Há uns dois anos descobri meu amor por fantasias. Nunca fui de ler ou assistir histórias do gênero, justamente por imaginar que não me agradariam. Porém depois de começar a jogar D&D e conhecer o mundo tão mágico desse RPG, fiquei com vontade de consumir o que podia e fosse semelhante, iniciando assim minha caminhada dentro do gênero pela leitura de Nildrien – O Pergaminho.
Depois disso li algumas obras de fantasias, em sua maioria nacionais que são as que mais me conquistam. Agora, sempre que posso coloco um livro do gênero na lista de leitura e também na de desejados, sempre me dando essa oportunidade de conhecer um novo mundo.
Exatamente por isso fiquei tão curiosa e instigada para saber como seria o mundo de Mil Cantos. A leitura traria uma fantasia diferente de tudo que já li ou assisti, e isso me deixou animada e com medo ao mesmo tempo, já que corria o risco de não gostar, o que, felizmente, não ocorreu, pois adorei a história, os personagens e o mundo criados pelo autor.
Título: O Tratado dos Mil Cantos
Autor: Rafael Dias
Quantidade de páginas: 224
Jambô Editora
Gênero: Ficção / Fantasia
Ano: 2019
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Minha classificação: ★★★★ (4/5)
* Livro cedido pelo autor
Adentre em Mil Cantos e conheça os seus segredos
Uma guerra está prestes a explodir colocando os deuses inferiores contra o deus de todas as coisas, Hsamash. Os reinos de Mil Cantos já se encontram adiantados, com soldados deixando rastros de matanças por onde passam e com uma rivalidade entre os donos dos tronos predominando cada reino. A guerra não poderá ser impedida, e muito menos parada. Mas, talvez, um grupo de desconhecidos possa ser parte importante desse momento histórico.
O ritual à Annira irá começar! O evento em questão exige que um grupo de guerreiros – e escravos – lutem entre si até a morte, resultando em um lado composto pelos ganhadores das batalhas e do outro o sangue que será servido como sacrifício à deusa. Será nesse local, cheio de fúria e escuridão, que quatro desconhecidos irão se encontrar pela primeira vez e juntos irão tentar pensar em um plano para que todos saiam com vida daquele horroroso ringue de sangue.
Nesse novo grupo conheceremos Anumma, um homem mais velho que perdeu toda a sua família para um incêndio vingativo em Ru, sua morada; Nis-Ibbi, o príncipe de Hciuq que também perdeu sua família para a guerra; Ibarummah, um jovem nômade que foi forçado a se separar de sua família em uma viagem em alto mar; e Rakrem-ne, uma garota que é obrigada a se fingir de menino para garantir a sua sobrevivência nesse mundo onde as mulheres não têm voz, iniciativa ou poder.
Todos os quatro, recém-escravos, são manipuladores dos elementos. Mas não é isso que os caracterizam como especiais ou escolhidos, já que ser manipulador de elementos é algo habitual para todos em Mil Cantos. O que os difere de todo o resto é que esse encontro não é obra do acaso, mas, sim, predestinado para o grupo. Há uma conexão existente entre eles – um objetivo -, mesmo que nenhum ainda desconfie disso.
O Tratado dos Mil Cantos é uma fantasia nacional inspirada na mitologia mesopotâmica, algo que eu ainda não havia tido contato. A história intercala-se entre a vida de cada um dos personagens principais, para assim conhecermos suas vivências e o que os levaram até o atual momento, e a própria história do mundo de Mil Cantos, nos recheando com informações sobre a Grande Guerra e outros momentos importantíssimos para a construção desse universo.
“O deserto, que já foi meu lar, já testemunhou uma guerra. O que falta para entenderem que a guerra não leva a nada? Por que sempre querem mais? Onde os deuses estão para nos ajudar?”
Prepare-se para uma fantasia de tirar o fôlego
No início da leitura me senti bem confusa, tanto por causa dos nomes diferentes como por não saber exatamente o que estava acontecendo. Mas depois, ao longo da leitura, a confusão foi passando e consegui entender mais as situações do prólogo e também me acostumar com os nomes dos personagens.
Essa confusão, para mim, é natural em livros de fantasia, já que não é um gênero que leio com frequência, mas que gosto bastante quando me deixo dar uma oportunidade para tais histórias. E é claro que esses sentimentos de confusão e, depois, de apreciação também foram frequentes nessa leitura.
Isso, provavelmente, se deve a maneira que o autor apresentou-os, pois cada um teve um momento para contar sua história e a deixar marcada, junto com seu nome, na minha mente, e, admito, que esse foi o ponto alto da narração para mim. Eu adorei conhecer a história de cada personagem através de suas próprias palavras e isso fez até com que eu me conectasse mais rapidamente com eles, com seus objetivos e também com suas vivências. Isso tornou a minha experiência de leitura ainda mais rica e envolvente.
Gostei de todo o enredo e de como tudo se desenvolveu e gostei ainda mais dos personagens, pois todos têm suas peculiaridades e diferenças, fazendo com que eu me divertisse de diferentes maneiras ao decorrer da leitura. Só fiquei triste porque terminei o livro muito rápido e ficou uma brecha enorme para uma continuação – que inclusive já foi confirmada para mim pelo próprio autor e não sei nem como expressar minha felicidade e ansiedade por esse exemplar!
Após terminar a leitura eu só queria continuar acompanhando os personagens e saber mais de suas novas jornadas, ver como eles iriam lidar com os novos perigos e as novas descobertas, mas isso foi deixado para um futuro livro, o que me entristeceu um pouco. Queria ter tido tudo logo de uma vez, confesso.
Mas, mesmo com essa saudade enorme que já estou dos personagens, foi uma ótima leitura. Gostei muito da maneira como o mundo nesse livro foi criado e como as culturas são tão distintas e abrangentes. Com toda a certeza é uma obra que indico para os fãs de fantasia e de mundos mágicos e incríveis. E agora, mais do que tudo, preciso urgentemente da continuação.
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Oi Thainá.
Eu ainda não tinha lido nenhuma opinião sobre esse livro e através da sua opinião eu fiquei com vontade de lê-lo, especialmente sendo fantasia. Vou adicionar na lista de desejados porque parece ser uma história bem interessante. Obrigada pela dica.
Bjos
Oi, Kênia.
Eu não costumo ler muita fantasia, mas gostei muito desse. Espero que você goste também!
Oie,
Não sou muito de ler livros de fantasia, mas esse me chamou muito a atenção enquanto lia sua resenha. Quem sabe não leio ele em algum momento? Amei a dica!
Se amou a dica, acredito que irá amar o livro! Eu não leio fantasia com frequência, mas sempre me surpreendo quando dou uma chance a livros do gênero, espero que isso também aconteça com você.