Resenha: “Três Anjos” – E. Ritt

No mês passado, assinei o Kindle Unlimited naquelas promoções malucas que amamos, mas não sabia muito bem o que ler por lá. Então, fiz um post no Threads pedindo por recomendações, e eis que surge Três Anjos, indicado pela própria autora.

Após ler a sinopse e ficar interessada, peguei o livro para ler. O início foi meio confuso, mas acredito que proposital para nos sentirmos como a personagem Ana que ainda não entende muito bem o que está acontecendo e quais ligações terão no futuro.

Além disso, uma das coisas que mais me surpreendeu foi como o livro é rico na cultura local de Ouro Preto, local que nunca visitei, mas que ganhou um brilho a mais depois da leitura. Fala muito sobre Aleijadinho, a arte e religião em Ouro Preto, e descreve muito bem as belezas locais. Eu pude me sentir em meio ao local, aos seus costumes e sua história.

“Trata-se de um minuto, uma decisão errada, e a vida toda vira do avesso. Não existe nada que impeça alguém de tomar uma decisão errada num momento de desespero?”

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Três anjos, três destinos distintos

Ana é a nova perita em Ouro Preto, mas estar nesse cargo não a impede de começar uma investigação quando acredita que algo está errado. Isso acontece quando a doutoranda Vitória sofre um acidente fatal de carro, mas que na visão de Ana talvez não fosse tão acidental assim.

Enquanto Ana entra em um espiral de dúvidas e questionamentos e encontra, por si mesma, novas pistas sobre esse acidente, Sandra está tentando defender o seu trabalho acadêmico ao mesmo tempo em que lida com a doença terminal de sua mãe.

Com isso, o destino de Ana, Vitória e Sandra se cruzam. Três mulheres com vidas, desejos e almejos diferentes. Três mulheres que não têm medo de fazer o que é melhor para si.

Com capítulos curtos que geram uma leitura rápida, Três Anjos tem boas reviravoltas e um ritmo difícil de largar. Além da áurea de suspense e mistério, o livro também se propõe a abordar a relação de maternidade, com seus traumas e dependência emocional, explorando um pouco do passado das personagens e como isso afetou suas novas relações – ou a falta delas.

“Eu, a salvadora. A mais importante das filhas. A que ela não queria, mas que viera como a melhor.”

Três Anjos tem um ritmo rápido, com boas revelações e personagens carismáticas

Depois de uma leitura densa, tudo que eu precisava era uma leitura rápida, mas que me prendesse na trama. Três Anjos veio em ótimo momento, pois com seus capítulos curtos se fez uma leitura rápida, onde consegui ler cerca de 60% em um dia (algo curioso para uma leitora lenta como eu).

A trama do livro também me instigou bastante, o que fez com que a minha curiosidade se mantivesse no alto durante toda a leitura, sempre querendo saber mais, querendo descobrir logo as respostas. E olha, algumas respostas ao final me surpreenderam bastante. Então, sim, foi uma ótima leitura.

Eu consegui me apegar a Ana e temer pela sua vida, já que a protagonista se colocou em perigo algumas vezes. Também me vi curiosa pela vida de Sandra e até me compadeci com ela em certos momentos. São personagens femininas reais, com seus defeitos e seus erros, o que faz com que seja fácil gostar e se identificar com as duas.

A questão da maternidade também é um assunto de fácil identificação e gera reflexões dependendo da experiência de cada um. Há a relação mãe-filha, os traumas de infância e a dependência emocional – ou a falta dela.

Nisso, gostei muito de ter conhecido uma nova autora e já estou curiosa para ler o outro livro dela que também tem a Ana como protagonista. Além de outros livros que a própria lance no futuro.

Vocês já leram algum livro que se passa em Ouro Preto? 💬

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