Resenha: “Adagio” – Felipe Cagno

Sempre tenho muita dificuldade com leituras de ficção científica, principalmente por conta dos termos ou por serem profundas demais, porém Adagio fluiu tão bem que eu só parei de ler quando terminei. É claro que a bela arte e os traços marcantes também foram os culpados por essa necessidade de ler tudo de uma vez.

Assim como as demais (ou a grande maioria das) ficções científicas, Adagio também traz temas relevantes para nossa atualidade. O debate sobre a tecnologia avançada e de até onde conseguimos usá-la sem nos machucarmos se torna necessário no meio em que vivemos, pois muito da história já é uma realidade assustadora para nós.

Leia também: Tétricos e Metálicos, de Cristina Pezel

E se os seus sonhos fossem um espetáculo com espectadores?

No ano 2067, uma rede social chamada Adagio é capaz de compartilhar o sonho de seus usuários em uma live com espectadores. Nisso, há pessoas que se tornam famosas, sendo verdadeiras atrações da internet e influenciadores que trabalham com isso. Entretanto, Kaya não é uma delas, pois não consegue controlar os sonhos, mesmo que deseje loucamente por essa fama.

Será por isso que ela irá se arriscar ao usar uma droga que pode ajudá-la a adentrar com mais intensidade nos sonhos e estar consciente de suas ações naquele novo mundo. O problema é que seus sonhos sempre viram pesadelos e a droga se tornará um vício quase impossível de largar. Kaya, então, terá a sua tão desejada fama, mas a que custo?

A HQ Adagio é reflexiva e aborda sobre os males da fama na internet, os traumas causados pelo excesso das tecnologias e em como tudo isso pode afetar negativamente na vida das pessoas. É uma história que surpreende e fisga o leitor desde as primeiras páginas, mas que é precisa ler com cuidado e atenção.

TW: há cena que envolve 4bus0 s3xu4l, então é bom ter cautela com a leitura.

A HQ Adagio traz reflexões necessárias mescladas a uma arte hipnotizante

A história é pesada, mas muito crível, pois as lives já acontecem de certa forma na nossa realidade, falta apenas a tecnologia adequada para a parte dos sonhos. Isso faz com que a história se torne ainda mais assustadora, porque traz traumas que se repetem do nosso dia a dia, mas causados de maneira diferente pela tecnologia avançada. Também há esse pensamento: independentemente do quanto a tecnologia possa evoluir, sempre há a chance de causar pontos negativos na vida das pessoas, criando novos traumas, novas dores.

Com isso, há críticas sobre alienação, principalmente na questão do desejo de sempre querer mais e igual aos outros; sobre querer se sentir incluso em um mundo que ainda ressalta diferenças; e sobre o poder de compartilhar os seus traumas com pessoas que você confia, aquele voto de confiança que pode te ajudar a melhorar.

Caramba! Que HQ sensacional! Eu gostei muito da leitura! Não estava esperando ser tão envolvida pela narrativa, mas quando vi já estava no meio das brigas, das tensões e das dores da protagonista. Arrisco em dizer até que a leitura é uma ótima pedida para quem nunca teve contato com ficção científica ou se mantém longe de propósito, pois por ser uma HQ dá para se envolver rápido, não ter pontas soltas e, no final, desejar por mais do gênero.

Qual foi a sua última leitura de ficção científica que se aproximou tanto da nossa realidade? 💬

✨ Se você gostou da resenha, compartilhe com alguém que você gostaria de ler esse livro junto.
💬 E deixe um comentário sobre o livro ou a resenha, dizendo o que mais te deixou curioso pela história.

💻 Me acompanhe nas redes sociais:
FanPage | Skoob | Instagram | Pinterest

Faça sua compra na Amazon através do nosso link (clique aqui) e ajude o blog a manter-se ativo. Sem taxas ou inclusão de valores, você estará nos ajudando a continuar trazendo conteúdo.