Há uns dois anos eu descobri os poemas da Rupi Kaur e instantaneamente me apaixonei. Foi amor à primeira leitura e logo me vi imersa em um gênero que nunca me chamou tanta atenção assim; me vi querendo mais desses textos tão cheios de emoção e intensidade; me vi desejando ter contato com mais e mais poetisas.
É claro que, mesmo sempre dando prioridade para as mulheres, também fiquei curiosa para saber como esses textos eram desenvolvidos através de mãos masculinas, e por isso constantemente adiciono na lista de leituras novos nomes – e desconhecidos por mim – para conhecer no futuro.
No caso do Léo Cruz foi um feliz acaso, já que adquiri o seu e-book gratuitamente em alguma promoção da Amazon. Já estava de olho nesse livro, então não perdi a oportunidade de lê-lo quando chegou a hora.
Título: Ainda não há um furacão com seu nome
Autor: Léo Cruz
Quantidade de páginas: 64
Publicação Independente
Gênero: Ficção / Poemas
Ano: 2018
Skoob: Clique Aqui
Compre: Amazon
Minha classificação: ★★★ (3/5)
Poemas para aquecer e esfriar o coração
Ainda não há um furacão com seu nome traz uma coletânea de poemas do autor Léo Cruz que abordam temas como o amor, a separação, a dor e, por consequência, a superação.
São poemas relativamente curtos, simples e sem nenhuma estrutura específica, muitas vezes me lembrando os próprios escritos das autoras Rupi Kaur e Amanda Lovelace, mas dessa vez sem nenhum toque feminino ou de empoderamento, o que o deixa mais próximo da poesia exposta no livro Textos cruéis demais para serem lidos rapidamente.
Com um eu-lírico apaixonado e, posteriormente, decepcionado, a voz que transborda desses poemas traz muito do próprio autor que expõe para fora os seus maiores e mais íntimos pensamentos sobre a vida e a paixão. Léo Cruz é de Porto Alegre e caso você também seja residente de lá poderá conferir pelas ruas seus poemas colados em muros e postes, já que o autor tem o gosto de compartilhar poesia pela cidade.
Poemas tocantes, mas que não foram feitos para mim
Escolhi esse livro para ler porque gosto desse tipo de poema, esses com quebra de linhas e curtos, e também porque não estava querendo ler nada mais longo. Isso por conta de um mês invadido pela ressaca literária e a zero vontade de ler um livro maior. Mas, infelizmente, não foi uma leitura tão boa assim, não como eu esperava.
Encontrei poemas repetitivos e que não me agradaram, conseguindo entender porque certas pessoas não gostam dos poemas da Rupi Kaur e da Amanda Lovelace. Quero deixar claro que não estou dizendo que os poemas do autor são ruins, mas, sim, que não me identifiquei com os temas propostas e não senti a intensidade que procurava em suas palavras.
Mesmo sendo uma leitura rápida, não foi um livro muito produtivo, já que apenas fiquei passando os olhos pelos poemas e não consegui absorver as sensações e sentimentos de nenhum. Acredito que, talvez, o meu maior problema seja a escrita masculina, já que quando são poemas escritos por mulheres consigo sentir uma conexão instantânea e direta, diferente dessa vez, mostrando mais uma vez que o problema da leitura estava em mim e não propriamente nos textos.
Entretanto para quem gosta do gênero acredito que valha a pena arriscar. Ao contrário da minha experiência, o livro pode sim se tornar um queridinho seu e, ainda, aquele tipo de obra que você deixa na cabeceira da cama só para poder conferi-la toda vez antes de dormir (digo isso, pois era essa sensação que procurei quando o escolhi para a leitura).
Não sei se o recomendo para iniciar no gênero, já que é um livro que pode ser considerado 8 ou 80. Você pode muito bem amá-lo, mas também pode não gostar e isso te deixar com receio de arriscar novamente em coletâneas do gênero. Por isso indico-o mais para aqueles que já tem familiaridade com poemas e que gostam dos temas propostos pelo autor. Para esses leitores apenas digo que arrisquem-se e deem uma chance para a poesia de Léo Cruz.
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