Literatura

Resenha: “Ratos do Mar” – Marcel Camp

Título: Ratos do Mar
Autor: Marcel Camp
Quantidade de páginas: 120
Editora Sinna
Gênero: Ficção / Literatura Nacional / Aventura
Ano: 2019
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Compre: Amazon | Editora Sinna
Minha classificação: ★★★ (3/5)
* E-book cedido pela editora

Piratas, tesouros e muita, muita confusão.

É 1715, início do século XVIII, e a pirataria e o contrabando ainda são praticas comuns ao redor do mundo. Ana Valentim é uma moça jovem e esforçada que repudia essa escória da humanidade, os piratas. Porém, tendo um coração bondoso, Ana se vê em dúvida ao enxergar um homem velho caído na praia à beira da morte. Decidida a ajudá-lo a garota chega mais perto do desconhecido, o qual lhe entrega um mapa em branco e a diz para encontrar Florester, pois ele – e somente ele – poderá encontrar a “Condessa que voa”. E, por hipótese nenhuma, esse papel deve cair nas mãos dos homens azuis.

Mesmo que isso pareça ter saído de uma mente insana e sem indícios de veracidade, Ana decide procurar o desconhecido Florester e realizar o último desejo do moribundo. Para isso será necessário ajuda, e é então que os caminhos de Ana e Miro Tacobel se cruzam, sendo esse o homem que salvou a vida da moça em um momento de desespero. Juntos os dois irão passar por grandes aventuras e deixar florescer uma amizade única e diferente.

Entretanto, mesmo que tudo pareça flores à princípio, os dois jovens não são os únicos atrás de Florester e do tesouro perdido. Capitão Simon Flame, um corsário da corte conhecido como “o Impiedoso”, deseja veemente o mapa, que agora está nas mãos de Ana, e fará de tudo para consegui-lo, até mesmo matá-los.

Composto por algumas belas artes que preenchem o livro – e ajudam nossa imaginação a compor o cenário -, Ratos do Mar ganhou uma linda edição pela Editora Sinna que nos leva com precisão para dentro de uma fantasia nacional repleta de piratas e tesouros.


“Eu posso parecer um estúpido, vagabundo, golpista, trambiqueiro, enfim, um Rato do Mar como me chamam, e talvez eu seja, mas uma coisa que eu nunca corrompi em todos esses anos de pirataria foi o meu coração, Ana.”

Uma fantasia que tinha todo o potencial para me conquistar.

Eu adoro histórias que envolvam mar e piratas! Acho que esse tema expande um ótimo cenário para fantasias, ainda mais quando são bem escritas. Por isso, embora eu tenha gostado do livro e apreciado a leitura, achei que a história no geral e a escrita do autor resultaram em algo infantil, parecendo até mesmo bobo algumas vezes. Havia momentos em que eu não conseguia levar os diálogos e as próprias cenas à sério.

Por mais que eu tenha me divertido e torcido para os personagens, inclusive adorei a amizade inusitada entre Ana e Miro, suas atitudes pareciam diversas vezes infantis. A pressa com que o enredo é construído também me passou uma má impressão, já que há vários leques dentro da história que poderiam ter sido explorados mais profundamente e com mais páginas. Por exemplo as ameaças marítimas, que não tem influência ou a aparição que merecem quando a história se passa no mar.

Mas, felizmente, contrapondo a isso, há o humor. Em várias cenas eu ri das trapalhadas e desentendimentos de Miro, que não sabe o significado da maioria das palavras. Em uma cena específica, onde a dupla monta em vaquinhas, lembro de ter gargalhado e rido alto, de tão engraçado que a cena me pareceu. Imaginar aqueles dois daquela maneira nada convencional me fez perceber o quanto os protagonistas são jovens e ainda imaturos em certas decisões, os tornando assim verdadeiros nesses momentos.

Agradeço a editora por ter me proporcionado a chance de conhecer a obra e a escrita do autor, ainda mais de modo antecipado à venda. Fico muito feliz em conhecer novas obras nacionais e prestigiar os seus devidos criadores, algo que deveria ser feito com mais frequência no meio literário. Li o livro em apenas dois dias, pois, apesar dos detalhes que não apreciei, a leitura fluiu muito rápido e de forma muito dinâmica, fazendo com que eu sentisse prazer em acompanhar os personagens e sentisse curiosidade para saber o desfecho. Apesar de tudo, confesso, foi uma leitura que me fez querer voltar a ler, já que comecei outros livros e não tive nenhuma vontade de terminá-los (a famosa ressaca literária).

Acredito que para os mais jovens essa é uma ótima maneira de ter o primeiro contato com fantasias e se apaixonar pelo gênero. Com uma leitura fácil, um ritmo fluido e uma história leve e engraçada, Ratos do Mar conquista o leitor com sua simplicidade e facilidade, criando uma protagonista mulher forte e decidida em suas ações, bem do jeito que eu aprecio e admiro.


“Acho que acima de tudo, minha jovem, o nosso espírito é o que sempre foi o nosso verdadeiro tesouro.”


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