Literatura

Resenha: “Eu Vejo Kate” – Cláudia Lemes

Eu Vejo Kate foi a leitura de fevereiro do Clube Claricimas, um clube de leitura coletiva organizado por mim e pela autora Day Fernandes onde lemos mensalmente um livro escrito por uma autora brasileira.

Ainda estamos no segundo mês do ano, mas o clube vem tendo leituras muito impactantes e ótimas, cada uma à sua maneira, agradando todos os leitores que participam e gerando discussões fervorosas e muito gratificantes. Esteja convidade à participar conosco!

Eu Vejo Kate é o primeiro thriller que lemos no clubinho e em março leremos a sua continuação, a qual já estamos ansiosas para ter contato. Como fã do gênero e da própria autora, as minhas expectativas para essa leitura estavam nas nuvens, e fico feliz em dizer que todas foram suprimidas e superadas.

Leia também: Massacre no Acampamento Pornô, de Cláudia Lemes

“Não há finais felizes.
Mas há esperança.”

Título: Eu Vejo Kate
O despertar de um assassino
Eu Vejo Kate #1

Autora: Cláudia Lemes
Quantidade de páginas: 336
Publicação Independente
Gênero:
 Ficção / Suspense e Mistério / Romance Policial / Crime
Ano: 2019
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Minha classificação: ★★★★★ (5/5)

Uma escritora, um espírito de um serial killer e muitas mortes intragáveis

Katherine Dwyer é escritora e atualmente está trabalhando em seu próximo lançamento: uma biografia do serial killer Nathan Bartham, conhecido como o Esfaqueador de Damas de Blessfield. Porém o que era para ser apenas um trabalho embasado em muita pesquisa e atenção, tornou-se um emaranhado de problemas cercado por muito sangue e terror.

Após o início da escrita de seu livro, dois acontecimentos repentinos e assustadores começam a rondar Kate: primeiro, ela é ameaçada por algum estranho e intimada a interromper a biografia, a deixar de lado para sempre tudo que aconteceu e foi enterrado com seu assassino; depois, um assassinato, com o mesmo modus operandi dos de Nathan, é cometido ao lado do seu apartamento, intrigando a todos já que o Esfaqueador de Damas de Blessfield está morto.

Estariam as duas coisas interligadas pelo mesmo assassino/intimidador? Isso é alguma artimanha para deixá-la amedrontada e sem ações? Kate, tão obcecada por seu livro e pela história de Nathan, seria capaz de reproduzir os assassinatos desse serial killer tão cruel a ponto de querer se conectar com ele? E como – ou por quê – o espírito de Nathan está seguindo-a e observando-a em todos os seus passos?

Ao lado de Ryan Owen, ex-agente do FBI e especialista em profiling, principalmente o de Nathan Bartham, Kate terá que superar os dedos apontados, as deduções da polícia e a desconfiança de todos, ao tentar se salvar desse futuro tão incerto e perturbador.

Através de uma narração em 1° pessoa, onde entramos separadamente na mente e nas visões de Kate, Nathan e Ryan, a autora traz uma história forte, descritiva e agoniante, pronta para chocar o leitor e deixá-lo desconfortável com os detalhes. Cada personagem tem seus problemas, suas particularidades, seu passado e seus sofrimentos, tornando-os assim peças importantes do enredo e críveis em sua totalidade.

TW: mas cuidado! Se você é um leitor sensível e não aguenta ter contato com temas como estupro, assassinatos e abusos, eu não recomendo de jeito nenhum que você inicie a leitura, pois há detalhes minuciosos dessas cenas. E de jeito nenhum é recomendado para menores.


“Ninguém cuida de nós nesta sociedade; estamos condenados a ficar sozinhos no momento em que deixamos de ser crianças bonitinhas.”

Reprodução: Biblioteca Pessoal

Uma leitura forte que retrata a realidade de forma precisa e sem embelezamento, sendo assim um livro que não é para qualquer leitor.

Que livro forte. Digo e repito isso toda vez que falo desse livro, pois essa frase é a melhor forma de defini-lo. A Cláudia tem uma escrita pesada, intensa, e aqui conseguimos sentir tudo isso através das narrações tão distintas, mas, ao mesmo tempo, tão sofridas.

Eu senti raiva, nojo, surpresa, e em certos momentos quis tacar o livro na parede. Mas não se enganem, isso não foi porque o livro é ruim. Muito longe disso. Foi porque eu senti diversas sensações com a leitura e os personagens e não sabia como lidar com tanto sofrimento, tanta repulsa, tanta agonia. Tinha vezes que eu queria gritar, ou apenas ficar olhando para o teto, ou ainda me acabando de chorar.

Contém cenas muito fortes e descritivas que não são feitas para qualquer um, e isso deve ser dito porque o próprio livro não é feito para qualquer um. A autora desmascara, traz de forma cruel e suja, sem ter papas na língua e sem amaciar a narrativa em nenhum momento, os assassinatos, os abusos, e as consequências de tais atos.

Eu acho a Cláudia incrível, como autora e também como ser humano, e por isso sei que nunca irei me decepcionar com seus livros. Eu senti tanta coisa com Eu Vejo Kate que tudo que eu mais quero é sentar e ler o segundo logo, sem parar, para deixá-lo me destruir ainda mais, me quebrar, me pisar, acabar comigo.

Um livro que não é fácil de ser digerido, mas que torna-se necessário e importante para todos que conseguirem lê-lo. Mais do que recomendado para fãs de thriller, a obra torna-se basicamente obrigatória.


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