Literatura

Resenha: “A Piada Mortal” – Alan Moore e Brian Bolland

Roteirista: Alan Moore
Arte por: Brian Bolland
Editora: Panini
Ano: 2011
Edição Especial de Luxo
Minha classificação: ★★★★(5/5)



A Piada Mortal pode ser classificada como um dos quadrinhos mais famosos e bem aclamados das últimas três décadas. Criado pela mente brilhante de Alan Moore, tão conhecido por suas histórias revolucionárias em Watchmen e V de Vingança, nessa HQ temos o Coringa como protagonista e a demonstração de como um dia ruim pode mudar a sanidade de uma pessoa.



Aqui será contado sobre a origem do Coringa: um homem, aparentemente normal, se envolve com uma dupla de ladrões que precisa dele para realizar um roubo, cujo o caminho à percorrer até o local almejado o nosso personagem medroso e fraco conhece muito bem. Porém uma tragédia acontece na vida do homem guia e isso faz com que ele se sinta corajoso o suficiente para participar do tal crime. É nesse momento que a sua vida se transforma e o pesadelo começa


Sabendo apenas disso você já tem o suficiente para embarcar em uma história perturbadora e apreensiva, pois esse não chega a ser nem o plot principal do quadrinho, o qual intercala entre imagens do passado e cenas do presente.


Em contrapartida com os flashbacks em cor sépia e detalhes predominantes em vermelho, o presente é colorido por cores fortes e vibrantes, resultando em um conjunto de arte belíssima e traços de arrepiar. A loucura, fúria e medo estampadas nos rostos dos personagens ficam cada vez mais reais e assustadoras ao longo da leitura; sentimentos que são um misto contribuídos pelo trabalho excelente do artista Brian Bolland.


Falando rapidamente sobre a trama que ocorre em paralelo no presente, basta saber que o Coringa está elaborando uma nova e eficaz armadilha para o Batman, querendo assim provar ao herói a sua tese que diz respeito à momentos decisivos e obscuros transformarem até o homem mais bondoso e justo em alguém cheio de raiva e com sede de vingança. Se a tese será comprovada ou não, basta ler o quadrinho para saber.


Vamos falar sobre essa edição?
A edição de luxo, relançada pela Panini em 2011, contém uma nova repaginada em certos aspectos, os quais só agregam na beleza interior e na estética do quadrinho. Além de uma coloração nova, a HQ também traz extras ao final da edição: há imagens de esboços, mostrando como foi o processo criativo das artes e criação de alguns personagens/visuais; uma mini história paralela sobre um homem que deseja fazer mal a alguém; e ainda o volume com a primeira aparição do Coringa, onde podemos observar a diferença de traços e a evolução de diálogos e desenvolvimento de tramas.


Particularmente, não sou uma entendedora e nem a mais criteriosa dos leitores para dissertar oficialmente sobre a história, tão carregada de obscuridade e drama, mas posso dizer que a leitura me agradou e me abriu os olhos para outros caminhos. Sempre gostei de super-heróis e seus respectivos vilões, então ter a chance de conhecer os personagens um pouco mais a fundo é sempre enriquecedor e interessante. A Piada Mortal está entre os melhores quadrinhos que eu li até o momento, mesmo não tendo uma longa experiência com tais. 


A Piada Mortal surpreende e, mesmo que contraditoriamente, cativa. É criada tanto para os velhos fãs, já admiradores de HQs e do próprio vilão; como também é dedicada para aqueles que têm vontade de começar a ler quadrinhos, mas que ainda não sabem por onde iniciar. Indico-a de olhos fechados e com segurança de que o público alvo irá gostar. Para lê-la basta ter curiosidade pela história e interesse em conhecê-la pelas próprias mãos.


Afinal, um dia ruim pode fazer uma pessoa se tornar a pior entre todas? E, cá entre nós, qual é o peso que um dia ruim tem sobre você?

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