O Diário de Zlata
Autora: Zlata Filipovich
Editora: Companhia das Letras
Ano: 1994
Minha classificação: ★★★★★ (5/5)
Ouvi dizer que a infância é a época mais linda da vida. Eu estava feliz de viver minha infância, mas essa guerra me tomou tudo.
Zlata é apenas uma criança de 11 anos, e como todas as outras tudo o que ela quer é ter uma infância boa e tranquila, porém a guerra tira essa oportunidade de suas mãos. Em “O Diário de Zlata” iremos acompanhar como sua infância foi tomada e substituída por bombas e mortes. E não, não é mais uma história baseada em guerras. É uma história real, escrita por uma pessoa que vivenciou aquele momento, que estava lá e que agora nos conta como foi. Este livro não é uma ficção.
Zlata irá começar a escrever em seu diário alguns meses antes da guerra começar, então podemos acompanhar como era sua rotina e sua vida antes de toda aquela tragédia cair em sua cidade. Apelidada como Mimmy, seu diário irá absorver toda a sua alegria e também tristeza, será sua melhor amiga e a quem poderá contar sobre tudo o que está sentindo e pensando. Uma bela maneira de se libertar um pouco de tanta tragédia. E no final, Mimmy e sua família são os únicos que continuam ao seu lado.
Acompanharemos junto com Mimmy a trajetória de dois anos e alguns meses. A época antes e durante a guerra. Zlata é uma criança que não entende o motivo disso estar acontecendo e o porquê de estarem fazendo isso com ela e com as outras crianças. O porquê de estarem tirando tudo delas, inclusive sua infância. Ela não entende sobre política, mas deixa explícito várias vezes qual é a sua opinião sobre os políticos e suas ações (ou até mesmo a falta delas).
Sabemos que aquelas são palavras de uma criança, mas são tão impactantes e significativas, que muitas vezes me deparei pensando em como uma garota de 11 anos poderia ter todos aqueles sentimentos e expor de uma maneira tão simples e bela. Em vários momentos me senti como se estivesse ao lado dela ouvindo seus relatos. E também me emocionei com tudo o que ela teve que passar, e concordo com ela quando diz que nenhuma criança (e pessoa) merece estar no meio de uma guerra.
É muito interessante ler relatos de pessoas que vivenciaram momentos como esse, mas saber disso através da visão de uma garotinha se torna uma experiência ainda mais emocionante, pois você sabe que crianças não mentem e não têm vergonha de expor o que estão sentindo. É tudo mais real e mais intenso. É um lado do sofrimento que é importante ser ouvido.
Zlata diz em seu livro que por ter um diário e por pessoas quererem publicá-lo, muitas vezes era comparada e chamada de Anne Frank de Sarajevo, mas que não gostava dessa comparação pois temia terminar como Anne Frank. Outro detalhe que me tocou bastante.
Neste livro também somos contemplados com fotos de Zlata e sua família, de sua infância e de seus hobbies. É interessante, pois vemos momentos de quem escreveu, quem está conversando com a gente e nos contando sobre sua vida, sua história. Em algumas partes temos até a folha de seu diário original.
É por isso que as pessoas vão vencer. Elas é que têm que vencer, não a guerra, porque a guerra não tem nada de humano. A guerra é uma coisa estranha ao homem.
Minha opinião
Eu não tenho o que dizer, apenas sentir. Nada que eu fale aqui vai se comparar aos meus sentimentos durante a leitura. Foram muitos e misturados: alegria, tristeza, frustração e raiva.
Eu ficava feliz quando Zlata conquistava algo e ficava triste quando ela também estava. A frustração e a raiva apareciam constantemente já que a tragédia era algo que predominava as páginas. Eu fiquei com raiva em grande parte da leitura, pois ninguém merece viver com medo e passar por tanta angustia como essa família. E imaginar que ela era apenas uma de várias me deixou ainda mais transtornada.
“O Diário de Zlata” é uma leitura obrigatória pra todos que têm interesse em saber mais dos acontecimentos relacionados a guerras. Se eu pudesse, recomendaria esse livro para todo mundo. Então, fica aqui a minha recomendação pra você querido leitor. Espero que todos tenham a oportunidade de desfrutar das mesmas sensações que eu tive com essa leitura. Um beijo e até a próxima.
Quando você ouve o choque da bala contra alguma coisa, tem a certeza de que o atirador estava mirando uma pessoa e que na luneta de mira via até o rosto da pessoa, talvez até tivesse visto a expressão da vítima na hora da morte.
Sempre li trechos desse diário em livros da escola e isso me deixou com uma profunda vontade de lê-lo integralmente. Amo me emocionar com relatos de guerra. Na verdade gosto de histórias de guerra, que geralmente são tristes, e relatos são ainda mais emocionantes, ainda mais se feitos por uma criança. Ainda comprarei este livro. Amei sua resenha, parece que o destino a colocou no facebook para que eu a lesse. Nunca conheci ninguém que leu este livro que sonho desde criança mas não sei porque não comprei… Beijos!
http://virtualcheckin.blogspot.com
Essa é uma leitura que com toda a certeza você irá se emocionar. Eu consegui o livro através de uma troca, sem saber nada sobre ele, apenas me interessei pelo nome. Quase que eu troco antes de ler, e depois que li nem penso mais em trocar. É uma história que quero que todos leiam, quero passar pra frente, indicar e emprestá-lo muito. Espero que você tenha a chance de realizar esse seu desejo de criança, pois vale muito a pena.
Beijos e volte sempre!
Parece ser uma leitura bem interessante, obrigada por compartilhar! bjs
Espero que goste desse estilo de leitura!
Uau, adorei a resenha… Parece ser muito interessante esse livro. Vou procurar lê-lo depois. Um beijo.
Procura e depois me diz o que achou!
Beijos
Nossa fiquei com muita vontade de ler, adoro livros diário, normalmente passam mais sentimento!
Eu concordo! Saber que aquilo que você está lendo realmente aconteceu, toca mais fundo, né? Rola um sentimento mais profundo.