Rilakkuma e Kaoru é um anime original da Netflix realizado através da arte de stop motion. Nele conhecemos Kaoru, uma mulher que está na faixa dos 30 anos de idade e que divide o seu apartamento com três amigos peculiares: dois ursos de pelúcia e um passarinho de pelúcia. A cada episódio sabemos melhor sobre como é a vida e a rotina de Kaoru morando longe de seus familiares e como ela lida com os “problemas de adulto”, seja no emprego ou até mesmo em pequenos detalhes dentro de casa.

É fácil se identificar com Kaoru, mesmo que diferente da protagonista você ainda more com os pais ou não tenha um emprego fixo. Eu digo que a identificação é fácil de surgir, pois Kaoru, assim como nós jovens adultos, também está tentando se encaixar em um lugar que seja seu e entender o que é melhor para si. Ela tem dúvidas sobre morar sozinha e não conseguir subir em seu cargo; ela tem indagações sobre se apaixonar e não continuar sozinha; e ela também sente falta das amizades joviais e do tempo em que era possível reunir todas as amigas juntas.

As mensagens estão nos detalhes.

Além de Kaoru ser uma personagem simples, mas incrível, ela também nos mostra que podemos – e devemos – aproveitar cada detalhe de nossa vida e que as dificuldades estão ali apenas para serem superadas e combatidas. Seus melhores amigos, os ursos Rilakkuma e Korilakkuma e o passarinho Kiiroitori, estão ao seu lado para lhe apoiar, mas também estão ao seu lado para lhe abrir os olhos quando necessário, mostrando assim que há momentos em que todos nós merecemos um puxão de orelha e uma orientação de alguém que olhe de fora do nosso pequeno círculo de conforto.

Kaoru também sofre com as dificuldades mais banais da vida, assim como todos nós sofremos. Há momentos em que a protagonista não consegue se decidir entre duas opções, e por isso ela se vê como uma pessoa indecisa que não consegue tomar nenhuma decisão própria. Mas qual é o problema em querermos as duas opções, ao invés de só uma? Em outros momentos Kaoru se vê cheia de dívidas porque viciou em fazer compras pela internet de coisas que nunca chega a usar. E novamente, quem nunca fez isso?

Muitas vezes Kaoru se sente diferente e até mesmo excluída por não ter um namorado, pois seu jeito certinho a faz não ser convidada pelas colegas de trabalho para possíveis encontros às cegas. Porém, contrapondo à isso, há seus três amigos de pelúcia que sempre a recebem com abraços calorosos e muitas celebrações de alegria quando a jovem chega em casa após um dia estressante de trabalho. Então, mesmo que se apaixone depois por um entregador que mal sabe o seu nome, ela vive cada momento ao lado dos três melhores amigos e com isso nos mostra que nós também devemos aproveitar os nossos pequenos e simples momentos. Afinal, a vida não irá parar para esperar que você decida vivê-la, mas continuará passando mesmo que você tente ir contra.

“Fazer o que você pode para retribuir é o suficiente.” 

Pessoas mudam, momentos passam, mas o que é importante sempre ficará intacto em cada ação e em cada lembrança. Rilakkuma e Kaoru é uma dessas ações gostosas de se ter contato e que marcam a nossa mente e nosso coração de maneiras inimagináveis. E, tão importante quanto as mensagens, também é a fofura e carisma de Rilakkuma, Korilakkuma e Kiiroitori, os bichinhos de pelúcia mais amorosos e fofos que você irá conhecer. Acreditem em mim quando digo que é impossível não morrer de amores por essas três belezuras – e não querer ter para si ao menos um deles.

Com apenas 13 curtos episódios o anime consegue nos tocar de forma profunda e latente, mesmo que seja um pouquinho de cada vez. No final de cada episódio há uma frase simbolizando o aprendizado de tais ações, e é quando você realmente entende o tamanho e a significância da história que acabou de ser contada. Por isso o anime não é para ser assistido de uma vez – só se você quiser, aí não tem problema -, mas, sim, aos poucos para absorver cada mensagem e ensinamento.

Kaoru e seus companheiros de pelúcia tem muito a nos ensinar e espero que mais surpresas agradáveis estejam nos reservadas para uma possível segunda temporada, pois, acreditem, já não consigo viver sem pensar em como a minha protagonista preferida reagiria em meu dia-a-dia.

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