Eu joguei Detroit Become Human
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Eu joguei: Detroit: Become Human

Apesar de ainda faltarem três meses para 2019 terminar, já posso afirmar que Detroit: Become Human foi um dos melhores games que tive contato esse ano. Sei que esse estilo de jogo, com foco na história e menos na jogabilidade, não chega a ser o predileto de muitos jogadores, e por isso há um público alvo mais restrito e específico. Mas, confesso, que esse tipo de game entrou para os meus queridinhos, afinal o meu game preferido da vida, Life is Strange, é baseado exatamente nessa jogatina.

Por conta disso sei que Detroit: Become Human não irá agradar a todos, e nem está no mercado para isso. Mas sei também que você que se propôs a conhecer os androides Connor, Markus e Kara deve ter sentido ao menos uma porcentagem de empatia e compreensão pela causa de cada um, e acredito que é nisso onde está a surpresa.

Os três androides podem, no início, aparentar serem protagonistas de mais uma história sobre robôs e como a tecnologia pode afetar negativamente o mundo, mas não se engane, pois o game não é apenas sobre isso. Detroit: Become Human engloba temas como revolução, igualdade e livre-arbítrio.

Eu joguei Detroit Become Human
Reprodução: Google

Três personagens, várias possibilidades.

Assim como os demais games de escolhas, nesse também há inúmeras possibilidades e caminhos para serem tomados. Qualquer escolha, cada passo, será crucial para o desfecho dos seus personagens. Sendo assim você terá a oportunidade de trilhar o presente e se preparar para o futuro de três personagens: Connor, Kara e Markus (o destaque na foto acima).

Connor é o novo modelo lançado pela CyberLife e tem como objetivo auxiliar os policiais em casos de divergentes. Mas o que são esses divergentes? Bom, divergentes são androides que, por um motivo ainda desconhecido, estão conseguindo se libertar das leis – ou seriam amarras? – robóticas e assim criar ações e pensamentos próprios, trazendo um grande horror e confusão na mente humana, já que os androides são feitos para, acima de tudo, servi-los.

Do outro lado há Kara, um modelo de androide que tem como intuito ser uma dona de casa, ou seja, servir, cozinhar e obedecer os patrões. Porém no lar em que Kara é inserida não há amor ou respeito, pois Todd, o seu dono, é um homem extremamente abusivo e violento com a filha Alice, uma menininha muito apegada à androide. Isso mesclado aos cuidados de Kara para proteger Alice farão com que a androide se coloque entre pai e filha, criando assim ainda mais caos em um ambiente já hostil.

Enquanto isso em outro lugar vive Markus, um androide que pertence ao famoso pintor Carl Manfred. O androide, diferente dos outros dois, é amado e bem cuidado por seu dono, criando desde o começo uma relação fraterna com Carl, o que inevitavelmente desperta uma inveja fatal no filho do pintor, um garoto mesquinho que odeia androides. Esse ódio afetará pessoalmente Markus e fará com que o androide perca tudo que mais ama, mas, ao mesmo tempo e contrapondo isso, também fará com que ganhe uma força e vontade indestrutíveis em prol de mudanças para o seu povo.

Eu joguei Detroit Become Human
Tradução livre: “Foi a lógica que determinou minhas decisões. Nada mais.”

Um jogo sobre escolhas.

Como eu disse no início do post, Detroit: Become Human não se trata apenas de um game sobre androides e os males da tecnologia avançada, mesmo que aborde isso de forma pertinente e à todo instante, mas também traz – e com maestria – a luta de minorias em prol de sobrevivência e poder sobre si mesmos.

Os androides são produzidos exclusivamente para obedecer, sendo cada modelo exposto para uma área específica. Muitas vezes eles são tratados apenas como um mero objeto, feitos apenas para servir. São quebrados, estuprados e violentados. Não há poder sobre si mesmos, não há decisões, não há fuga. Há apenas a obrigação de ser o que a CyberLife estipula.

E é por isso que quando Markus se vê sozinho e percebe que o seu povo, aqueles que assim como ele são obrigados a seguirem um padrão sem opinião própria ou escolha, precisa de ajuda uma revolução é colocada em prática. Mas cabe a você – o jogador – decidir se será uma luta pacífica, com o risco de não serem escutados e baixas de androides, ou uma guerra iminente, onde mortes não poderão ser evitadas até que direitos sejam estipulados.

Eu joguei Detroit Become Human
Reprodução: Google

Que tipo de humano você é?

Cada escolha traz junto um peso no futuro e afetará intimamente o seu destino, tornando assim cada ação em uma indecisão sobre o que é realmente certo ou errado. E é então que a reflexão vem à tona: os divergentes estão errados por pedirem direitos e respeito? É certo que o ser humano os tratem como lixo, objeto? E como isso pode se remeter tanto a nossa atualidade?

Essa luta por igualdade e direitos humanos acaba sendo real demais e até sufocante demais; uma luta por liberdade, por uma vida. É emocionante lutar ao lado de Markus, fugir com Kara e crescer pessoalmente com Connor, e chega a ser ainda mais difícil presenciar a crueldade e raiva humanas.

Detroit: Become Human é um jogo sobre escolhas, e as suas escolhas irão ditar que tipo de pessoa você é. Descubra de que lado você está, e caso não concorde com os ideias dos androides sugiro que reveja os seus conceitos e jogue o game novamente, pois há muito o que se aprender e sentir com os protagonistas.


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