Antes de ter o livro em mãos, eu jurava que Angústia era todo mangá, mas não. São histórias de fantasmas com ilustrações do Junji Ito, sendo apenas a última transformada totalmente em mangá.
Apesar dos finais abruptos que eu considero feitos de propósito, Angústia consegue passar perfeitamente o sentimento que seu título evoca. É angustiante perceber que aquilo que estamos lendo aconteceu com alguém, e isso torna o peso do texto ainda maior.
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Título: Angústia
Histórias: Hirokatsu Kihara
Ilustrações: Junji Ito
Quantidade de páginas: 120
Editora JBC
Gênero: Ficção / Terror
Ano: 2024
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Compre: Amazon | Loja JBC
Minha classificação: ★★★★ (4/5)
* Livro cedido pela editora
Angústias verdadeiras
Angústia significa sentir ansiedade física acompanhada de dor; uma agonia, ansiedade, apreensão, aperto. É aquela inquietude profunda que oprime o coração. Na Filosofia, é considerada uma condição sentimental que, para Heidegger (1889-1976), nasce da consciência de que não se pode evitar a morte.
Baseado em histórias reais sobre fantasmas, no livro Angústia conheceremos 10 narrações que exploram esse sentimento sufocador, cada um a sua maneira. Porém, conseguimos ver a semelhança ao abordarem mistério, sofrimento e dúvidas, mescladas ao horror da experiência de ter contato com esses seres presos na Terra.
Com isso, as histórias vão do espiritual ao bizarro. Enquanto Kihara parte para a seleção das histórias que mais poderiam nos tirar arrepios, Ito consegue deixá-las ainda mais impactantes com seu traço característico e único no gênero de terror.
Com uma leitura rápida, as histórias ficam na cabeça por dias por conta da veracidade. As angústias que mais gostei foram: Rosto, que traz uma possessão demoníaca bizarra; Biblioteca, que é sobre uma garotinha presa naquele cômodo; Shici-go-son, que traz um espírito que nunca foi embora; O dia em que nevou, que deixou uma imagem presa na minha mente até hoje; e Viagem de formatura no verão, que traz espíritos misteriosos e é toda feita em mangá especialmente para essa edição.
Angústia traz histórias que se complementam com suas ilustrações
Não sei vocês, mas eu sou meio medrosa quando o assunto é fantasma. Eu consumo todo o tipo de terror, quanto mais gore melhor. Mas é só aparecer um fantasminha que eu já me tremo toda. Então, por isso, esse livro teve uma influência ainda maior em mim e fez com que a minha experiência de leitura fosse composta por desespero, agonia e angústia.
Porém, o sobrenatural não é o único elemento das histórias. Há muito do bizarro e as ilustrações do Junji Ito entram perfeitamente nesse aspecto, já que ele é um mestre em traços chocantes. Acredito que essa parceria entre Kihara e Ito foi certeira, pois traz um combo de pesadelos visuais para o leitor.
Apesar disso, senti ainda que faltou alguma coisa, não sei bem explicar (talvez mais histórias?). Eu gostei muito da leitura, mas gostaria de tê-la amado. De qualquer forma, é um livro com histórias muito boas e que me causaram arrepios, entrando assim nas minhas indicações para os fãs de horror.
Vocês conseguem ler histórias de fantasmas sem sentir medo? 💬
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Oi, Thainá!
Achei interessante a proposta gráfica do livro. Penso que abordar a angústia na literatura é importante numa sociedade tão estressada quanto a nossa. Achei curioso trazer esses aspectos a partir de narrativas fantasmagóricas. 🙂
Gostei demais da sua resenha 🙂
Um beijo,
Fer
Obrigada, Fer!
Acredito que a angústia é um sentimento recorrente nas obras de terror, mas isso fica mais para o pessoal dos leitores. Achei interessante que o autor trouxe isso para o centro da narrativa e acredito que deu super certo!