Literatura

Resenha: “Os Sete Maridos de Evelyn Hugo” – Taylor Jenkins Reid

Título: Os Sete Maridos de Evelyn Hugo
Autora: Taylor Jenkins Reid
Quantidade de páginas: 360
Editora Paralela
Gênero:
 Ficção / Romance / LGBTQI+
Ano: 2019
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Compre: Amazon
Minha classificação: ★★★★★ (5/5) 
* E-book cedido pela editora

Entre tantas paixões, quem foi o amor da vida de Evelyn Hugo?

Evelyn Hugo é uma das maiores estrelas do cinema. Até mesmo com seus 79 anos Evelyn ainda arranca suspiros por onde passa. Sendo atualmente dona de uma quantia milionária, nem tudo pelo qual ela passou e suportou para chegar em tal posto desejado podem ser vistos somente com flores e alegria. Houve muito trauma, muitas dores e muitos abusos engolidos à força. A busca pela fama teve um preço, um preço pelo qual Evelyn estava disposta a pagar.

Sua fama foi conquistada e hoje, além de ser reconhecida por seus inúmeros filmes e indicações ao Oscar, Evelyn Hugo é bastante conhecida por ter sido casada sete vezes. Casamentos esses envoltos de muita discussão e fofocas na mídia, onde nunca era exposto a verdade. Por conta disso Evelyn decide abrir as portas de sua casa para Monique, uma jornalista da revista Vivant, e contar detalhe por detalhe sobre o que realmente aconteceu em sua vida. Sem mentiras, sem rebocos. Apenas a verdade sobre Evelyn Hugo.

Monique então, atualmente recém-separada e com uma carreira nada promissora, é impelida de escrever a biografia de Evelyn Hugo, sendo escolhida pela própria. A jornalista sabe o que isso pode lhe proporcionar e o quanto isso será importante para que a sua carreira deslanche positivamente, mas, mesmo assim, ainda não entende o motivo de ter sido escolhida à dedo, afinal não faz nada mais do que pequenos textos publicitários na Vivant. E por que, além disso, a biografia de Evelyn só pode ser lançada após a morte da celebridade? Quanto tempo isso levará e por que essa espera é necessária?

Através de uma mescla de duas narrações em 1° pessoa, de Evelyn e Monique, a história traz o leitor para mais perto de ambas personagens e mostra o íntimo, o pessoal, de cada uma delas. As duas mulheres são completamente diferentes, opostas, mas, apesar disso, fica claro que cada uma irá aprender muito com a outra, assim como nós aprenderemos com as duas.

Por abordar a partir da década de 1950 o preconceito (o racismo e a homofobia) e o machismo são raízes profundas da época, sendo expostos assim a rivalidade feminina, a violência doméstica e a necessidade de transformação do corpo e da identidade para seguir padrões impostos, como também a descoberta da amizade verdadeira, do amor e da sexualidade.


“Ah, eu sei que o mundo prefere mulheres que não têm noção do próprio poder, mas estou de saco cheio disso.”


Como não amar e odiar Evelyn Hugo?

QUE LIVRO! E QUE PERSONAGEM! Terminei a leitura há poucos dias, mas ainda me sinto sem palavras para descrever a experiência que esse livro me proporcionou. Foram tantas mentiras desmascaradas, tanto sofrimento e ações imprudentes, tudo sem nenhum arrependimento por parte da personagem, que a cada avanço eu só conseguia ficar mais encantada com o livro.

O início foi lento e arrastado, se tornando à princípio uma leitura cansativa, mas depois fluiu tão bem que nem me dei conta quando li mais de 100 páginas em um só dia. Não tenho como descrever a escrita da autora que me manteve a todo momento na expectativa do próximo acontecimento e das revelações que iam surgindo a todo momento. Por isso a história se mostrou bastante dinâmica ao intercalar entre as duas narrações e trechos de reportagens e notícias da época, mostrando a distância da veracidade do que realmente aconteceu e do que a mídia anunciava.

Evelyn é uma personagem extremamente complexa e que viveu nos moldes e padrões que sua época e fama determinavam, então saber sobre a sua história – dessa vez sem fachadas – foi algo espetacular e sensacional para mim. Ela me deu raiva, pois é uma mulher manipuladora e que não teve limites ao querer alcançar (e manter) a fama, mas ao mesmo tempo também me cativou através de seus sentimentos simples e sinceros. A sua história de amor com outra mulher é linda e me fez suspirar em várias partes, deixando meu coração quentinho em certos momentos, mas também me enchendo de indignação em outros. Até mesmo os seus traumas e momentos de abuso me deixaram mal junto com ela, sendo às vezes uma leitura difícil.

Eu me conectei à Evelyn e me senti parte dela. Assim como me senti parte também de Monique e cúmplice das duas. Cada revelação era uma bomba jogada em meu colo, me deixando cada vez mais ansiosa para o desfecho da história de Evelyn e Monique. E o final? Estou sem palavras até agora com tal acontecimento. Pensei em várias respostas, mas nada chegou aos pés do que encontrei.

Por isso sinto que preciso ler tudo que essa autora publicou e irá publicar, assim como também devo espalhar a palavra desse intenso e belo livro. Os Sete Maridos de Evelyn Hugo é um drama cheio de reviravoltas e surpresas que causam muita dor no coração de Monique e também no nosso. Não é uma leitura leve ou divertida, apesar de haver momentos em que o riso pode aparecer. Mas, sim, é uma história tristemente encantadora sobre alcançar os seus sonhos, encontrar a si mesma e aceitar o amor que o mundo se dispôs a lhe entregar.


“Acho que ser quem a gente é – de verdade, e por inteiro – sempre vai exigir nadar contra a corrente.”



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10 thoughts on “Resenha: “Os Sete Maridos de Evelyn Hugo” – Taylor Jenkins Reid”

  1. Oie, tudo bem? Eu já vi esse livro muito por aí, mas não fui, até então, procurar sobre o que era. Fiquei interessada na leitura, especialmente porque a personagem não é heteronormativa, mas não leria agora, pois estou buscando outros tipos de leitura. A imagem da Evelyn é muito próxima de quem é fã de alguma celebridade, eu acho, e creio que isso nos aproxima bastante dela. Acho que é uma narrativa que tem tudo para ser cativante 🙂 Obrigada pela dica!

  2. Caramba, que tipo de leitura diferente. Eu tinha visto essa capa e sinopse em algum grupo literário que participo no WhatsApp. Mas, não tinha me aprofundado em saber o que se tratava realmente a história.
    Gostei da sua resenha e achei o máximo sua nota. Sinal que a leitura realmente mexeu com você.

    Beijão

  3. Oiieeee

    Eu sou louca pelos livros da Taylor Jenkins, ela nunca decepciona e sempre tem personagens incriveis. Evelyn Hugo me parece que é o melhor dos melhores dela, e com certeza é uma daquelas estórias que sei que vou amar, até porque além de amar a escrita da autora, tb adoro cinema e essas celebridades da Hollywood dourada. Mesmo sendo ficticia me parece que a Evelyn é daqueles personagens que traz um realismo que envolve o leitor completamente. Ah que curiosidade em ler esse livro logo, tá na minha lista.

    Beijos

    http://www.derepentenoultimolivro.com

  4. Oi, tudo bem? Que resenha mais incrível. Gostei de tudo o que você pontuou sobre a livro. Me chamou atenção também esse último quote. Interessante pensar que muitas pessoas pensam dessa forma. Se sentem desconfortáveis com mulheres que possuem um certo poder. Não conhecia mas fiquei bem curiosa para ler. Um abraço, Érika =^.^=

  5. Acho maravilhoso quando finalizamos uma leitura e ela nos cativa de uma forma que nem temos palavras para descrevê-la. É a melhor sensação que podemos encontrar em um livro. Uma pena que no começo tenha sido um pouco lento, mas que após isso te cativou de uma forma surpreendente. Eu ainda não conhecia o livro, para ser sincera, e a forma como você relatou os acontecimentos me chamou atenção. Gostei!

    Beijos,

  6. Olá

    Fiquei curiosa pelo livro quando vi na edição da TAG e estou eufórica porque a personagem é bem real e carregada de marcas da sociedade que cresceu e foi obrigada a viver e assim foi sendo levada por sua personalidade, regras sociais e tudo mais.

    Beijos

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