Você já parou para se perguntar o que pode ter acontecido aos animais durante a Primeira e Segunda Guerra Mundiais? Já se perguntou como alguns conseguiram sobreviver e o que aconteceu para que outros tenham morrido? Ou, por exemplo, como a guerra pode ter afetado física e psicologicamente os animais ao redor do mundo, sejam domésticos, de ruas ou de zoológico?
Para entendermos um pouco disso não precisamos nem ir em uma guerra tão longe, tão antiga. Em O tratador do zoológico de Mossul a guerra está em seu auge no ano de 2014, quando o Daesh ocupa a cidade de Mossul, levando para ali as suas doutrinas fanáticas e repreendedoras ao lado de muita chacina e mortes, já que o exército tentará à todo modo salvar aquela população, mesmo que para isso centenas de cidadãos pereçam junto.
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“Onde quer que os humanos sofressem, os animais sofriam também. Sua comida, seus cuidados e suas vidas quase sempre eram as primeiras baixas de uma guerra: cães de estimação largados e famintos porque os donos precisavam alimentar seus filhos, animais de zoológico abandonados quando os tratadores fugiam dos combates.”
Título: O tratador do zoológico de Mossul
Autora: Louise Callaghan
Quantidade de páginas: 336
Editora Vestígio
Gênero: Não-Ficção / Biografia
Ano: 2020
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Minha classificação: ★★★★★ (5/5)
* Livro cedido pela editora
Em tempos de guerra, como os animais sobrevivem?
Abu Laith é um homem que já passou dos 40 anos; alguém que se auto intitulou tratador do zoológico de Mossul e aquele que tem um sonho: abrir o seu próprio zoológico e cuidar dos seus próprios animais. Enquanto isso não acontece ele divide a sua atenção entre os animais do único zoológico da cidade, entre seus muitos filhos, filhas e esposa e entre Zombie, um filhote de leão que é para ele um outro filho.
Junto com a ocupação do Daesh também vem a separação de Abu Laith e Zombie, já que o zoológico habita um local nada seguro para os moslawi (habitantes de Mossul). E mesmo que o zoológico depois se mude para um lugar próximo a casa de Abu Laith, a guerra será um campo minado e uma linha constante de separação entre os dois.
É também através da guerra que os animais, tanto Zombie como os demais do zoológico, ficarão à sua própria sorte, sobrevivendo de migalhas e pouca água. Em meio ao caos, a centenas de mortes e a bombardeios constantes, haverá espaço para zelar pelo cuidado e vida dos animais?
O tratador do zoológico de Mossul é uma leitura tocante, sentimental e realista. Mesmo sendo lenta, por conta dos poucos diálogos, isso em nada retira o brilho dessa história inspiradora. Ao conhecermos Abu Laith, também conhecemos outras pessoas que são de suma importância para o desfecho desafiador desses cuidados. Um livro que abre nossos olhos para outra realidade, que nos absorve e nos ensina.
“Foi seu primeiro contato com uma importante verdade – a de que ser bom com os animais traz coisas boas.”
O tratador do zoológico de Mossul é, acima de tudo, um relato sobre a sobrevivência dos animais em meio a fome, bombardeios e matança.
Quando solicitei esse livro imaginei que seria apenas uma história de um homem que trabalhava em um zoológico. Mas, não. Não é apenas isso e a história não se resume a isso. Abu Laith é uma pessoa inspiradora e que ama os animais tão profundamente que consegue transmitir todo esse amor para nós.
Sua luta em cuidar dos animais em meio a uma guerra sangrenta é inspiradora e tocante. Muitas vezes me emocionei, sorri e ri com ele, pois, além disso, ele também se mostra uma pessoa muito engraçada e pronta para ajudar o próximo. O meu coração ficou apertado junto com Zombie, o leão, e Lula, a ursa, e tudo que aconteceu com os dois animais ao mesmo tempo em que torci freneticamente para que Abu Laith conseguisse salvá-los e cuidá-los.
É claro que isso se mostra extremamente difícil quando tudo que há ao seu redor é morte, fome e sofrimento. Eu não sabia da ocupação do Daesh e da própria guerra do Iraque, então fiquei assustada, abismada e chocada. Há 6 anos essa guerra começou em Mossul e, caramba, são só 6 anos atrás, sabe? E ainda há guerra em outros locais do mundo, uma guerra que muitos não dão atenção. Esse livro me fez abrir os olhos para muita coisa, tanto para a guerra como também para o que acontece com os animais em tempos de crises.
É uma leitura que eu recomendarei para todo mundo, pois muda nosso interior, nos transforma em pessoas melhores. Eu me surpreendi com o desenrolar das memórias daquelas pessoas e me envolvi com cada momento de suas vidas, por isso, com certeza, será uma história que ficará marcada em minha cabeça. Aliás, eu quero muito ser como Abu Laith e espero que após a leitura dessa obra as demais pessoas também.
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Olá, tudo bem? Mega interessante as indagações que o livro faz acerca do assunto, e vou contar que nunca tinha pensando sobre o assunto num contexto de guerra. Realmente se para nós era difícil na época, imagine para os animais. E com certeza isso afetou de forma irreversível seus habitats. Gostei do que o livro traz como contexto, então com certeza dica anotada! Ótima resenha também!
Beijos
Oi Thainá.
Estou conhecendo este livro através da sua resenha e adorei saber que é uma leitura leitura tocante, sentimental e realista. Com certeza é um tipo de leitura que vale a pena conhecer, por isso vou adicionar na minha lista de desejados. Parabéns pela resenha, eu adorei.
Bjos
https://historiasexistemparaseremcontadas.blogspot.com/
Olá,
Que tema mais diferente! Antes de mais nada tenho que dizer que jamais pegaria este livro pela capa, é simplesmente horrível essa capa rs. Dito isso preciso ressaltar que nunca imaginei uma história com zoologico e guerra juntos, gostei de ser algo tão diferente.
Oi Thainá, sua linda, tudo bem?
Fiquei boba agora lendo a resenha, porque nunca sequer pensei em como poderia ter sido para os animais durante todas as guerras que o mundo já enfrentou e continua enfrentando. Gostei muito da história pelo visto irei me emocionar. Dica mais do que anotada. Sua resenha ficou ótima.
beijinhos.
cila.