Literatura

Resenha: “Debaixo das Minhas Asas” – Kate Willians

Eu sou o seu anjo da guarda, Alex. Estou aqui porque tenho que te proteger, mas, acima de tudo, porque eu te amo.”



Se apaixonar nunca é fácil, muito menos quando o amor da sua vida é a pessoa a qual você é designada a proteger na Terra. Abby Disilva é um Anjo da Guarda, mesmo que não siga os padrões impostos pelos arcanjos e goste de viver uma vida mundana totalmente humana. Ela não aprecia o seu cargo, pois seus protegidos nunca conseguiram manter um prazo extenso de vida, e por conta disso fica apreensiva quando lhe é imposta uma nova obrigação: cuidar de um garotinho chamado Alex Le Justice.

Indo além de cuidados e observação, Abby aproxima-se de Alex, um garoto que tem o dom de enxergar os anjos mesmo que o próprio não saiba diferenciá-los dos demais humanos. Ao decorrer dessa aproximação uma amizade é instaurada e, posteriormente, um amor proibido é cultivado. Mesmo que o garoto não saiba da realidade por trás da amada, foge com Abby e começa uma vida em uma cabana distante de todos e quaisquer infortúnios.


Entretanto um acontecimento repentino destrói as esperanças e os sentimentos de Abby, fazendo-a optar por decisões que mudarão e transformarão a sua forma de pensar e amar. Novas pessoas, um tanto nocivas, irão aparecer em seu caminho e uma profecia envolvendo Lúcifer coloca Abby como alvo central de caçadores de anjos. Em contraponto também há o surgimento de novos amores, a nostalgia de uma antiga amizade e as descobertas perante a sua vida anterior, aquela em que ainda era apenas uma humana.


O romance traz uma história tocante sobre o amor verdadeiro, um sentimento tão forte que transcende vidas. Resultando assim em uma história leve, mas que desperta grande ensinamento ao final. E pode apostar que um sorriso abrirá em seu rosto quando você perceber para qual caminho o desfecho está indo. 

A narração se atenta a focar na visão de cada personagem em 1º pessoa. Há momentos em que a história se passa através da visão e sentimentos conturbados de Abby, outros em que Alex é quem controla as rédeas da narração. Não se atendo a apenas esses dois personagens, mas ainda estendendo as linhas narrativas. É interessante perceber que o próprio narrador não está apenas contando a sua parte da história, mas também está opinando e conversando com o leitor, tornando assim uma proximidade maior entre narrador-personagem e leitor.

“(…) o nascer do sol virá, mas antes você precisará aprender a enxergar o brilho das estrelas em meio à escuridão da noite mais sombria.”


Um romance juvenil que teria me agradado muito quando mais nova.
Quando comecei a leitura, sem lembrar da sinopse ou do que a história iria se tratar, percebi que estava adentrando em um mundo com anjos como personagens principais. Confesso que isso me alegrou no começo, pois quando mais nova eu adorava histórias de anjos, afinal Fallen, da Lauren Kate, é a minha saga preferida e o meu maior incentivador no mundo dos livros. Entretanto, não foi exatamente como imaginei, mesmo que a leitura tenha sido em sua maioria agradável e encantadora.


O romance entre o casal principal se mostrou um pouco juvenil, o que tornou a leitura sendo jovem demais para mim. Havia brigas desnecessárias, desentendimentos bobos e ciúmes exagerado. Pontos que eu gostava antigamente, mas que agora não me enche mais tanto os olhos. Mas, contrapondo a isso, no final da leitura percebi que havia gostado bem mais do que imaginei. Mesmo que algumas pontas fiquem soltas, como uma suposta vingança, o crescimento de Abby e o desfecho da personagem fizeram com que eu pensasse mais a fundo sobre a história.


Até mais ou menos 90% da leitura eu estava decidida a classificar a obra em três estrelas, e somente se algo fantástico acontecesse eu iria acrescentar uma a mais. E aconteceu. A história se jogou de volta para mim e contra qualquer pensamento que eu tive anteriormente. Revirou minha mente e minha opinião. Me conquistou. E por mais que, para mim, o romance tenha tido um toque mais adolescente, a leitura fluiu bem e me divertiu. Fez com que eu torcesse para o casal principal e suspirasse com o final que é triste e belo ao mesmo tempo. 


Certos erros gramaticais que passaram despercebidos na revisão me incomodaram, interferiram negativamente em minha leitura. O que, percebendo agora, pode também ter feito com que eu me sentisse desmotivada com a história em alguns momentos. Penso que talvez se isso não tivesse acontecido eu poderia ter aproveitado mais. Porém eu espero que a mesma sensação não tenha efeito nos próximos leitores.


Um ponto que eu quero acrescentar aqui, mas que mesmo indiretamente tem uma grande influência na história, é o prefácio escrito por uma blogueira convidada. Nele conhecemos a história por trás da criação de Abby, Alex e seus amigos, e saber o que inspirou e motivou a Kate a escrevê-la faz com que a leitura se torne ainda mais especial. A autora se dedicou a Debaixo das Minhas Asas quando sofria com depressão e relata que os personagens eram os seus companheiros naquele momento, assim como se tornou os companheiros de diversos leitores. Para mim é incrível conhecer um pouco mais da autora antes de adentrar mais a fundo em suas obras, me sinto realizada e ainda mais próxima. Todo o meu amor para a Kate e suas criações.


Sou professora no Ensino Fundamental II e adoro quando vejo um aluno ou aluna com um livro nas mãos, Debaixo das Minhas Asas é um livro que eu irei recomendar para cada um deles. Com referências à cultura pop que conquistam e nos puxam ainda mais para dentro da história, o romance é uma ótima indicação para todos os públicos. A única regra aqui é se deixar ser levada pela leveza das asas de Abby e pelo sentimentalismo apaixonado de Alex.

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Se fosse tão perfeito assim, não seríamos nós. Não seria nossa história. Coisas perfeitas são entediantes, Abby. E isso nós nunca seremos.”

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4 thoughts on “Resenha: “Debaixo das Minhas Asas” – Kate Willians”

  1. Jornal Informal

    OI? Senti uma pontada de "Fallen", mas, depois que li mais a fundo sua resenha, vi que não era bem assim. Não tinha muito a ver com Fallen. Ah! Eu já gostei bastante de romances "água com açúcar", mas, hoje em meus plenos 24 anos, não acredito que seria a mesma coisa. Ando preferindo livros mais "maduros" e envolventes. Não tirando o pé da ficção e fantasia, que são os meus preferidos nesse ramo literário. 🙂

    1. Eu também adorava romances desse tipo quando mais nova, mas meu gosto literário, assim como o seu, também amadureceu. Por isso digo que se tivesse lido alguns anos antes provavelmente teria entrado para os favoritos da vida. O que de certo modo acaba sendo triste e alegre ao mesmo tempo. Eu não deixei meu gosto por romances de lado, mas hoje em dia prefiro aqueles em que o romance não é o único foco.

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