Literatura

#12mesesdePoe: Os Fatos do Caso do Senhor Valdemar + A Adormecida

Reprodução: Google


Os Fatos do Caso do Senhor Valdemar 
Minha classificação: ★★★★ (4/5)

A Adormecida
Minha classificação: ★★★ (3/5)

Autor: Edgar Allan Poe
Conto: Os Fatos do Caso do Senhor Valdemar
O senhor Valdemar é um homem de idade avançada e muito debilitado por causa do estado precário de sua doença. Além de sentir dores intensas, ele está à beira da morte com poucos dias restantes de vida. O nosso narrador-personagem, que não nos revela o seu nome, sugere ao velho uma forma de aliviar aquela dor e que, ao mesmo tempo, irá ajudá-lo em uma experiência profissional: ele propõe ao doente deixá-lo em transe através do mesmerismo, uma técnica de hipnotismo que pretende retardar a morte.
O narrador confessa ao colega que nunca fez esta prática em pessoas que estivessem nesse estágio de enfermidade, tão perto da morte, não sabendo assim quais seriam os resultados de tal efeito. O senhor Valdemar sente-se muito curioso com a proposta, e acaba por não resistir a ela, afinal, qualquer coisa seria menos doloroso do que continuar nesse estado. Quando resta apenas 24 horas de vida ao moribundo, o narrador vai imediatamente ao seu encontro para começar o experimento.
A prática acaba sendo um sucesso e mantém o senhor Valdemar hipnotizado por sete meses. Embora o velho consiga, com dificuldade, responder as perguntas do colega, mesmo de uma maneira aterrorizante e mórbida, há algo de estranho nessa situação, algo que acaba por amedrontar o narrador e todos que estão na presença do doente, principalmente o fim que leva o velho.


Caso você tenha participado do projeto no ano passado, essa temática poderá lhe trazer lembranças. No conto Revelação Mesmeriana há um acontecimento semelhante e que também envolve o mesmerismo. Vale a pena conferir os dois e tirar a sua conclusão de cada um. 

Poema: A Adormecida
Neste poema o narrador dividirá conosco sobre a perda da mulher amada, supostamente chamada Irene. Toda a tristeza, dor e agonia que esta perda traz. Os versos são compostos por melancolia e alusão à beleza da amada. Porém, o principal está na indecisão e curiosidade por saber para onde a mulher teria ido depois da morte, se estaria em um lugar tão belo quanto ela e se teria seguido a luz.
Percebemos um grande sentimento de perda a cada estrofe que lemos. Há uma atmosfera melancólica durante toda a leitura, mas tudo isso de uma forma extremamente bonita e tocante. O narrador consegue transformar a dor que está sentindo em algo majestoso, e suas palavras acabam por encantar o leitor, que vai sentindo internamente a sua perda. Até arriscaria em dizer que há muito da perda de Virginia, esposa do Poe, naquelas palavras, porém em outra resenha soube que ele escreveu antes de casar-se, então, fica aquela dúvida se há outro alguém por trás do poema ou se a perda já era um sentimento constante e de indagações na vida do autor.

Que a dama possa repousar,
Seu sono o céu a vigiar
E profundo venha a ficar!”

Minha opinião
Sobre o conto:
Ao contrário da minha experiência com a leitura de Revelação Mesmeriana, o conto do mês de fevereiro me prendeu bastante e tirou de mim uma opinião positiva. A escrita do Poe nesta história é recheada de descrições e, arrisco até em dizer, de gore. Alguns momentos considerados até mesmo como grotescos. Esta forma de descrição me agradou e logo me senti imersa na leitura. Admito que no começo foi difícil, e quando percebi a semelhança com o outro conto lido no ano passado um desânimo me abateu. Mas, de acordo com o avanço da leitura percebi que aquela história me agradaria muito mais.
Ter a morte, o grotesco e descrições de decomposição na visão do Edgar Allan Poe foi maravilhoso. E o final conseguiu me deixar agoniada, ao mesmo tempo que me senti encantada. Um conto que gostarei de reler várias vezes no futuro.

Sobre o poema:
Já adianto que estou adorando conhecer a linguagem e escrita do Poe através de poemas. É apaixonante! O jeito que o autor produz os seus poemas de forma tão bela e tocante só faz eu querer ler mais e mais. Por mais que eu não seja uma admiradora de poemas e poesias, estou gostando muito de ter esse contato através de um autor que eu admiro tanto e que me encanta a cada história. Senti um ar muito grande de perda nesta leitura escolhida para fevereiro, e acabei sentindo a dor do narrador.
A descrição é tão perfeita que faz com que o leitor se ponha no lugar do narrador, sinta a sua perda e fique triste junto com ele. Acredito que a beleza da leitura está justamente nisso: sentir-se íntimo do personagem e em sua própria pele.

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