Resenha: “Lázaro” – Lars Kepler

Confesso que quando recebi Lázaro não tinha nenhuma expectativa pra leitura. Nunca li nada do autor, mesmo tendo recebido O Caçador há alguns anos, isso muito por conta do tamanho de ambos os livros que são calhamaços.

É sempre difícil para mim conhecer um autor a partir de leituras mais longas, principalmente porque o meu ritmo de leitura é lento, mas que bom que finalmente dei uma chance para Lars Kepler (inclusive agora eu pretendo ler tudo desse casal!).

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E se um serial killer do passado voltasse para te tirar tudo que lhe restou?

Após o surgimento de assassinatos com vítimas que, de alguma forma, iam de encontro a Joona Linna, o detetive só conseguiu encontrar uma resposta para isso: o serial killer Jurek Walter está de volta. Porém, há um grande problema nisso tudo, já que Jurek foi morto pela parceira de Joona, Saga Bauer, há alguns anos.

A partir disso uma paranoia toma conta de Joona, já que ele quase perdeu a sua família quando estava tentando prender Jurek no passado. Ele precisa proteger a sua filha, pois a segurança dela está em primeiro lugar, mesmo que isso faça com que ele fuja da cidade e deixe o caso nas mãos de policiais confiáveis, mas que não acreditam que o culpado possa ser o finado Jurek.

Lázaro é uma corrida contra o tempo. As quase 600 páginas, incrivelmente, passam voando quando tudo que o leitor mais precisa é de informações. Jurek realmente está vivo? E se sim, por que Joona está fugindo ao invés de encará-lo?

O serial killer deixou diversos traumas em pessoas diferentes enquanto estava em ativa. Há medo de perder o que sobrou, angústia por pensar que há uma chance mínima de ser ele e loucura quando tudo fica pior.

OBS: o livro faz parte de uma série, mas pode ser lido fora de ordem. Eu, particularmente, não vi problema em começar por esse, inclusive foi o que eu fiz.

TW: Lars Kepler descreve com muitos detalhes cada cena, então esteja preparado para assassinatos, tortura física e psicológica e mutilação.

“- Ele é pior do que qualquer coisa que alguém possa imaginar… Ele consegue se embrenhar dentro da pessoa, revira até as entranhas… e deixa a pessoa vazia.”

Lázaro é uma leitura eletrizante que, mesmo sendo um calhamaço, não perde o ritmo

Assim como aconteceu comigo, as mais de 500 páginas podem assustar, mas não é mentira quando todo mundo diz que a leitura é super fluida. Com capítulos pequenos que se intercalam entre 5 a 10 páginas, a leitura flui muito bem, sempre dando tempo para ler mais um capítulo e nisso resultando em vários lidos ao final.

Comigo foi assim, eu sentava para ler apenas um capítulo durante o café da manhã e quando via já tinha lido uns 10, justamente porque, além de fluido, os acontecimentos não param e aí está outro ponto positivo do livro: a ação. O enredo não tem paz em nenhum momento!

Já começamos com a teoria de um serial killer a solta, alguém extremamente sádico, que brinca com o psicológico de seus procuradores e que no passado fez muito mal as vítimas e suas famílias. Todo esse sofrimento, todo esse trauma, volta a aparecer naqueles que sobreviveram e isso resultará em um jogo difícil de explicar, mas muito fácil de ser envolvido.

Eu ficava tão ávida por respostas, por soluções, que mesmo quando não estava lendo o livro ele era tudo em que eu pensava. A história martelou na minha cabeça, me fez gritar em vários momentos (literalmente) e me deixou devastada com um final agridoce e assustador, o qual eu não esperava.

Confesso que houve algumas coisas que me incomodaram, como sempre ressaltar o quanto Saga é bonita ou por Joona ser visto como um galanteador em certos momentos (há uma cena específica que me fez revirar os olhos). Mas nem esses pequenos detalhes conseguiram interferir na minha experiência de leitura que foi tão positiva e eletrizante.

Lázaro é um thriller perfeito para os fãs do gênero, com um ritmo impressionante e com plots de explodir a mente (ao mesmo tempo que nos deixam traumatizados). Aqui, encontramos tragédias, sofrimentos e a vontade e desejo de proteger aqueles que amamos, mesmo que isso não esteja sempre ao nosso alcance, saindo assim do nosso controle.

Esse é um livro que me ganhou desde as primeiras páginas e agora eu entendo todo o hype ao redor dele, me incluindo agora no clube que surtou e amou a obra. Agora, resta a mim panfletá-lo, pois você precisa urgentemente lê-lo!

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