Literatura

Resenha: “O Cemitério” – Stephen King

Título: O Cemitério
Autor: Stephen King
Quantidade de páginas: 424
Editora Suma
Gênero: Ficção / Terror
Ano: 2019 (relançamento com uma jacket do filme)
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Minha classificação: ★★★★★ (5/5)
* Livro cedido pela editora 

Como a morte de alguém próximo afeta você?

A família Creed está de mudança para Ludlow, onde Louis Creed conseguiu um ótimo emprego como médico na faculdade da cidade. Junto com a família – composta pelo pai Louis, a mãe Rachel e os dois filhos pequenos Gage e Ellie – o gato Church, amigo inseparável da criança mais velha Ellie, também se encaminha para um novo lar.

Na nova moradia, agora afastada um pouco da cidade e ao lado de uma estrada movimentada, os Creed conhecem o novo vizinho, o velho Jud Crandall, que logo se torna o melhor amigo de Louis. Porém não será apenas uma estrada violenta que irá abalar o novo lar da família, pois atrás da residência há um caminho que leva até ao “simitério de bichos”, um cemitério cuidado e criado pelas crianças de Ludlow feito especialmente para enterrar os seus bichinhos de estimação.

Logo nas primeiras semanas da mudança o simitério de bichos mexe com a cabeça de Ellie, fazendo com que a criança indague sobre a morte e chore precipitadamente pelo futuro mortal de seu amado gatinho. Isso desperta em Rachel lembranças devastadoras sobre a sua infância, causando assim uma briga onde ela determina que a morte não será um assunto aceitável naquela casa.

Entretanto a morte sempre arruma, mesmo que nas menores brechas, uma maneira de aparecer. Quando chega o Dia de Ação de Graças Rachel viaja com os dois filhos para a casa dos pais, deixando Louis na companhia de Church e de Jud Crandall. O que não esperavam era que Church, mesmo tendo sido castrado, fosse morto por um caminhão na estrada, causando assim uma eterna dúvida em Jud: seria o certo levar Louis até o cemitério micmac, atrás do simitério de bichos?

Sem pensar muito Jud o fez, e então Louis enterrou Church no antigo cemitério micmac, um local indígena dominado por um Wendigo – lar do verdadeiro Mal. No dia seguinte, para a surpresa de Louis, Church aparece normalmente em casa, com muita fome e manchado com o próprio sangue seco. Porém aquele Church era diferente e, mesmo sem ninguém saber, ainda traria muito desgraça para a família Creed.

O Cemitério traz uma história profunda sobre luto e perda, mostrando como a morte influencia e atinge de maneira diferente cada personagem. Carregado de um terror assustador e devastador, o livro também irá mostrar as consequências da perda de sanidade e como a loucura pode ser claustrofóbica.


“Há coisas secretas, Louis. O solo do coração de um homem é mais empedernido como o solo no velho cemitério micmac. Mas um homem planta o que pode e cuida do que plantou.”

Um dos melhores livros do King.

Eu comecei a leitura já sabendo que iria gostar, pois sendo o King meu autor preferido não teria como ter uma experiência negativa. E mesmo já conhecendo a história por causa da adaptação antiga – a única que assisti até o momento – eu me surpreendi com o livro. É incrível como o autor sempre me surpreende e me deixa conectada, extasiada, às suas histórias. Com essa não foi diferente.

E foi ainda mais incrível ver a maneira como ele descreveu a perda através de cada personagem, todas de formas únicas. Eu me senti tocada pela tristeza da família Creed, me arrepiei nas cenas mais tenebrosas do cemitério micmac e até mesmo ri nas mais divertidas. Como já é costume do King, as cenas são bastante descritivas e os fatos são bem detalhados, não deixando brechas para possíveis suposições ou a cargo somente da imaginação. O autor te entrega o sangue e o desespero, tudo de uma vez só e belamente descritos.

O mal também é um personagem presente no livro e é descrito por cada um de uma forma diferente, como se a sua manifestação fosse única para cada um, mas sendo todas assustadoramente maravilhosas. O mal puxa o Louis para baixo e não o deixa escapar em nenhum momento enquanto, ao mesmo tempo, se mantém presente de outras maneiras para os outros personagens. Palmas para a descrição do próprio Wendigo que me deixou admirada e muito, muito medrosa.

Terminei a leitura na segunda-feira, mas ainda sinto que tenho muito a absorver. O final acabou comigo – mesmo eu já esperando por ele. A loucura e o mal andam juntos e isso é perceptível durante a leitura. Sendo uma das melhores leituras do ano – e da vida – se torna extremamente necessária e indispensável para os fãs de terror.


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