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Eu joguei: Life is Strange – Before the Storm

Olá leitores!
Life is Strange está entre os meus games preferidos da vida, tanto por conta dos personagens que me cativaram desde o começo como também por causa da história e o rumo que a mesma leva. Para mim, Life is Strange vai além de um mero jogo de vídeo game. Posso dizer que a história mexeu (e ainda mexe) comigo e me trouxe muitas reflexões sobre suicídio, depressão, amizade e solidão.


Chloe Price não é apenas uma personagem para mim. A garota é forte e ao mesmo tempo frágil, chorosa. Está magoada, solitária, mas mesmo assim tenta continuar com a vida, mesmo que sem dar espaço para pessoas novas, exatamente para não correr o risco de ser machucada novamente. Ela está quebrada, despedaçada, e necessita de alguém que a ajude a juntar os cacos, a abrace e diga que tudo ficará bem. 


Pode parecer bobagem ou até um pouco dramático, mas Chloe é o tipo de personagem real, cru, que me cativa e arranca tudo de mim, talvez seja por isso que eu me identifique tanto com ela. Por conta de seu jeito fechado, estancado, sem brechas. Por conta de sua fragilidade escondida e das lágrimas que ninguém vê. Porque ela é igual a mim em todos os aspectos, até mesmo no mais forte e brutal: Chloe sente intensamente a perda do abandono pela melhor amiga Max, enquanto eu sinto uma apunhalada pela morte que levou minha amiga de infância.


Não se preocupem, pois não ire discorrer sobre minha experiência pessoal com o game nesse post, isso ficará para o futuro. Aqui me resigno a comentar apenas sobre a DLC de Life is Strange denominada como Before the Storm, uma prequel sobre Chloe (antes do cabelo característico azul), onde a personagem tem que lidar com a morte repentina do pai e imediatamente após isso sua melhor amiga indo embora para outra cidade.

Reprodução: Google

O encontro de Chloe Price e Rachel Amber:
Após a morte de seu pai e a despedida da melhor amiga, Chloe é obrigada a seguir com a sua vida e encarar a solidão de frente. Se sentindo sozinha e sendo uma pessoa fechada para amizades, a garota se vê perdida em vários momentos, tendo como única companhia a droga que compra do traficante Frank. Como se essas perdas não bastassem, ela ainda tem que lidar com o novo relacionamento de sua mãe, Joyce, com o policial David, alguém que Chloe não gosta e não tem pretensões de obedecer.


Quando Chloe tem a oportunidade de ver a banda Firewalk tocar na antiga serraria, não é pensado duas vezes. A garota sai e arruma um jeito próprio de entrar no local para curtir o show. Mas, como nem tudo é como esperado, Chloe arruma uma briga com alguns homens dentro do estabelecimento e, por conta dessa encrenca, é “salva” por Rachel Amber, uma colega da escola. Rachel é conhecida em toda a escola por ser popular e adorada, o oposto de Chloe.


É a partir desse encontro inusitado que uma amizade inesperada começa a florescer entre as duas garotas. Segredos são compartilhados e outros são descobertos, fazendo com que as duas tenham uma na outra o apoio necessário para vencer os problemas. A história gira em torno de temas como perda, problemas familiares e abandono. E ao redor disso a vontade de juntas superá-los e encontrarem um pouco de felicidade.

Analogias e sobre ser você mesmo:
Assim como em Life is Strange, o qual há a presença constante de um cervo que pode ser utilizado como uma analogia à Max, seus sentimentos e tudo que está vivendo no momento, em Before the Storm há um corvo que aparece em vários momentos que pode ser entendido com um significado ou visto como uma analogia a própria Chloe e suas conturbações. É claro que nada disso que mencionei é confirmado, sendo apenas uma especulação pessoal. Mas acredito que seja interessante olhar para esses detalhes de uma forma mais profunda e menos superficial.


Algumas mensagens também podem ser extraídas, até mais facilmente, da história e dos personagens. Mesmo que o foco não seja trazer ensinamentos ou análises sobre a vida e tudo mais, o jogo é conhecido por causar impacto por conta das temáticas abordadas em meio a um cotidiano adolescente e suas decisões que podem mudar drasticamente o futuro. 


Um dos pontos que mais admiro, tanto no game principal como também na DLC, é o ensinamento que extraio e levo comigo depois daquele momento a sós com os personagens. Em Before the Storm, por exemplo, consegui perceber um grande ênfase em demonstrar a importância de ser você mesmo, apesar dos rótulos e padrões impostos. Vista a roupa que você quer, aja da maneira que você acha apropriada, fale o que você pensa. Não seja outra pessoa porque alguém quer que você seja ou porque os demais são todos iguais. Se permita sentir aquilo que você precisa no momento e o que te faz mais feliz. Se permita ser quem você sempre sonhou e quem você sabe que é. Apenas se permita. 


Pois assim como a Chloe, todos nós temos medos, anseios, incertezas e inseguranças. Mas também assim como ela, precisamos nos amar e estar por perto daqueles que, mesmo minimamente, nos fazem bem.

Reprodução: Google

Before the Storm é composto por três episódios principais e um bônus, o qual falarei mais para frente. Sendo uma DLC e tendo Chloe como principal, há mudanças significativas na jogabilidade desse, diferenciando com a jogatina de quando estávamos na pele da Max. Chloe não tem poderes para voltar no tempo e por isso aqui as decisões são definitivas e sem chances para alterações, tendo assim que serem pensadas e escolhidas com cuidado. 


Mesmo que para quem jogou Life is Strange o final dessa prequel seja previsível e já esperado, é interessante ver que suas decisões são cruciais para o rumo que forma a história como já conhecemos. Há várias vertentes e caminhos, então as relações com os outros alunos da Blackwell, o próprio relacionamento com a Rachel e os tratamentos com a mãe e o padrasto são definidos por nós, o que torna a jornada diferenciada para cada um. Eu preciso abrir um parênteses aqui e dizer que mesmo que você já espere onde o caminho vai terminar, a cena após os créditos ainda tem um grande peso e chega a ser devastadora. Admito que fiquei sufocada, sem ar, e deixei algumas lágrimas rolarem.


Independente das diferenças, Before the Storm ainda é Life is Strange.
E o que eu quero dizer com essa afirmação acima? Quero dizer que algumas ações se repetem na DLC, mesmo que de maneiras diferentes. Por exemplo, os troféus aqui são adquiridos de acordo com as pichações que a Chloe faz ao longo dos lugares por onde passa, e não mais através das fotografias que a Max gosta de tirar. O diário da Chloe, assim como o da Max, também é escrito ao decorrer dos acontecimentos dos episódios, mas no primeiro há menções exclusivas sobre o abandono da melhor amiga e a falta que a mesma faz, dando para sentir a solidão, os desespero e a falta de companhia que a Price sente. Basicamente é um diário escrito para a Max. Também há um elemento novo que me agradou bastante: o nível de briga. Estando na pele da explosiva Chloe, conseguimos irritar e começar uma briga com as outras pessoas, podendo assim também persuadi-las (ou ao menos tentar).


Admito que sou apaixonada pela trilha sonora do game, e aqui não foi diferente. Eu ainda escuto as músicas, sinto-as e admiro-as. É incrível perceber quando se está jogando que cada música é ideal e essencial para a cena, sendo parte da mesma e indispensável, contribuindo para o clima do momento. Além disso, as referências ao jogo protagonizado pela Max são um prato cheio para os adoradores do game. É ótimo ter contato com um colégio antes da chegada da Max e ver como tudo ocorreu para resultar naquela Blackwell e naquelas pessoas que conhecemos anteriormente.


Reprodução: Google

O episódio extra:
A edição deluxe que comprei veio com um episódio bônus, intitulado Despedida. Nele temos a Max Caulfield de 13 anos passando o último dia na cidade ao lado da melhor amiga Chloe. Sem coragem para contar que terá que ir embora, Max passa a maior parte do episódio aproveitando o dia ao lado da amiga ao mesmo tempo que pensa como revelar que terá de ir embora nos próximos dias, sem saber que esse dia ainda traria dores maiores do que essa despedida obrigatória.


Posso dizer que esse episódio ao mesmo tempo que me deixou feliz também me trouxe um grande peso no coração, porque assim como a própria DLC nós também já sabemos como será o desfecho e as consequências do mesmo. Mesmo assim é interessante ver como eram os pensamentos das duas com essa idade e ver o quanto eram inocentes e brincalhonas. Mesmo que seja curto, é uma ótima maneira de matar a saudade e ter um gostinho a mais dessa história que tanto amamos.

Para mim é sempre complicado falar de Life is Strange, mas também é um assunto que adoro discutir, por isso quando começo é difícil parar. Eu estava muito ansiosa por essa DLC, já que a Chloe é minha personagem preferida do game. Então ter esse contato mais próximo e estar na pele dela, para mim, foi sensacional. Eu gostei de cada momento e me senti sendo a Chloe todas as vezes. Foi ainda mais doloroso ver de perto o quanto a morte do pai a afetou e o quanto isso a perturba. Teve momentos que ri, sorri e chorei. Tomei as dores dela para mim e as guardo no fundo do meu peito. Queria abraçá-la, dizer que tudo ficaria bem no futuro.

É incrível ver o quanto essa história me afeta e continua afetando mesmo após meses de eu ter tido contato com a mesma. Adoro indicar Life is Strange para o mundo, mas sei que não é um jogo que agradará a qualquer público. Nele não há ação e nem estratégias. Não há uma jogabilidade elaborada ou um mundo aberto para ser explorado. Há apenas o cotidiano e os problemas de adolescentes que precisam de alguém para dividir os temores e vencer os seus demônios. É um jogo sobre pessoas. Se você está aberto para embarcar nesse tipo de história, sem esperar por surpresas ou inimigos para matar, indico que a comece imediatamente.

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