O Balé das Aves Mortas foi uma leitura coletiva do Claricimas, no ano passado. Por trazer uma narrativa emblemática, mas recheada de loucura e bizarrices, o livro rendeu ótimas discussões e impressões de leitura, resultando em um debate frutífero e fervoroso.
Eu já tinha lido outra obra da Larissa antes e é incrível como eu sempre saio com os mesmos sentimentos de surpresa e espanto. Isso porque o desfecho sempre é algo que não imaginei e nem esperei. Dessa vez não foi diferente.
“[…] eu soube que às vezes o costume nos faz tolerar sensações extremas.”
Leia também: O Rastro da Serpente, de Larissa Prado

Título: O Balé das Aves Mortas
Autora: Larissa Prado
Quantidade de páginas: 37
Publicação Independente
Gênero: Ficção / Suspense e Mistério
Ano: 2019
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Compre: Amazon
Minha classificação: ★★★ (3/5)
A solidão em um balé de loucura
Luzia é uma garota que vive com o pai em uma fazenda no interior. Ela é encantada pela cidade e sempre fica ansiosa pelas datas em que o pai a leva junto para vender o que plantaram.
Em uma dessas idas a cidade, Luzia se vê apaixonada por Gregório. Mas logo após essa paixão repentina, um acontecimento faz com que o pai da menina saia sozinho até a cidade, e não volte mais.
Aqui, há um conto curto e fluido. A autora traz o bizarro, a loucura e a desobediência em papel feminino. A Luzia é uma adolescente que deseja viver e ter a sua liberdade, mas que se torna presa e isolada do mundo.
“Naquela altura, não sentia mais fome, a gente se acostuma até a isso. Eu o matei por pura raiva. Raiva da minha situação, daquela loucura, do abandono de papai. Raiva por fazer tudo errado durante a vida.”

O Balé das Aves Mortas traz uma escrita nua, crua e visceral
Durante toda a leitura, eu esperei por um desfecho clichê, monótono até, ligado apenas a uma possível loucura da personagem, caso de insanidade mesmo. Mas a narrativa foi pra longe disso e me trouxe um mundo que não estava esperando, o que foi ótimo.
Porém, mesmo gostando da história e da escrita da Larissa, tenho a impressão de que não saí totalmente satisfeita. É difícil dizer o porquê, mas, mesmo com a surpresa, o pavor e o deslumbramento, algo não me conectou com a Luzia e sua história, o que gerou um afastamento triste entre mim e a protagonista.
Mesmo assim, gosto muito do que a Larissa escreve, então sempre que posso leio algo da autora, porque sei que irá me agradar. Dessa vez não foi totalmente, mas continuo achando a Larissa uma autora incrível, com escrita potente, forte e sem medo de ousar.
Isso me deixa feliz, principalmente por ser uma mulher no terror. Só por isso, a leitura já se torna válida para todos que gostam do gênero. Mas é claro que o bizarro da sua narrativa é um plus para todas nós.
Vocês já conhecem as obras da Larissa?
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