Literatura

Resenha: “Nildrien – Os Esquecidos” – Manoel Batista

Essa resenha poderá conter spoilers do primeiro livro, Nildrien – O Pergaminho, por isso cuidado!

De volta à Nildrien.

Após o triunfo da busca pelo pergaminho, o grupo de aventureiros composto pelos nobres Damian e Marlin, o guerreiro Karson, os lutadores Mike e Histran, as clérigas Vêronica e Ylis e seu tutor Kylet, o meio-dragão Reks, o meio-demônio Hanns, a Princesa de Skyllus Lóris e suas duas amigas fiéis Karedrine e Myat, a guerreira Mistia e o paladino Hant, voltaram sã e salvos para Nalim. O grupo, com exceção de Lóris, foi designado para formar a Força Especial de Nalim, o qual terão como objetivo cuidar e zelar pelo bem do reino – além, é claro, de colocar todas as guildas atrás de uma prisão.


Com isso, uma missão lhes é dada: a Força Especial de Nalim deve ir até Azent, o Reino do Deserto, para entregar ao Rei Korhend alguns presentes em nome de Dyla, a Rainha de Nalim, saudando-o assim pelas duas décadas de reinado. Para tal feito será preciso atravessar um grande e perigoso deserto, uma viagem que os fará colocar à prova o verdadeiro valor da amizade e do companheirismo.


Ao mesmo tempo, em Nalim, a rainha Dyla entra em um impasse indo de encontro aos ideais da Princesa de Skyllus. Enquanto a Rainha de Nalim ordena – e se mantém invicta sobre isso – que os prisioneiros feitos na batalha do pergaminho sejam executados, esses sendo membros do Reino das Trevas, Lóris tenta a todo custo fazê-la descartar essa ideia. A esperança da vida de Josh, o Príncipe das Trevas, e de seus aliados Lianne e Rylen, agora se mantinham na mão da princesa de um reino inimigo.


Reinos inimigos, combates e muita adrenalina juntam-se para formar essa fantasia nacional narrada no mundo de Nildrien, um cenário mágico e imersivo. Com grande referência em D&D, tanto nos aspectos dos personagens como também no cenário, a história surpreende e tira o fôlego. Há momentos engraçados e felizes; outros em que você irá vibrar com as cenas de batalhas e descrições de magia. Mas também há momentos em que você se sentirá triste, abalado, resultando assim em diversas sensações durante a leitura.


E acredite: mesmo que eu tenha entregado parte da história, eu não comentei nem 50% sobre a trama. Há descobertas, interesses e desavenças. As missões não param e mesmo quando você imagina que a história não tem mais por onde ir, um acontecimento repentino a embala, trazendo tragédia e oportunidade de rendição para a Força Especial de Nalim. Ler Nildrien – Os Esquecidos é se tornar parte dessa Força Especial e caminhar lado a lado com o grupo de aventureiros.

“O mundo não se resume a luz e trevas, a bem e mal. Estamos muito além disso.”

O meu reencontro com os personagens.

Como foi bom voltar para Nildrien e reencontrar personagens tão queridos! Não sabia que estava com tanta saudade até ter contato com essa continuação. Como sabem, não costumo ler livros de fantasia – não por não gostar, apenas por priorizar outros gêneros -, mas me sinto tão acolhida nesse mundo que quando começo uma leitura não tenho pretensões de terminá-la tão cedo, pois quero aproveitá-la a cada segundo.


Nesse segundo volume a história está mais profunda e traz uma abordagem maior sobre o interior de cada personagem. Há perdas, confusão e solidão. Há amor, amizade e apoio. Há uma mescla de sentimentos que o próprio leitor sente junto com os personagens. Vivi momentos de alegria, outros de tristeza, mas na maioria da história me senti angustiada e nervosa, até mesmo com medo do que o destino guardava para o grupo de aventureiros. Medo de perdê-los. 


Sendo a primeira leitura cinco estrelas do ano, não posso mentir e dizer que não estou ansiosa pelo terceiro. Mesmo que, provavelmente, só seja publicado no ano que vem, já me sinto na obrigação de lê-lo e saber como será o desfecho do grupo. Como os personagens irão agir depois dos ensinamentos e evoluções que a última missão lhes trouxe; como a história irá prosseguir a partir daquela última página; e mais: a partir de agora o que será de cada um, que está mudado de um jeito diferente? Será que um amor pode sobreviver ao ódio? São tantas perguntas que fico louca apenas de imaginar as possíveis respostas.


Houve uma evolução perceptível na escrita e na criação do mundo. A escrita pareceu estar mais suave, mesmo nas descrições de batalhas sangrentas e diálogos cheios de raiva, o que fez com que a leitura, apesar da quantidade de páginas, fluísse de maneira impressionante. Embora seja quase 700 páginas de leitura intensa, eu não queria largar o livro, não queria terminá-lo. Não me cansei com o decorrer da história, apenas me senti ainda mais instigada a cada capítulo. Tudo só me fez ter ainda mais vontade de entrar em Nildrien e não sair.


Provavelmente vocês não sabem, mas o Manoel foi o meu primeiro parceiro por aqui. A primeira pessoa que apoiou e acreditou em meu trabalho, nas minhas resenhas. Com todo o carinho me enviou Nildrien – O Pergaminho e quis saber a minha opinião sobre a obra. Por isso, aqui abro um adento para agradecer à ele. Agradecer pela confiança e por abrir essas portas para mim, por me fazer acreditar que alguém valoriza o que escrevo. Se hoje eu ainda tenho um blog, podem ter certeza que o Manoel é um grande responsável por isso. Então, muito obrigada! 


Nildrien – Os Esquecidos foi por um rumo que não esperei, me surpreendendo ainda mais com os acontecimentos finais. Me sinto muito agradecida por ter tido contato com essa história e por conhecer esse lado da fantasia nacional, o qual eu adoro. Não posso recomendar esse livro, caso não tenha lido o primeiro, então, por favor, leia Nildrien – O Pergaminho. Tenho certeza que o seu hábito de leitura agradecerá por adentrar em mais um mundo repleto de aventuras. Inclusive já quero voltar para Nildrien e morar em uma nova aventura! Como faço, Manoel?

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