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Cinema dos anos 80: conheça a filmografia de Molly Ringwald

Olá, leitores! Tudo bem com vocês?
Alguns meses atrás estava passeando pelo catálogo da Netflix e decidi assistir a uma comédia romântica, apenas com o intuito de entreter, nada de complicações ou histórias mais aprofundadas. O meu intuito era apenas conhecer um novo romance e rir com as cenas e diálogos. Pensando nisso escolhi para assistir Gatinhas e Gatões, sem esperar por revelações drásticas ou algo a mais.

Porém para a minha surpresa descobri ali um novo filme favorito, e por isso quis conhecer ainda mais a atriz principal da trama, Molly Ringwald. Gostei tanto de seus três principais trabalhos (Gatinhas e GatõesA Garota de Rosa Shocking e Clube dos Cinco), tão diferentes entre si, mas incríveis à sua maneira, que me dediquei a escrever um post só sobre a sua filmografia – ou ao menos parte dela. Se você é fã de histórias de romance, principalmente aquelas ambientadas e gravadas durante os anos 80, esses filmes deixarão o seu coração bem quentinho.

Gatinhas e Gatões (Sixteen Candles) – 1984
Assista ao trailer

Nesse romance leve e engraçado temos a jovem Samantha lidando com o esquecimento dos pais sobre o seu aniversário e, ao mesmo tempo, com uma paixão desenfreada que nasce dentro de si por Jake Ryan, um dos garotos mais bonitos da escola.

Porém o filme tem um diferencial e, talvez, tenha sido esse ponto que me conquistou: há nele o personagem Nerd, um garoto incrivelmente insuportável que adora dizer o número de garotas que já beijou. Ele tenta incansavelmente conquistar Samantha, sem muito êxito, mas, contrapondo a isso, o destino acaba lhe trazendo um novo amigo e uma linda namorada.

Para mim, o diferencial está justamente nessa junção de garoto inteligente, estranho e pegador que ao mesmo tempo que irrita também faz com que o telespectador tenha contato com os momentos mais engraçados do filme. É claro que por se tratar de um personagem masculino garanhão algumas cenas e falas podem acabar sendo problemáticas, como uma em específica com a sua futura namorada, e sei que isso não deve ser deixado de lado ou ignorado.

Esse trio de adolescentes pode parecer estranho e impossível de acontecer, mas as diferenças acabam não sendo barreiras e isso faz com que o enredo se torne interessante e peculiar à sua maneira. O romance é bem desenvolvido e o casal, por mais que corra um do outro, não enrola e nem fica de frescura, o que é exatamente o que espero de um casal que se gosta.

Há desentendimentos e há também uma estrada para se percorrer durante a história – como o auto conhecimento, o relacionamento com os pais e os momentos que levam ao encontro final -, tudo se conectando de forma interessante e curiosa. Uma indicação certeira para quem procura um romance sem complicações e com as descobertas habituais da adolescência. Provavelmente o meu preferido da lista!

Clube dos Cinco (The Breakfast Club) – 1985
Assista ao trailer

Clube dos Cinco é considerado um clássico dos filmes adolescentes dos anos 80. Mesmo que hoje em dia percebamos algumas falhas e problemáticas no enredo, como aponta a própria atriz Molly Ringwald sobre os momentos machistas e sexistas, o filme continua sendo um dos mais indicados em listas do gênero e por isso precisei citá-lo aqui.

No filme conhecemos cinco alunos do Ensino Médio que precisam passar juntos a tarde de sábado na escola como uma espécie de punição por seus delitos individuais. Como já dá para perceber logo de cara, os adolescentes formam um grupo um tanto inusitado e diferentes entre si, sendo classificados como: o popular, a patricinha, a esquisita, o nerd e o rebelde.

Esse dia servirá especialmente para que o grupo se conheça melhor e para que os segredos, antes não contados para ninguém, sejam revelados em uma roda que, posteriormente, resultará em um novo laço de amizade.

A história conversa bastante com o jovem telespectador e aborda como cada um pode ser diferente à sua maneira, sem isso ser naturalmente algo ruim ou errado. Fica claro que se não fosse pela detenção o grupo nunca conversaria entre si, justamente por serem de tribos diferentes e afastadas, deixando assim, ao final do filme, um gostinho de quero mais sobre o que poderia acontecer após esse dia tão singular.

A Garota de Rosa Shocking (Pretty in Pink) – 1986
Assista ao trailer

Andie na parte da manhã estuda em uma escola que tem, em sua maioria, alunos ricos e mimados, enquanto à tarde trabalha em uma loja de discos e se diverte com a sua amiga Iona.

Morando apenas com o pai, a adolescente o ajuda nos afazeres de casa e com as despesas, mas sempre arranjando algum tempo para remendar e criar novas – e baratas – roupas, tudo com um toque especial de rosa choque, a cor predominante em seu guarda-roupa. A sua rotina começa a mudar quando Blane, um dos estudantes ricos, decide convidá-la para sair.

Falando dessa maneira a sinopse pode até parecer clichê e problemática, mas, felizmente, a história acaba tomando um rumo especial, mesmo que seja previsível em certos aspectos. Andie tem o mesmo melhor amigo desde a infância, Philip, o qual está tentando revelar o seu amor pela garota. Chega a ser engraçado as maneiras que Philip, sempre estiloso e com os melhores looks, tenta se declarar, mas quando vê que o amor não é correspondido a amizade fica prestes à desabar, deixando nosso coração derretido e clemente. 

Acredito que esse seja um dos melhores aspectos do longa: a amizade entre Andie e Philip, que mostra como em uma amizade pode haver momentos bons e ruins e que, às vezes, é preciso enfrentar algum desastre para depois o companheirismo renascer ainda mais forte, mesmo que não seja necessário provar nada para findar uma amizade. Isso é apenas uma questão simbólica. Philip é engraçado e carismático, sendo o meu principal motivo para querer rever o filme posteriormente.

Além do romance, também há um leve enfoque na diferença de classe social do casal principal. Os amigos de Blane são da alta classe e fazem questão de deixar isso claro. Steff é um deles e é insuportável (por mais que tenha uma voz realmente encantadora). Essa parte do filme pode aparentar ser arrastada, mas será essencial para o desenvolvimento final da história e até mesmo para o desenvolvimento pessoal de Blane que irá mudar internamente. 

Por essa e pelas outras questões que citei acima, acredito que valha a pena dar uma chance para o filme e deixar ser envolvido por ele. Talvez seja o mais fraco dessa lista, mas é tão importante quanto para se conhecer e apreciar o trabalho de Molly.


Mais ou Menos Grávida (For Keeps?) – 1988

Mais uma vez, o enredo pode aparentar à princípio um clichê – que mal explorado resultará em um desastre adolescente -, mas, pelo contrário, o filme aborda de forma inteligente e romântica, às vezes um pouco romântica demais, as dificuldades de um casal jovem ao ter seus sonhos colocados de lado quando descobrem que uma gravidez está a caminho. Nessa hora é preciso esquecer a faculdade e se dedicar especialmente ao futuro casamento e a futura filha.

Além dessa relação complicada, mas cheia de sentimentos, entre Darcy e Stan, também é evidente a depressão pós-parto que resulta em um distanciamento do casal. Como se não bastasse as dificuldades financeiras, a depressão pós-parto se faz presente na vida de Darcy e a arranca quase tudo que é importante para a garota. Por conta disso (e de todos os acontecimentos da vida a dois) há um desenvolvimento importante por parte dos personagens que tentam a todo custo ainda permanecerem juntos.

Escolhi esse filme imaginando que seria mais uma comédia romântica típica de adolescentes. Mesmo que em alguns momentos o enredo possa parecer longo e estendido demais, a história se distancia do bobo e se fixa em reações e problemas reais. Não é um filme sério demais que te fará se sentir mal ao final, mas, com certeza, ao menos fará com que você pense um pouco mais sobre a maternidade real e não aquelas cheias de romantismo.

Sonhando Através de Palavras

Molly Ringwald é uma atriz que eu tenho um grande prazer em acompanhar seus futuros trabalhos. Suas personagens, por mais que tenham muito em comum, se destacam entre si e se tornam únicas, tendo cada uma sua própria personalidade e uma forte presença.

Servindo até mesmo como inspirações em certos momentos: são garotas fortes que querem o seu espaço e destaque no mundo ao mesmo tempo que também querem ter alguém ao seu lado, seja amigo ou caso amoroso. Espero que elas também encantem e inspirem vocês, assim como fizeram comigo.


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14 thoughts on “Cinema dos anos 80: conheça a filmografia de Molly Ringwald”

    1. Apesar dos problemas, Clube dos Cinco é um ótimo filme, mas não é o meu preferido dessa lista. Eu adoro como a atriz deu vida a essas personagens durante os anos 80 e adoro pensar o quanto ela pode ter sido inspiradora para as garotas da época.

  1. Oi Thainá!!

    Menina eu estou passado que da lista de filmes que você falou eu só não conheço Mais ou Menos Grávida, mas, mesmo tendo conhecimento dos outros três filmes eu não cheguei a ver nenhum deles, como você mesma disse eles são ícones dos filmes dos anos 80, eu também não conhecia de fato a atriz, se vi algum filme dela não me recordo. Quando tiver vontade de ver um filme vou conferir um desse que você indicou!!

    Beijos!
    Eita Já Li

    1. Se você gosta desse tipo de comédia romântica, acredito que vai adorar os filmes dela! Alguns são bem renomados, sendo até considerados como clássicos dos anos 80, então acho que vale a pena dar uma chance.

  2. Oi, tudo bem? Acho que nunca vi um filme inteiro com essa atriz, o único que consegui assistir mais ou menos foi Garota de Rosa Shocking. Eu gosto da vibe dos anos 80, mas confesso que esses filmes de romance nunca me prendem, porque acho as storylines bem previsíveis. Mas que legal que a atriz fez personagens independentes e que tentam conquistar seu espaço na narrativa. Acho ótimo percebermos que, mesmo nos anos 80, as mulheres já queriam sair de seus papéis comuns. Hoje não sei se assistiria, sabe? São filmes que não sinto que tô perdendo de ver, sabe? Mas, para quem viu, acho que marcou uma geração.

    Love, Nina.
    http://www.ninaeuma.blogspot.com

    1. Oi, Nina. E eu te entendo. Há filmes antigos – e até alguns novos – que eu sei que não me acrescentarão em nada e que não estou perdendo nada ao não vê-los, mas quando tem essa vibe mais romântica eu gosto de dar uma chance, pois é um gênero que eu já gosto. E eu adoro ver esses filmes antigos e perceber exatamente isso, a luta das mulheres por espaço e independência.

  3. Olá, tudo bem? Adorei a postagem haha por ser da década de 90, não tenho muitos filmes dos anos 80 na bagagem, e consequentemente, não sei da sua importância e as lições que passam. Sei que marcou uma geração inteira, e aqui percebi que tem bastante coisas interessantes a serem tiradas por trás, principalmente dos considerados “clássicos” haha. Nem a atriz conhecia, admito, e concordo que talvez encontraremos muitas problemáticas que na época não perceberíamos, contudo quero dar uma chance. Você me fez ter outras perspectivas sobre os mesmos. Amei!
    Beijos

    1. Eu também sou da década de 90, então esses filmes não são conhecidos por mim desde novinha. Eu me interessei pela atriz depois de assistir a Clube dos Cinco e ler sobre suas críticas a esse filme, gostando bastante que ela tenha, mesmo que só agora, alertado sobre os problemas do filme. Ela, com certeza, é uma atriz que quero acompanhar até em seus trabalhos mais recentes, pois me marcou, mesmo que de uma forma mais tarde.

  4. Olá, tudo bem por aí?

    Não sou muito de assistir comédias românticas, mas eu gosto muito de algumas que são consideradas clássicas e que (quase) todo mundo já assistiu haha. Eu acho que essas comédias românticas dos anos 80 e tal seguiam quase que sempre um mesmo padrão e, como você mencionou no post, realmente, há alguns aspectos machistas na sociedade da época, alguns deles prevalecendo até hoje, por isso é tão importante que as mulheres levantem a bandeira do feminismo, não é mesmo? Gostei muito da postagem, achei super completa, com informações que prendem o leitor do blog.

    Abraços 🙂
    http://www.acampamentodaleitura.com

    1. Oi, obrigada. Acredito que grande parte das comédias românticas – e, principalmente, das pastelões – dos anos 80 tem esse traço machista, nem que seja em um ou dois personagens específicos, algo que mesmo atualmente ainda podemos ver em filmes atuais. Eu mesma assisti a um filme de 2000 e pouco, um dia desses, e fiquei chocada o quanto o par romântico da protagonista conseguia ser grosso, chato e mal educado, mostrando assim que não era apenas antes que havia cenas machistas, né? Mas é legal ver que mesmo nos anos 80 já tinham personagens femininas tentando reverter essa situação e mostrar o quanto isso é errado.

  5. Olá! Tudo bem?

    Devo admitir que nunca assisti desses filmes e vejo sempre falarem muito bem! São filmes atemporais e que nos fazem pensar em muitas coisas e como a sociedade era ainda mais machista na época! Adorei a postagem!

    1. Oi, Mari.
      Acho importante, para quem gosta, assistir a filmes antigos, principalmente para refletir sobre essas mudanças – ou falta delas – na sociedade. Esses foram alguns que assisti com esse pensamento, mas que gostei muito de conhecer.

    1. Eu adoro esse! E eu também a forma que eles já tentaram tratar assuntos mais pesados, como em Mais ou Menos Grávida quando abordam a gravidez na adolescência e a depressão pós-parto.

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