Literatura

Resenha: “A Porta Trancada” – Aline Cristina Moreira

Admito que romances de época nunca me chamaram muito a atenção. Lembro quando saiu os primeiros livros da autora Julia Quinn e como aquele baque entre os leitores de romance me atingiu, mas com menor força. Também lembro de, mesmo assim, já ter colocado inúmeros livros do gênero na minha lista de leitura, mas logo depois desanimar e desistir de inicia-los. Entretanto agradeço por A Porta Trancada ter passado por minhas leituras e ficado.

Tenho um grande problema com romances em geral, principalmente com relação aos personagens masculinos que em sua maioria me parecem abusivos e exagerados, mas o quão fiquei grata quando percebi que nesse romance o nosso mocinho ia exatamente pelo caminho oposto desse famigerado bad boy que tanto me irrita. Que grata surpresa foi ler A Porta Trancada e me sentir encantada à cada página!


Título: A Porta Trancada
Autora: Aline Cristina Moreira
Quantidade de páginas:
 188
Editora Sinna
Gênero:
 Ficção / Romance de época
Ano: 2019
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Compre: Amazon | Editora Sinna
Minha classificação: ★★★★ (4/5)
*E-book cedido pela editora

Uma releitura cativante do original “O Barba Azul”

Damien Leclerc fez, mesmo que contra a sua vontade, uma promessa ao seu pai quando o matriarca da família estava à beira da morte: para conseguir usufruir da fortuna deixada pelo pai o conde, até o momento o único herdeiro da família Leclerc, teria o prazo de 10 anos para se casar e ter um herdeiro. Essa promessa pode parecer banal para alguns, mas Damien já se casou três vezes, havendo um certo mistério e segredo que rondam a morte das esposas.

Após se passar sete anos, sendo atualmente o ano de 1804, Damien se encontra perdido. Agora com 28 anos, má fama e desfrutando de uma vida promíscua, cheia de bebedeiras e bordéis, o conde se encontra prestes a perder a sua fortuna. A sorte dele é que Michel, seu melhor amigo desde a infância, está disposto a ajudá-lo a encontrar sua alma gêmea e concretizar o que é exigido pelo testamento.

É por isso que Michel exige que Damien compareça ao baile da Madame Gauthier, o local perfeito para começar a mudar o que as pessoas pensam sobre o amigo e também para ele conhecer, quem sabe, a sua futura esposa. Mesmo que Damien não espere, será nessa noite inesperada que ele conhecerá a inteligente Camille Dubois, uma jovem que não liga para o que os outros dizem a respeito do conde e que se difere bastante do resto das mulheres de sua sociedade.

Camille está prestes a completar 21 anos, o que a coloca como principal alvo de sua mãe quando o assunto é conseguir um pretendente. Ela é alegre, sapeca e brincalhona, sempre adorando compartilhar as tardes ao lado da irmã mais nova.

Com uma ambientação na França, Camille e Damien explorarão as sensações de um primeiro amor, lutando lado a lado contra as fofocas da sociedade. Mas será que Damien diz a verdade quando afirma que não é o culpado pelas mortes das ex-esposas? Se isso é verdade, então qual foi a causa da morte delas? E afinal, que segredo é esse que Damien afirma em guardar para si e não contar para ninguém?


“Sempre lhe frustrava a maneira como sua mãe lhe dizia que precisava conseguir um marido. Era como se o único objetivo de sua vida fosse esse.”


O meu primeiro romance de época.

Esse foi o meu primeiro contato com romances de época e acredito que acertei em cheio na escolha. Além de ter o lido no momento certo, o livro apareceu exatamente quando eu precisava de uma leitura mais leve, o que acabou resultando em um ritmo bastante fluido, sendo assim finalizado em três dias.

Confesso que o romance me surpreendeu de várias maneiras. Primeiro por ter uma escrita muito fluida e fácil, pois mesmo utilizando certas palavras de difícil compreendimento e desconhecidas para mim isso em nada afetou a fluidez da narração. Em segundo lugar por ter uma história romântica e engraçada que me tirou vários risos e suspiros.

Eu adorei os personagens, principalmente o casal principal, e posso dizer que isso é raro em romances (algo que me faz não ler com tanta frequência o gênero). O Damien é encantador e a Camille é inspiradora. Até os personagens secundários não ficam para trás, me conquistando cada um com seu jeitinho peculiar e único – e aqui abro um adento para o Michel, que foi o dono da maioria das minhas risadas -. Fiquei com saudades de todos depois que finalizei a leitura.

E em terceiro lugar eu quero pontuar que me senti muito envolvida com a história e o mistério sobre o segredo de Damien. Nunca li O Barba Azul, conto original que resultou nessa linda releitura, então não sei quais são as semelhanças entre os dois, mas talvez por isso eu tenha ficado tão surpresa com o desfecho e o segredo, pois foi algo que não imaginei em nenhum momento.

Assim como foi para mim, acredito que A Porta Trancada é um ótimo passo para quem quer começar a ler romances de época, já que a escrita não assusta e nem distancia o leitor da obra. Espero que esse romance nacional alcance o máximo possível de amantes do gênero e por isso aproveito para deixar aqui o meu agradecimento à autora por ter escrito essa obra tão cativante e apaixonante, sendo exatamente o que eu precisava no momento, mas que nem eu mesma sabia. Não percam a oportunidade de lê-lo, mesmo que você goste mais de romances contemporâneos, e desfrutem cada minuto ao lado dos personagens.


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8 thoughts on “Resenha: “A Porta Trancada” – Aline Cristina Moreira”

  1. Olá, tudo bem? Eu, como uma grande fã do gênero, não poderia de deixar anotar a dica. Eu realmente me apeguei no gênero desde o início, e agora não paro mais de ler. Adorei saber a sua opinião sobre essa obra, sobre ter gostado, e espero em breve dar uma chance. Dica mais que anotada!
    Beijos!

    1. Olá, Ana!
      Sei como gosta do gênero, e por isso espero que seja uma leitura maravilhosa para você. Já adianto que é quase impossível não se apegar a esse casal, eu mesma tive que me render aos dois, hahaha.

  2. Oi, eu amo romances de época e fico feliz ao ver que você gostou desse. Achei incrível ter essa espécie de releitura de O barba azul, fiquei ainda mais curiosa para ler e descobrir o segredo do personagem.

    1. Eu especulei várias coisas sobre o segredo do nosso “mocinho”, mas não acertei! Confesso que foi algo que nem me passou pela cabeça, e por isso foi tão bom descobri-lo. Uma surpresa que me fez gostar ainda mais do livro!

  3. Olá,
    Eu também nunca li o conto do Barba Azul, mas sei por cima da história. Gostei de ser uma releitura, geralmente aprecio este tipo de livro. Não sou muito fã de romance de época mas acho que daria uma chance a esse.

    1. Eu não sei basicamente nada do Barba Azul, ou ao menos não me lembro, mas isso não foi um problema na leitura, menos mal. Eu também não sou fã de romance de época, mas adorei ter contato com esse.

  4. Assim como você eu tenho receio com romances de época e romances em geral, após muito tempo lendo romances. Odeio os personagens bad boy, sinceramente me cansou todo esse esteriótipo chato em cima dos homens, quando há possibilidade de criar personagens incriveis.
    Gostei muito de saber que esse livro foge disso ainda mais sendo de epoca e agora estou curiosa para ler.

    Silviane, blog Memento Mori• Siga no Instagram: @kzmirobooks

    1. Concordo com você, Silviane!
      Eu também não gosto desse tipo “machão” de personagem, seja em romances de época ou atuais. Isso só faz com que eu me afaste do gênero, então quando encontro um que vai no rumo contrário disso já fico feliz e ansiosa para indicá-lo, pois realmente vale a pena ser lido.

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