“Bruce Robertson é um policial bipolar, viciado em drogas e sexo. Ele é o investigador de um assassinato brutal, e usará o caso para conseguir sua tão sonhada promoção. Para isso, passará por cima de quem for preciso, inclusive seus colegas da polícia.”
Assista ao trailer
Filth, lançado em 2013 e dirigido por Jon S. Baird, é um filme baseado em um livro homogêneo escrito pelo escocês Irvine Welsh. Para aqueles que sentiram uma familiaridade com o nome do autor, provavelmente você já deve ter ouvido falar de seu livro Trainspotting, o qual recebeu uma adaptação para os cinemas em 1996 com direito a uma continuação em 2017, e ganhou título de cult ao longo das últimas décadas.
Eu posso afirmar despreocupadamente que se você gostou do drama e dos assuntos pesados abordados em Trainspotting, também irá ser conquistado pela tragédia e humor negro de Filth. Mas, também sou obrigada a dizer que ambos não são feitos para todos os públicos e por isso você deve saber o que está prestes a assistir (e se realmente irá lhe agradar ou não).
Filth não é uma comédia sobre um policial escocês trambiqueiro com o desejo de derrubar os colegas. Esse pode até ser o pano de fundo da história, mas não é totalmente o foco. A raiz do problema do personagem irá muito mais à fundo e trará muitas indagações perturbadoras para o telespectador, como por exemplo: acreditar ou não na infelicidade de Bruce Robertson ou ter a certeza pelo qual foi o motivo de ter sido abandonado pela esposa e filha.
Reprodução: Google |
Com uma atuação espetacular de James McAvoy, o qual interpreta o protagonista Bruce, e um elenco que nos surpreende a cada cena, o enredo do filme traz para o telespectador assuntos que o fazem pensar: através da destruição de Bruce perante aos outros personagens há uma crítica social intensa e escandalizadora. E quando eu digo sobre destruição estou abordando tanto a de forma pessoal, que o protagonista faz à si mesmo, como também a social, que é feita com as pessoas ao seu redor. Essa crítica social ganha foco dentro dessa mesma destruição de Bruce perante ao fracasso e ao ideal do que é certo na sociedade.
Com um final surpreendente (e até mesmo irônico) e recheado de cenas altamente cômicas e bizarras, o filme ganha força ao abordar as consequências da perda e da solidão em uma mente altamente bipolar e problemática. As consequências podem ser vistas e sentidas no próprio personagem que se mostra um grande manipulador de mentes, mentiroso, fantasioso e, na maioria das vezes, sem controle.
Lembrando que é normal ficar confuso durante grande parte do longa ou ao menos até você conseguir se conectar com a história. As respostas, ou algumas delas, vem com o enredo e em pequenas partes que devem ser recebidas com maior atenção. Tudo bem que ao final tudo ficará mais “claro” e você terá aquele famoso “estalo” em sua cabeça, mas pensar em como se chegou a tal fim e em como os detalhes fazem total sentido é uma experiência ainda mais gratificante.
Com um final surpreendente (e até mesmo irônico) e recheado de cenas altamente cômicas e bizarras, o filme ganha força ao abordar as consequências da perda e da solidão em uma mente altamente bipolar e problemática. As consequências podem ser vistas e sentidas no próprio personagem que se mostra um grande manipulador de mentes, mentiroso, fantasioso e, na maioria das vezes, sem controle.
Lembrando que é normal ficar confuso durante grande parte do longa ou ao menos até você conseguir se conectar com a história. As respostas, ou algumas delas, vem com o enredo e em pequenas partes que devem ser recebidas com maior atenção. Tudo bem que ao final tudo ficará mais “claro” e você terá aquele famoso “estalo” em sua cabeça, mas pensar em como se chegou a tal fim e em como os detalhes fazem total sentido é uma experiência ainda mais gratificante.
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Antes de deixá-los com a indicação, não posso não citar a magnificência e importância da trilha sonora. Todos sabemos o quanto uma música pode complementar uma cena e isso acontece em abundância aqui. Cada música escolhida é marcante e faz com que o clima das cenas ganhem um ar mais descontraído e cômico. Aconselho a procurá-las depois (ou antes) e se deixar ser embalado pelos sentimentos da trilha sonora.
Um drama contado através de um humor negro que busca penetrar o mais profundo através de pontos polêmicos e transtornos psicológicos. Através de muita droga e cenas de sexo em excesso, Filth mostra a degradação de Bruce e seu grito silencioso de socorro. Um grito que ninguém escuta e que nem ele mesmo o deixa transparecer. Um grito que é sufocado e transformado em raiva, brutalidade, loucura e obsessão.
Assim que terminei de assistir ao filme fiquei em dúvida se havia ou não gostado do que vi. No começo pareceu ser tudo meio surreal e até bizarro demais. Mas depois quando tirei um tempo para refletir sobre os temas abordados e debati sobre a mensagem mais escancarada do filme, percebi que na verdade eu o havia adorado. Algumas cenas me deixaram em choque, outras me fizeram dar risadas nervosas. Porém o conjunto da obra fez com que eu o escolhesse para indicar hoje.
Irei lembrar novamente que Filth não é um filme para todos os públicos. Ele choca, incomoda e lhe tira da sua zona de conforto. Se você não está acostumado com histórias que abordem os temas que citei e acha que esse filme é louco demais para você, talvez esteja certo em passar longe. Mas se você, assim como eu, se sentiu curioso para conhecer mais sobre o Bruce e seus problemas psicológicos, deixo-o aqui como recomendação. E caso você conheça outros filmes que abordem críticas sociais de maneira semelhante à esse, não esqueça de indicá-lo nos comentários. Anotarei, assistirei e trarei para cá, caso eu goste.
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