Literatura

Resenha: “Calafrios” – Junji Ito

Para quem já conhece o trabalho do mangaká Junji Ito, sabe que o autor brinca com o cotidiano e com coisas absolutamente normais transformando-as em bizarro e grotesco. Claro que em Calafrios isso não será diferente.

O primeiro mangá do autor que li, no início do ano, foi A Sala de Aula que Derreteu e já tinha amado, colocando o Junji Ito entre meus autores preferidos de terror. Mas com Calafrios minha experiência foi ainda melhor.

TW: algumas coisas podem deixar certos leitores agoniados e repulsivos, mas acredito que o principal aviso fique para quem tem tripofobia.

Reprodução: Biblioteca Pessoal

Leia também: A Sala de Aula que Derreteu, de Junji Ito

Título: Calafrios
Seleção de contos favoritos de Junji Ito #1
Autor: Junji Ito
Quantidade de páginas: 412
Pipoca & Nanquim
Gênero: Ficção / Mangá / Terror
Ano: 2022
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Minha classificação: ★★★★★ (5/5)

O bizarro e o grotesco em sua melhor forma

Calafrios contém 10 histórias favoritas do autor e mais uma história inédita, reunidas por ele para essa edição especial. Além disso, a edição também conta com uma parte do caderno de rascunhos do Junji Ito e comentários pessoais sobre a inspiração por trás de cada história.

Os traços do mangaká são característicos e únicos, repletos de detalhes que nos deixam arrepiados. Ele sabe brincar com os mais levianos medos, e por conta disso nunca sabemos exatamente o que esperar. Nossa única certeza durante a leitura é que tudo resulta em caos e destruição – e um pouco menos de nossa sanidade também.

Com isso, o autor diverge entre temas diversos, como obsessão, medo, beleza física e manipulação. Aqui, nada que é sobrenatural tem uma explicação – e na verdade, nem precisa. Não procure por respostas, afinal esse não é o objetivo de Junji Ito.

As minhas histórias preferidas são Balões Enforcadores e Antepassados, pois foram os que mais me passaram uma sensação de desespero, de urgência. Entretanto, com a história Glicerídeo eu tive a predominância do nojo, do asqueroso, onde eu queria desviar os olhos, mas não conseguia de tão hipnotizada que estava. E com Calafrios eu senti uma leve coceira por todo o corpo (vocês entenderão quando lerem) e uma certa agonia com todos aqueles buracos.

Reprodução: Biblioteca Pessoal

Calafrios é um mangá que, como o próprio nome já diz, desperta os piores calafrios nos leitores

Junji Ito nunca decepciona. Mesmo já conhecendo as histórias desse mangá, pois meu primeiro contato com o autor foi através do anime Junji Ito Collection que adapta exatamente as histórias desse livro, eu consegui me surpreender com a leitura.

Alguns detalhes eu não lembrava, outros eu adorei ter um contato mais “íntimo”. A obscuridade, estranheza e bizarrice do Junji Ito são elementos que muito me cativam, pois adoro essas características em uma história. Sou adepta do “quanto mais estranho, melhor”.

Eu o li em dois dias, mas queria mesmo era ter lido de uma tacada só, pois não conseguia desgrudar os olhos das páginas. Ansiei por mais do bizarro, do assustador. Desejava sair impactada da leitura, atormentada até, e consegui. Senti pavor, nojo; em certos momentos tive vontade de fechar os olhos, gritar; em outros eu só queria ver se a situação poderia piorar.

Eu não diria que as histórias do Junji Ito são para todos os leitores, já que o grotesco e o bizarro podem não agradar todo mundo, mas, para aqueles que já gostam de temas assim, o mangá é de leitura obrigatória. O autor se tornou um queridinho meu e por isso pretendo continuar explorando suas histórias insanas que despertam o pior de cada medo dentro de nós.


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