflexões. Ela é sincera, não tem medo de magoar os empregados ou a sua própria família e construiu o seu sucesso, sendo dona e criadora de uma das revistas mais poderosas.
A personagem tem um papel mais frequente na primeira temporada, onde é a chefe da Kara, mas sai do elenco principal a partir da segunda, tendo poucas aparições. Mesmo assim, acredito que a Cat seja um grande ponto e uma grande parte no crescimento da Kara, por isso ela deve ter toda atenção possível, principalmente porque ela adora esse tipo de atenção e involuntariamente muda a vida das pessoas ao seu redor.
Ao decorrer dos episódios Cat Grant se transforma em uma ótima amiga e conselheira para Kara, dando-lhe os melhores “toques”, que inclusive servirão para você também, e impulsionando-a a sempre seguir em frente em busca do seu melhor. É perceptível por trás de todo o seu ego uma grande humanidade e presença de liderança, duas características positivas que podemos retirar da personagem e colocá-las em nós mesmas

LENA LUTHOR

Lena é irmã de Lex Luthor e exatamente por causa da má fama do irmão e dos últimos acontecimentos, que acredito serem de Batman vs Superman, ela passa uma certa arrogância familiar e a impressão de ser uma vilã, ou alguém que ainda poderá se revelar como uma. Porém a srta. Luthor consegue ser uma personagem bem construída e que vai além das aparências, nos surpreendendo com a sua força de vontade em se desprender da fama que o sobrenome Luthor traz para si e com a amizade sincera que nutre com Kara.
Ao decorrer da história Lena vai ganhando um espaço maior na trama e se envolvendo intimamente com os acontecimentos que rodeiam Kara e ao mesmo tempo a Supergirl, se tornando uma amiga para ambas sem saber que são a mesma pessoa. As duas constroem um laço grande de amizade e parceria, uma amizade baseada em sinceridade e na crença uma na outraO que mais me conquistou na personagem, além de ser uma mulher de opinião forte, independente e uma pessoa que rege as suas próprias regras, ela também mostra que um sobrenome não é tudo e que isto não poderá definir quem você escolhe ser. 
Muitas vezes eu duvidei de seu caráter e pensei que aquela moça simpática, e às vezes até inocente, era apenas uma máscara para a Luthor que iria se revelar. Mas, felizmente, pelo menos até o final da segunda temporada, digo de uma forma feliz que eu me enganei. Ela cresceu ao decorrer dos episódios, assim como as outras mulheres da série e torço para que cresça ainda mais, pois adoro a presença que a personagem tem e o significado que ela traz para a vida da Kara.

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Minha vontade era citar todas as mulheres da série, incluindo as vilãs e até mesmo as que não simpatizei, porém ficam aqui como menções honrosas e como personagens que também merecem uma atenção maior pelo telespectador, afinal, cada personagem tem a sua própria história e as suas próprias motivações pessoais.


Supergirl não se resume apenas a personagem que dá nome a série e também não se prende em desenvolver apenas essa personagem ou dedicar um espaço maior aos personagens masculinos. Na série conseguimos ter um balanceamento entre os personagens de ambos os sexos e uma representação verdadeira do que é ser uma mulher na atualidade: dona de si, independente, inteligente e empoderada. A série também não se resume em explorar apenas a mulher padrão imposta pela sociedade, a branca, magra e hétero. Embora ainda pequem na representatividade por parte de pessoas gordas e ainda estejam com poucos números de personagens LGBT.


Apesar dos seus defeitos, que ocorrem principalmente na primeira temporada sendo um deles os efeitos especiais, Supergirl é uma série que merece ser levada a sério e assistida. Com um enredo aparentemente leve, a série acaba sendo um ótimo recurso para acompanharmos essa heroína que tanto adoramos e para conhecermos melhor alguns heróis e vilões da DC. Já adianto que se você lê quadrinhos da DC ou assiste aos filmes, vai adorar as referências que a série traz. 

Fica aqui como dica de maratona, aproveitando que as temporadas estão disponíveis na Netflix. Vamos dar um reconhecimento maior a essa série que traz uma super heroína como principal e aproveitar para compartilhá-la com as garotas mais novas. Em um mundo de Netflix onde a maioria das séries de super-heróis são protagonizadas por homens, SuperGirl se destaca e ganha espaço com o seu elenco predominado de mulheres fortes e empoderadas.


*OBS: Escrevi esse post há alguns meses, antes mesmo da declaração maldosa da atriz Melissa Benoist sobre os fãs que shippam Kara e Lena, a qual me desanimou bastante em continuar com a série. Decidi publicá-lo pois acredito que o caráter da atriz não condiz com o restante do elenco e por se tratar de uma história protagonizada por uma mulher que vale a pena dar uma chance. Por mais que eu não tenha começado a assistir a 3º temporada e não saiba nem se um dia assistirei, deixo como recomendação as duas primeiras, principalmente a 2º que evoluiu tanto na história como também em alguns efeitos especiais. A primeira temporada ainda peca na representatividade e autonomia das personagens, mas com o passar dos episódios o enredo vai se concertando aos poucos e trazendo cada vez mais personagens femininas. 

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6 thoughts on “As forças femininas em Supergirl”

  1. Das series da DC essa foi a primeira que comecei a assistir quando não tinha interesse em nenhuma. Só depois de jogar Injustice 2 que fiquei mais empolgada pra conhecer a DC e ver as outras séries, agora Supergirl é minha menos favorita, mas pelo fato de se passar em outro universo e não ter muita conexão com as outras. Eu só achei uma materia sobre as entrevistas dos caras na Comic Con antes de sair a 3 temporada, não fiquei sabendo disso na epoca, só achei outras pessoas do elenco comentando sobre o shipp nunca ser possivel acontecer, mas não encontrei os comentários da própria Melissa, você sabe onde eu posso achar?

    Sobre o shipp, eu gosto muito das amizade das duas personagens, mas vejo a Kara como heterossexual, apesar de ver a Lena como Bi, por mim ela podia ficar com a Alex ahauhuahau Eu gosto muito das personagens da série, e até que gostei do desenrolar da terceira temporada.

    Bites!
    Tary Belmont

    1. Você já tentou procurar pelo youtube? Na época, eu assisti um vídeo compartilhado no facebook, e a atriz realmente gargalhava da cara dos fãs e isso me incomodou bastante. Não sei se eu, e mais dezenas de pessoas, interpretei errado, mas ela passou uma impressão ruim.

      Eu nunca tinha pensado em Alex e Lena, mas agora imaginando até que gostei, hahahaha. As duas são umas fofas e, com certeza, fariam um belo casal. Já quero! Hahahaha. Ainda estou tomando coragem para ingressar na terceira temporada e pensando se vale a pena. Quem sabe mais para frente.

  2. Não assisto Supergirl porque acho a atriz meio sem sal. Ela não me conquistou quando fez Glee rsrs.
    Acho que deveria postar mais análises aprofundadas assim sobre outras séries também 🙂

  3. Que legal! Eu não assisto Supergirl porque não costumo assistir séries e não acho essa lá muito atrativa, mas acho muuuuuuuuuuuuito legal que, entre tantas séries de super-heróis, tenha uma protagonizada por mulheres, ainda mais quando abrange temas tão importantes e traz tantos bons exemplos. Quem dera toda série fosse assim <3

    1. Sim! Em um mundo repleto por séries de super-heróis, é digno que tenha, ao menos, uma com protagonista mulher. Ainda é pouco, mas mesmo assim é importante que os fãs apoiem e deem valor a série. O elenco é quase todo perfeito, se não fosse por esses maus entendidos. A atriz que faz a Alex, por exemplo, é um amor de pessoa!

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