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Já Estou Com Saudades: a irreparável perda de uma amiga

Há alguns anos me indicaram para assistir o filme Já Estou Com Saudades, o qual assisti, gostei e deixei como rascunho para indicá-lo aqui em algum dia. Atualmente, tendo passado por uma história semelhante ao do filme, me pus a reeditar esse rascunho e compartilhar – sem medo – a minha própria perda. Não o assisti novamente, pois sei que não seria uma experiência positiva para mim, mas lembro tão vividamente da história que conseguirei passar grande parte dos meus sentimentos para vocês.

Fiquem sabendo que não quero – e não pretendo – transformar esse post em um relato ou só sobre minha vivência pessoal. Também não quero que uma indicação se transforme em um conteúdo extremamente triste e pesado. Não irei dissertar sobre os momentos difíceis da minha Milly, que será chamada assim com carinho e respeito. Ela não iria querer isso, e disso eu sei. Apenas quero que ao final desse texto você entenda a magnitude que há em uma amizade e que, em hipótese alguma, deixe o seu melhor amigo ou melhor amiga se esquecer de sua própria importância. Lembre-o diariamente.

“Jess e Milly são melhores amigas desde a infância. Enquanto Milly se casou, teve dois filhos e construiu uma carreira de sucesso, Jess decidiu levar uma vida pacata ao lado do marido Jago. Após se submeter a um tratamento, Jess enfim consegue engravidar. Mas a notícia vem justamente quando Milly descobre ter câncer de mama e precisa passar por quimioterapia, o que necessitará do apoio não apenas da amiga, mas de toda a família.”
Assista ao trailer

As complicações e o conforto de uma grande amizade.

O filme gira em torno de um drama, e por mais que eu imaginasse que seria mais leve acabei me surpreendendo quando percebi a quantidade de lágrimas que escorriam no meu rosto em várias cenas. Há momentos engraçados, piadas internas entre as amigas e horas que um sorriso alegre surgirá em seus lábios, mas não pense que a trama é recheada de cenas assim, pois a história foi feita para te tocar profundamente – e conseguirá fazê-lo com maestria.

Nessa história vamos conhecer as melhores amigas Jess e Milly que cultivam essa amizade desde pequenas, dividindo tudo desde o primeiro beijo à emoção de ter o primeiro filho. Quando Milly descobre que tem câncer de mama, a convivência em família acaba seguindo por um rumo diferente e ela precisará ainda mais do apoio de Jess para ultrapassar essas barreiras e aguentar firme os sintomas da doença. Por causa desses acontecimentos ambas guardam um segredo uma da outra, e isso no futuro poderá afetar a relação entre as duas.


Uma bela história sobre amizade, companheirismo e empatia. Todos que têm uma amizade, principalmente aquelas de longa data e/ou desde a infância, vão sentir um impacto maior com este filme, vão se identificar e sentir-se conectado às personagens. Com toda a certeza, mesmo involuntariamente, um amigo virá à sua cabeça e você sentirá uma falta tremenda, desejando rapidamente romper qualquer barreira ou frieza que poderá ter ocorrido no passado e enviando na mesma hora uma mensagem de carinho para o amigo. Você poderá sentir-se triste em algumas cenas, mas garanto que o enredo valerá a pena cada minuto.

Relação com a Literatura.

A Literatura Inglesa também é um assunto frequente no longa, algo que me chamou bastante atenção e me encheu de alegria. Filmes sobre livros – sejam adaptações ou histórias com essa temática como principal – são sempre inspiradores e adoráveis aos nossos olhos. Ter personagens que gostem de Literatura e falem sobre o assunto é ainda mais encantador, pois é quando nos identificamos e percebemos que não estamos sozinhos, mesmo que haja milhares de leitores espalhados ao redor do mundo ou colegas próximos que compartilham do mesmo gosto. Ver um personagem distante com o mesmo amor que o seu é diferente, é acolhedor.


O livro preferido de Milly e Jess é O Morro dos Ventos Uivantes, escrito por Emily Brontë, o mesmo livro que também está entre os meus favoritos. A presença dessa obra é constante, tendo até mesmo citações entre as conversas das amigas. Chega a ser tão importante para ambas que o sonho das duas é conhecer Yorkshire, o lugar que inspirou o lar da família Earnshaw. Afinal, é quase impossível ler O Morro dos Ventos Uivantes e não se apaixonar pela descrição feita do ambiente gótico.

Reprodução: Google

Minha amiga de infância, minha Milly.

Isso não é um desabafo ou uma carta nunca endereçada. Como eu disse lá em cima, só quero abrir os olhos de vocês para o quanto o tempo é curto e como em poucos segundos você pode perder alguém que ama, alguém que você nunca esperou ter longe ou fora da sua vida. Não quero ser dramática, e nem vou chorar. Só quero deixar registrado aqui um pedacinho de quem a minha Milly é e dizer para o mundo que ela ainda é e sempre será uma parte de mim.


Eu me orgulho demais da mulher que a minha Milly se tornou, sempre pronta para ajudar o próximo, sem olhar à quem ou o quê; sempre disposta a compartilhar o ombro ou o sorriso quando era preciso; sempre aberta para novas amizades, novas pessoas. Nela me espelhei, me apoiei e ao seu lado me senti segura. Sendo ela a mais velha, era a conselheira, mãezona, abraçadora do mundo.


Independente dos dias difíceis e dos momentos severos, a sua luz nunca se apagou, e talvez tenha sido exatamente isso que nos deu forças para continuar – e continua dando. Ai, Milly, eu sinto sua falta todos os dias. Com o tempo vai parecendo que as coisas ficam melhor, os sentimentos também, mas isso é só um disfarce. Ainda dói demais não ter nossos encontros anuais e nossas fotos desses momentos; ainda dói ver o seu contato no meu celular e não conseguir apagá-lo. Ainda dói e sempre vai doer. 

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