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“Cristine é uma boa mulher, gentil, honesta e trabalhadora, uma mulher muito feliz. Ela é casada com um comandante da Marinha, com quem tem uma filha chamada Rhoda. Como toda mãe, Cristine faz de tudo pela garota, que, apesar da bela cara de anjo, não é nenhuma santa.”
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Olá leitores!
Para dar continuidade na nossa semana especial sobre Menina Má, o post de hoje é dedicado a adaptação cinematográfica, a qual foi para os cinemas em 1956 com distribuição da Warner. O título original ficou como o mesmo do livro, The Bad Seed, porém o nome nacional veio como A Tara Maldita, um nome um tanto peculiar e, talvez, até pejorativo ao meu ver.
Antes de ir para as telas do cinema, The Bad Seed teve destaque no teatro. É importante saber disso, pois o mesmo elenco utilizado na peça teatral também foi selecionado para interpretar seus papéis no longa cinematográfico. Talvez por já conhecerem os personagens e a trama ou até mesmo para reduzir o número de pessoas que já sabiam sobre o final da história, sem correr riscos que fosse espalhado entre os novos atores e saísse dos bastidores. No final do filme fica explícito a preocupação do diretor com possíveis “spoilers” sobre o desfecho, tendo assim um pequeno aviso para o público não contar para ninguém sobre o plot final. Mas lembrando que essa possibilidade de atores novos é apenas uma divagação pessoal.
O elenco ficou por conta dos atores de teatro: Patty McCormack, no papel de Rhoda; Nancy Kelly, como Christine Penmark; Evelyn Varden, como Monica Breedlove; Eileen Heckart, como Hortense Daigle; Henry Jones, como Leroy; Jesse White, como Emory; Joan Croydon, como Claudia Fern; Paul Fix, como Richard Bravo; William Hopper, como Kenneth Penmark; e Frank Cady, como Henry Daigle.
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Alguns tópicos contraditórios que diferenciam o filme do livro (e aqui fica o alerta de possíveis spoilers da obra):
– Richard Bravo está vivo. Isso mesmo, o pai de Christine não morreu em um acidente por causa de sua profissão de jornalista, mas marca presença em um jantar na casa da filha;
– Kenneth Penmark tem um peso no elenco e aparece em certas cenas, sendo que na obra ele é apenas citado através do amor de Christine pelo marido;
– Não temos as cartas que Christine escreve para Kenneth, cartas que mostram o quanto ela está sofrendo e indecisa por conta dos acontecimentos que envolvem a Rhoda. Cartas que têm uma importância no livro, principalmente por serem escondidas ao lado de um objeto crucial para a história;
– As descobertas de Christine perante a sua história pessoal é abordada de forma diferente e, arrisco em dizer, forçada. Christine sempre deduz muito, fica apenas no achismo e não procura por provas para nada, deixando assim o ar de suspense que envolve as suas descobertas fora do longa;
– Há um enxugamento de personagens. Por exemplo, a vizinha da frente de Christine, uma senhora que nutre um grande carinho por Rhoda, é excluída do filme, logo uma personagem que faz parte de momentos importantes da história e que diz a frase tão marcante ao final;
– O final é diferente e isso pode ser, infelizmente, a decepção do filme para alguns. O final acaba deixando uma ponta de esperança para a família Penmark, diferente daquele exposto na obra que nos destroça.
Tradução livre: “Eles não colocam garotas pequenas na cadeira elétrica.” |
Aos olhos de alguns as atuações podem parecer forçadas em certas cenas, mas acredito que isso se deve especificamente por serem atores de teatro, tendo assim um foco maior na carga de emoção que querem passar para quem está assistindo. Vale destacar que a atriz Patty McCormack, a qual interpreta a menina Rhoda, está ótima no papel, fazendo as “caras e bocas” necessárias para enganar a todos e a nós. Outro detalhe que também enaltece o filme é que vários diálogos são extraídos na sua melhor essência da história original, ou seja, há diálogos que são idênticos aos que ocorrem no livro, e isso faz com que o coração de leitor se sinta acolhido e um pouco satisfeito.
O filme foi indiciado ao Oscar nas categorias: Melhor Atriz (Nancy Kelly), Melhor Atriz Coadjuvante (Eileen Heckart), Melhor Atriz Coadjuvante (Patty McCormack) e Melhor Fotografia. Também foi indiciado ao Globo de Ouro nas categorias: Melhor Atriz Coadjuvante com as atrizes Eileen Heckart e Patty McCormack, o qual a primeira ganhou o prêmio.
Agora falando de uma maneira mais pessoal, o filme me agradou num todo. É uma boa adaptação e acredito que fizeram o melhor para manter a essência da história original. Os atores cumprem o que é esperado de suas atuações e fazem o melhor para interpretar seus papéis. Por mais que tenha a duração de duas horas, não é cansativo e nem monótono.
Eu não gostei como finalizaram, mas entendo o motivo, talvez o verdadeiro chocasse um pouco o público ou não trouxesse o reconhecimento que era esperado. Não importa. Acredito que no final das contas o debate sobre a maldade humana foi deixada nas mãos do público e basta cada um formar a sua própria opinião sobre. É um filme que indico para quem gosta do gênero de suspense, mas que é melhor aproveitado depois de se ter contato com a obra literária, pois um complementa o outro. Leia e assista The Bad Seed e deixe-se cair nas indagações sobre a maldade humana.
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gostei mt, querida, parabens… gracías!
Obrigada!
🙂