Literatura

Resenha: “A Noite das Marés Estreladas” – Day Fernandes

“Quando eu era criança, minha mãe dizia que não há nada mais mágico e poderoso do que um desejo de Natal.”

Uma noite mágica de Natal.

Após Mariana conhecer e se apaixonar por Théo em Uma Ilha no Atlântico, temos novamente a presença marcante do casal no conto A Noite das Marés Estreladas, porém agora estando casados e ainda mais felizes. 


Para fazer da primeira noite de Natal juntos um momento marcante e especial, o casal decide comemorá-lo em Maris ao lado dos amigos e familiares. Mas com o sofrimento da morte dos pais, Mariana há muito não vê mais o Natal com a mesma magia de antes. Agora, com uma nova família formada ao seu redor, a oportunidade de comemorá-lo e relembrá-lo da maneira alegre parece ser uma ótima ideia. Com isso também surge a chance de reviver a tradição de sua família: o famoso panetone caseiro dos Fragoso.


Entretanto, um acontecimento inesperado e desesperador acontece: o sumiço de Théo na véspera de Natal. O que fazer quando o amor da sua vida some sem deixar rastros? Como encontrá-lo e conseguir salvar a véspera de Natal? E, mesmo com toda a confusão, como acreditar na lenda que percorre a ilha de Maris sobre a maré estrelada? Será que é possível que uma estrela cadente apareça na véspera de Natal e conceda um desejo impossível para aquele que avistá-la?

“(…) eu só conseguia pensar que pais deveriam ser eternos.”

Uma história sobre saudade e o medo de perder. 

Acima de ser uma história de romance e cheia de amor, o conto A Noite das Marés Estreladas é uma história que aborda com intensidade sobre a falta sentida pela ausência dos pais. No caso de Mariana a falta dos pais é causada pela morte dos mesmos, mas o mesmo sentimento pode ser transferido para outros exemplos de falta: seja de um pai ou uma mãe ausente ou seja de um amigo que há muito se distanciou. O vazio que a ausência dessas pessoas deixam será semelhante e devastador em diversos aspectos. E aqui, nessa leitura, sentimentos o mesmo vazio junto com a personagem.

Através desses sentimentos, bons e ruins, a história se torna emocionante e linda, principalmente com um final inesperado e de arrancar lágrimas. Confesso que não sou uma leitura que coleciona crushs literários, já que a maioria dos personagens homens não me agradam, pois sempre há algum detalhe que me incomoda. Porém, Théo chegou com o intuito de mudar isso. E mudou. Ele é um personagem que cativa, encanta e nos deixa apaixonada. O final inesperado deve-se muito à ele e me deixou completamente sem chão. Com toda a certeza Théo é alguém que eu gostaria de ter por perto, pois traz esperança e segurança ao mesmo tempo.

Além disso também há a alegria de poder revisitar a ilha de Maris e ter um gostinho de outros personagens da obra. Mesmo sendo um conto curto, dá para matar temporariamente a saudade de todos. Revisitar o cenário e os personagens desse romance que foi tão importante para mim durante a leitura do ano passado foi uma experiência maravilhosa.

Sempre me senti péssima para avaliar contos, já que sempre fico dividida em quantas estrelas classificar uma história mais enxuta. Porém com esse isso não aconteceu. Mesmo antes de finalizar a leitura eu já tinha a certeza que a história merecia cinco estrelas e até mais se fosse possível. Li após o Natal, porém a sensação e a ótima imersão nessa data tão mágica ocorreram de forma espontânea.

Por conta disso a indicação se torna indispensável em qualquer época do ano. Mas aconselho que antes leiam o romance Uma Ilha no Atlântico, para assim evitar spoilers da obra e ter uma imersão completa na história. Me sinto imensamente feliz pela oportunidade dessa leitura e me vejo na obrigação de espalhar ainda mais a palavra desse casal que amo tanto, Mariana e Théo.


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