Fumaça Branca é um livro que explora o teor da casa assombrada, mas que vai além do simples terror ao tratar da vivência negra, do racismo e da exclusão. O drama familiar é, muitas vezes, palpável e compreensível, fazendo com que você deseje apenas o melhor para essa família.
O livro é, ao mesmo tempo, triste, sufocante e aterrador, um combo que combinou perfeitamente com a sua narrativa que mescla humor à drama, vícios insanáveis e terror sobrenatural e psicológico.
Leia também: O veredito de chumbo, de Michael Connelly

Título: Fumaça Branca
Autora: Tiffany D. Jackson
Quantidade de páginas: 320
Editora Seguinte
Gênero: Ficção / Horror / Jovem adulto / Suspense e Mistério / Terror
Ano: 2022
Skoob: Clique Aqui
Compre: Amazon
Minha classificação: ★★★★ (4,5/5)
* E-book cedido pela editora
Nova cidade, novos amigos, nova casa (assombrada)
Logo após um acontecimento grave na família, Mari está se mudando para Cedarville com a mãe, o irmão mais novo, o padrasto e a meia irmã. A adolescente, que morava na Califórnia, se encontra em processo de cura ao mesmo tempo que tenta controlar uma ansiedade extrema, a qual só é acalmada a base de maconha, ocasionada por uma fobia de percevejos.
Mas o que a família não sabia, já que a moradia era uma espécie de moeda de troca e de um novo projeto da Fundação, é que aquela casa era a única refeita da rua e, ainda, era conhecida como “Casa da Bruxa” pelos demais moradores locais por conta das lendas urbanas que a apontavam como assombrada.
Mescle uma família inter-racial que não é bem vinda pela comunidade à um fantasma que não quer ninguém em sua casa, resultando em um terror sobrenatural com pinceladas de drama familiar e racial. Além disso, também há o vício das drogas e a vida fechada de Mari, que está em uma cidade nova, longe de sua melhor amiga e tendo que enfrentar a falta de confiança dos pais e padrasto.
“- E não dá pra crescer onde não te querem.”

Fumaça Branca, pra mim, é meio que uma mistura de surpresa e admiração com um pouco de irritabilidade e saco cheio
No primeiro caso, posso dizer que a história em si me surpreendeu bastante, principalmente por ter um plot twist que eu nem sequer imaginava, o que fez com que a minha experiência de leitura fosse totalmente abalada (e de um jeito bom). Inclusive posso dizer que o meu ritmo de leitura só começou a fluir bem quando finalmente os acontecimentos mais sérios começaram a se desenrolar e assim alugaram um tríplex de curiosidade na minha cabeça. Os últimos capítulos foram frenéticos e me deixaram sem ar.
Porém, contrapondo a isso, houveram certas coisas que me incomodaram e as quais não deixaram eu ter uma experiência 100% positiva, uma delas é a própria protagonista. A Mari é uma adolescente, logo tem atitudes infantis e cabeça dura que me irritavam. Tinham momentos em que ela pensava ser a única certa e não parava pra pensar nenhum pouco no próximo, principalmente na meia irmã Pipper que era só uma criança (certo ato da Mari com a Pipper no final do livro fizeram com que eu a xingasse muito). A própria personagem está sofrendo com suas ações e com a separação dos pais, mesmo sabendo que isso e a mudança são os melhores passos, mas, mesmo assim, ela insiste em ser uma babaca com todo mundo, inclusive com quem apenas quer ajudá-la ou se aproximar para fazer amizade.
Outro ponto que me tirou do sério foi o final – o final mesmo, as últimas linhas do último capítulo. O livro simplesmente acabou deixando várias pontas soltas, sem se importar em dizer sobre o que aconteceu com os demais personagens (que tanto me importei). Um epílogo curto resolveria tudo isso, mas não, a autora decidiu simplesmente deixar a Deus dará e à imaginação do leitor (o que eu odiei porque não quero imaginar nada, só me diz logo o que aconteceu e pronto).
Mas, tirando essas pequenas raivas que tive durante a leitura, Fumaça Branca conseguiu me conquistar com o seu drama familiar pesado; com os seus sentimentos intensos de tensão, culpa e raiva; com a sua atmosfera sombria de casa assombrada; e com seus personagens os quais me importei cada segundo. Também me ganhou por debater a questão racial dentro de uma família inter-racial e na junção de duas famílias distintas e por discutir a ganância e crueldade de pessoas brancas que têm o domínio da vivência de pessoas negras, de suas moradias, de suas vidas. E por isso, recomendo-o.
💻 Me acompanhe nas redes sociais:
FanPage | Skoob | Instagram | Pinterest
Faça sua compra na Amazon através do nosso link (clique aqui) e ajude o blog a manter-se ativo. Sem taxas ou inclusão de valores, você estará nos ajudando a continuar trazendo conteúdo.