Queer Eye: uma luta por autoaceitação
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Queer Eye: uma luta por autoaceitação

Você já ouviu alguém dizer que certa série ou filme foi feito especialmente para ele? E reality show? Você já ouviu esse termo relacionado a esse tipo de mídia ou tem hábito de assisti-los? Eu sempre gostei de reality shows, principalmente os produzidos pela MTV, como Catfish, Jovens e Mães, LA Ink e Just Tattoo of Us, mas nenhum desses conseguiu tocar o meu coração e me emocionar tanto como Queer Eye, o meu novo reality show preferido.

E aqui eu usarei novamente mais um termo para exemplificar: você já ouviu dizerem que um livro não lhe agradou porque você não o leu no momento certo da sua vida? Pois então, eu assisti à Queer Eye exatamente no momento em que eu precisava. Era uma noite pesada, carregada de estresse e dores, onde eu precisava apenas de algo que me acalmasse e me fizesse sorrir. Comecei a assisti-lo de forma despretensiosa, mas ao final do primeiro episódio eu já estava debulhada em lágrimas e pensando em como poderia existir pessoas tão maravilhosas como os Cinco Fabulosos.

Queer Eye: uma luta por autoaceitação
Reprodução: Google

Quem são os Cinco Fabulosos?

Chega a ser difícil falar sobre esse reality show sem enaltecê-los e sem colocá-los como pessoas mágicas e especiais. Cada um tem o seu encanto e profissão próprias, mas a maneira como eles se complementam é um belo exemplo de como a amizade pode ser crescente e aditiva.

Tan France, Jonathan Van Ness, Bobby Berk, Karamo Brown e Antoni Porowski (respectivamente na imagem acima) são homens homossexuais e nenhum deles têm vergonha de assumir isso. Afinal, por que deveriam ter? Os Cinco Fabulosos, como são carinhosamente apelidados, são auto suficientes e especializados cada um em uma área.

Tan é quem fica encarregado por auxiliar os participantes na compra das roupas, dando dicas de como enfatizar o seu estilo e como se vestir de modo apropriado para a sua idade, sem querer em nenhum momento mudar o estilo do outro. Já Jonathan é cabeleireiro, ficando a seu cargo dar um “up” na aparência central do convidado e, ainda, ajudá-lo com produtinhos que irão beneficiar a pele e intensificar os cuidados – e é claro que nisso tudo também entra o auxílio em trabalhar a auto estima e o amor próprio. Enquanto isso Bobby fica encarregado pela casa, deixando-a mais aconchegante e dando um toque pessoal de cada participante, tornando assim o local uma parte a mais de cada um. O Karamo é especializado na parte de cultura, sendo assim seu papel trazer à tona o que está afligindo cada pessoa e como se pode trabalhar isso. Por fim temos o Antoni que é o responsável pela cozinha, ficando como seu dever ensinar alguns pratos para os participantes ao mesmo tempo que, com isso, desperta em cada um lembranças e motivos para seguir em frente.

Tradução livre: “Você é forte, você é uma música da Kelly Clarkson, você consegue.”

Masculinidade, amor próprio e liberdade de ser quem você é.

Não é segredo para ninguém que eu chorei em todos os episódios da primeira temporada e me emocionei em todos os outros das demais. Os Cinco Fabulosos têm uma forma incrível de fazerem com que nós, espectadores, nos envolvamos profundamente com cada participante e sua respectiva história.

Sendo os participantes a maioria homens – e héteros, vemos de perto em como a masculinidade tóxica é prejudicial não só para as mulheres, mas também para os próprios homens. A discussão sobre ter cinco homens gays dentro de suas casas sempre é colocada em pauta, pois é algo que não fariam habitualmente ou até mesmo nunca fizeram. E, ainda, o mais difícil: admitir que esses cinco homens gays são os responsáveis por suas mudanças e crescimentos pessoais.

É falado constantemente em como devemos perder o medo de pedir ajuda, e isso é falado especialmente para os homens porque há, sim, essa barreira de que homens não precisam de ajuda, mesmo que venha da família ou da esposa/namorada. Eles conseguem fazer tudo sozinhos, superam os momentos tristes sozinhos e não precisam de ninguém dando conselhos ou abrindo os olhos. Os Cinco Fabulosos quebram essa barreira e mostram o quanto é importante ter esse auto cuidado, mas também se deixar ser cuidado. Você não precisa ser forte o tempo todo, você não precisa sorrir todos os dias. Você apenas precisa cuidar de si e deixar que pessoas que te amam façam o mesmo.

Com essa evolução vem junto o aprendizado de amor próprio e a liberdade de poder ser quem você realmente é. Independente se o participante é homem ou mulher, hétero ou homossexual, trans ou cis, todos têm algo em comum: a dificuldade em desenvolver a auto aceitação. É difícil cuidar de si mesmo e se aceitar. Há problemas com o corpo, com a estética, com a orientação sexual, mas há caminhos para a liberdade que devem ser trilhados, e é para isso que os Cinco Fabulosos estão ali, para mostrar esse caminho e lhe dar um forte empurrão.

Reprodução: Google

Ensinamentos e aprendizados.

Mas os Cinco Fabulosos não transformam apenas os participantes, como também conseguem mudar o interior de cada telespectador, assim mudando aos pouquinhos uma pessoa de cada vez até poderem alcançar o mundo. Particularmente é difícil expressar precisamente sobre como o reality show tocou o meu coração e transformou um pedaço de mim, mas a mudança é visível e é isso que importa.

Queer Eye não é um reality show como os outros, ouso dizer que, mesmo sendo inspirado em um antigo, é único. Os Cinco Fabulosos quebram a barreira imposta pela sociedade e nos mostram a importância de sermos quem nós queremos ser; a importância de aprendermos com os nossos erros, mas também com as nossas conquistas; a importância das pessoas que vivem ao nosso redor; e, talvez o mais latente, a importância de se sentir auto suficiente.



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1 thought on “Queer Eye: uma luta por autoaceitação”

  1. Hoje e dia das mães e tudo oque eu mais queria era poder escrever uma carta para os Queer Eye, eu os amo admiro tanto, e sinto que eu preciso dizer isso para elas todas, sao lindas e ajudam tanto as pessoas

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