Resenha: “Sensor” – Junji Ito

Junji Ito está se tornando aquela leitura certeira que sei que me surpreenderá, sem chances de decepção. Dessa vez, não foi diferente. Eu li esse mangá em dois dias, tentando dosá-lo para não acabar logo. E o quão grande foi minha alegria quando encontrei uma história diferente do que imaginei.

Aqui não há apenas o bizarro por si só, mas há uma história com camadas. Há o real sendo exposto através da fantasia e do horror; há as crenças sendo debatidas através da imensidão do cósmico. Tudo isso ligado a um traço que está em seu melhor desenvolvimento.

Leia também: Frankenstein e outras histórias de horror, de Junji Ito

Por trás do divino sempre há as trevas

Estranhamente, Kyoko Byakuya é atraída para o Monte Sengoku, um lugar que é coberto por fios dourados. A garota não sabe e nem imagina qual pode ser a sua ligação com o pequeno vilarejo ao pé de um vulcão, mas a sua vinda já era há muito aguardada por aqueles aldeões.

Mais a frente, encontra-se Wataru Tsuchiyado, um jornalista que busca por um furo para alavancar o seu nome. Ao ficar curioso por uma notícia sobre a possível existência de uma nuvem negra, ele corre atrás desse estranho acontecimento. Será, então, que seu caminho trombará com o de Kyoko, relatada como desaparecida pelas mídias.

Portanto, por trás do divino sempre há as trevas, sedentas por dominação. Wataru e Kyoko agora estão ligados ao dois, e com isso uma luta pelo conhecimento supremo dominará as páginas e suas vidas.

O mangá Sensor traz uma história complexa, cheia de camadas e entrelinhas. Junji Ito explora eventos anticristãos, mesclando fé e conhecimento com o sobrenatural e a ambição. Seu traço encontra-se no ápice, e por isso cada página consegue ser uma bela obra de arte, casando perfeitamente com o tom reflexivo e sombrio da história.

Sensor é um mangá macabro, mas também poético

Em Sensor temos a questão da lenda, da religião e do horror cósmico, muito bem cravados e embasados na história, mas não tão aprofundados quanto gostaríamos. O mangá é curto, e isso pode pecar um pouco no entendimento das informações e na pressa de chegar ao ápice, mas nem isso fez com que eu desgostasse menos da obra.

Portanto, a história me cativou e me prendeu, me deixando curiosa para saber quem era Kyoko e o que eram aqueles fios dourados. A contraposição entre o dourado e o preto, mesmo em páginas preto e branco, é visível na história e também traz esse ar de mistério, expondo opostos como a luta entre o bem e o mal e entre a fé e o conhecimento.

Com isso, tenho apenas a dizer que Sensor é mais uma obra de Junji Ito que me deixou fascinada. Eu me envolvi no mistério ao redor dos personagens, torci por suas vitórias e me aterrorizei com o traço forte e marcante dos vilões. Este é um mangá que deve ser lido, apreciado e sentido, com suas nuances prontas para serem desvendadas.

💻 Me acompanhe nas redes sociais:
FanPage | Skoob | Instagram | Pinterest

Faça sua compra na Amazon através do nosso link (clique aqui) e ajude o blog a manter-se ativo. Sem taxas ou inclusão de valores, você estará nos ajudando a continuar trazendo conteúdo.