Resenha: “O Amor na Porta ao Lado” – Amanda Condasi

O Amor na Porta ao Lado foi o livro que eu precisava no momento. Eu vinha de uma ressaca literária que já durava mais de um mês, sem vontade de ler nada, ou começava e não dava continuidade. Porém, assim que vi a capa linda no meu Kindle, a curiosidade despertou.

Infelizmente consumo pouco, mas gosto bastante de comédias românticas, sendo aquele meu gênero conforto que às vezes preciso para recarregar as energias (mesmo que isso aconteça com o terror também). Então, comecei o livro despretensiosamente e sem me forçar a continuá-lo, caso não fluísse. O quão grande foi minha surpresa ao ler 25% sem ver o tempo passar e ficar com a história na cabeça, querendo ter um tempinho livre só pra ler esse livro.

“Toda mulher preta e gorda merece ser amada. Amor… Em dias como hoje, eu só quero isso. Andar de mãos dadas, receber elogios do nada, ganhar presentes, ser apresentada para a família no churrasco de domingo. Ser ouvida com amor, amparada, receber e dar colo, sentir que a relação é forte o suficiente para enfrentar as adversidades que virão.”

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O amor está mais perto do que você imagina

Bia é uma digital influencer de moda e maquiagem. Ela é um grande nome reconhecido em seu meio, tanto pela fama de seu trabalho quanto pela fofoca do chifre que levou ao vivo pela ex-namorada. Já Lua é chef de um restaurante e low profile, não acessando muito as redes sociais.

Mesmo sendo opostos, as duas são vizinhas e grandes amigas. Mas esse relacionamento irá mudar, pois Bia foi escolhida para ser a embaixadora (e o rosto) do Baile dos Enamorados, um grande evento mexicano que estará pela 1° vez no Brasil. Porém há uma condição: todos devem ter um par, inclusive a embaixadora do evento.

Com isso, o romance em O Amor na Porta ao Lado se utiliza do namoro fake, mas, em poucas páginas, consegue retratar assuntos importantes, como a vida pública, a saúde mental, a gordofobia, a rejeição, o ato de ser amada. Tudo isso de forma mais rápida, mas, mesmo assim, séria.

“Nós, mulheres negras, sempre soubemos, mesmo que indiretamente, o quanto sentir isso é algo difícil pra gente. Esse conceito romântico, idealizado e propagado através de anos pelos livros, filmes e músicas. Mas, quando passa a entender o amar como uma potência, como algo que deve ser partilhado, algo que deve crescer e pelo desejo de ver o outro feliz e fortalecido, o significado muda, fica bem mais bonito.”

O Amor na Porta ao Lado foi uma leitura rápida, mas que me deixou suspirando dias após o fim do livro

Eu me encantei pela Bia e pela Lua, senti a dor da traição pela nossa protagonista e até comprei a briga de hate pela ex-namorada dela. Eu surtei com cada indício de romance entre o casal, com as migalhas de afeto e os flertes mascarados. Cada troca de olhar era um suspiro que eu dava, ao mesmo tempo em que a ansiedade me tomava, pois eu só queria que elas ficassem juntas logo.

Nisso, eu queria ver o meu casal junto e feliz. A química entre as duas era palpável! E isso fazia até com que eu ficasse dividida nos momentos de brigas, não sabendo de qual lado ficar. Devo muito disso também a escrita gostosinha da Amanda, que flui de maneira incrível e vicia.

Por conta disso, de vez em quando, ainda me pego pensando nas personagens e relembrando alguns momentos da história, revivendo-os da melhor maneira possível. É incrível essa sensação de descobrir um livro e ele ser tudo o que precisávamos naquele momento. O Amor na Porta ao Lado teve esse efeito em mim, e agora eu já quero que outras obras da Amanda me proporcionem a mesma experiência.

Qual foi o livro que mais te arrancou suspiros pelo casal? 💬

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