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Reprodução: Google |
Narrado em 1º pessoa, por um narrador-personagem que também supre um amor por gatos, o conto é curto e preciso, sem enrolações ou descrições extensas. A leitura flui rapidamente, porém, isso não impede que o leitor sinta uma aflição e curiosidade ao longo da leitura, essas emoções se tornam ainda mais intensas ao chegarmos na conclusão da história.
Um ponto interessante para ser falado é a mitologia que o autor criou para embasar os gatos dessa história. Os gatos não são apenas seres animalescos e bons amigos para os humanos, mas, são entidades de outras eras, deuses do passado e seres idolatrados. Para quem adora esses bichanos, o conto será um “prato cheio” de ideologias e, até mesmo, de fofura (de um jeito meio obscuro). Lovecraft consegue surpreender o leitor até quando escreve uma simples história envolvendo animais de estimação, tornando assim os felinos não tão simples como sempre imaginamos.
Falando mais especificamente sobre o conto escolhido, ele me agradou bastante e fez com que eu sentisse tudo que mais gosto ao ler uma história de terror: desconforto, dúvida e medo. Por mais que possa parecer ter uma premissa simples e que não envolve nenhum ser de outro mundo ou algo mais macabro, o conto traz um ar pesado que envolve morte, violência e crenças, assuntos que abordados juntos podem resultar em um grande horror psicológico, assim como resultou nas mãos do Lovecraft.
Foi a primeira vez que li esse conto e a primeira vez que senti um leve medo de gatos. Não que o autor trace um perfil demoníaco ou negativo sobre os felinos, mas, traz uma visão peculiar e ainda não tão explorada por outros autores (não que eu me lembre). Algo que eu também gostaria de citar é sobre a descrição que o autor faz dos viajantes. A minha impressão é de que esse grupo é formado por ciganos, o que aumentaria a superstição e o medo da crença pela população “normal”. Acredito que essa ideia surgiu na minha cabeça não apenas por causa da descrição da cor da pele, mas, também por recentemente ter tido contato com histórias onde colocavam os ciganos como bruxos, pessoas que amaldiçoam os outros. Uma visão totalmente distorcida da verdade, mas, que cai bem em histórias de terror.
É perceptível uma grande influência dos textos de Edgar Allan Poe, principalmente O Gato Preto, que eu já comentei por aqui. Essa influência é ainda mais interessante de ser observada quando você conhece os dois trabalhos e consegue enxergar uma correlação entre ambos.
Com toda a certeza Os Gatos de Ulthar é uma ótima maneira de engatar nas obras do autor e desbravar o seu mundo místico e sobrenatural. Uma história curta, mas, que transmite muitas dúvidas e agonias ao leitor. Repleta de mitologia própria e original, H. P. Lovecrat escreve uma bela e assustadora história que vai além de gatos, explorando a maldade doentia que há no ser humano e o desejo de vingança que há em um garotinho.
Eu Duarda
Nerdivinas
Infinitas Possibilidades
Bits N’ Bobs
Thank you! 😀
Realmente, um ótimo conto! Parabéns pela resenha.
Obrigada!
Nunca li nada do Lovecraft mas sua resenha consegiu me conquistar!
Já li O Gato Preto do Poe e fiquei interessada em ver que O Gato Preto e Os Gatos de Ulthar tem certa semelhança.
Ótima resenha 😀
http://www.epilogoembranco.com.br
Oi, obrigada!
Ao meu ver, os dois têm uma relação por se tratarem de histórias que tem os gatos como principais, além de ambos trazerem uma visão diferente dos felinos. Espero que goste da leitura! ♥