Literatura

Resenha: “Frankenstein e outras histórias de horror” – Junji Ito

Frankenstein e outras histórias de horror, de Junji Ito, é um mangá que contém uma adaptação fascinante da história clássica de Frankenstein, da autora Mary Shelley, e também algumas histórias avulsas criadas pela mente do nosso mangaká preferido de terror.

O Junji Ito está ficando cada vez mais evidente entre os meus autores favoritos de terror, conseguindo me surpreender a cada mangá lido. Não há repetições. Há apenas um emaranhado de criatividade insana que me deixa enlouquecida por mais. Na última resenha, eu disse que esperaria um tempo para me dedicar a uma nova leitura do autor, mas estou percebendo que o vício está cada vez mais intenso e preciso.

Agora é real: não consigo mais viver sem as histórias do Junji Ito.

Reprodução: Biblioteca Pessoal

Leia também: Fragmentos do Horror, de Junji Ito

Título: Frankenstein e outras histórias de horror
Autor: Junji Ito
Quantidade de páginas: 412
Pipoca & Nanquim
Gênero:
 Ficção / Mangá / Terror
Ano: 2021
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Minha classificação: ★★★★★ (5/5)

Frankenstein e outras histórias assustadoras de terror

Nessa edição, conhecemos Oshikiri, protagonista de algumas histórias logo no início do mangá. Ele é um adolescente que mora sozinho em uma mansão que aparentemente esconde certos segredos obscuros, como um portal para outra dimensão. Nisso, há até uma dúvida se conhecemos apenas um Oshikiri perturbado ou se estamos sendo levados por um portal que brinca com a nossa sanidade e certeza.

Logo depois, temos a história de Victor Frankenstein e o monstro criado por ele ao tentar brincar de Deus. Agora, Junji Ito dá uma nova vida para a história que todos nós já conhecemos, um novo olhar que traz a repulsa antes mesmo da empatia.

O monstro de Frankenstein agora parece ainda mais assustador, sombrio e temível. Os traços detalhados, que me fascinam e me viciam cada vez mais em suas histórias, dão calafrios e enjoos ao mesmo tempo em que retrata com magnitude a melancolia e solidão em meio ao horror e a brutalidade.

É claro que as demais histórias, que finalizam o livro, não ficam para trás, mas, em contraponto as primeiras, são mais curtas, sendo melhor guardar a surpresa e curiosidade para a leitura. Basta dizer que elas também são ótimas, cada uma com sua repulsa e angústia pessoal.

Reprodução: Biblioteca Pessoal

Um pouco sobre minha experiência com cada história (sem spoilers)

Começo dizendo que Oshikiri é um personagem fascinante! As suas histórias vão ficando cada vez mais intensas e causam dúvidas em nossa cabeça. Como em certos momentos é tratado sobre as várias dimensões que a casa desse menino pode ter, sempre há a dúvida se estamos lendo as histórias do mesmo Oshikiri ou se estamos também pulando de dimensão em dimensão, e isso é incrível!

Eu consegui me envolver com o personagem e até sentir sua solidão e, de certo modo, abandono. Nós pegamos certo carinho por uma versão do Oshikiri ao mesmo tempo que também temos medo das outras. Já Frankenstein, que adaptação, hein! Frankenstein é um dos meus livros favoritos, então vê-lo pela perspectiva de Junji Ito foi uma experiência ainda mais fora da caixinha!

Os traços do monstro são de arrepiar e a melancolia, proposta no livro original, se encontra também aqui com perfeição. Novamente, eu senti raiva de Victor e empatia pelo monstro, mas também senti terror pelas maldades infringidas pelos dois. Nessa história, o horror se encontra nos diálogos e nas ações, com personagens dúbios e repletos de maldade. Eu amei ainda mais a história após ler essa adaptação, principalmente por ter um final tão – ou até mais – impactante.

Entre as quatro últimas histórias, acredito que a minha preferida seja a da boneca porque causa angústia, horror e aflição. Mas as duas que falam da cachorrinha do mangaká também ganharam meu coração, principalmente por resgatarem a lembrança de alguém querido por ele.

Leia também: A Sala de Aula que Derreteu, de Junji Ito


Reprodução: Biblioteca Pessoal

Frankenstein e outras histórias de horror dão os melhores calafrios e pesadelos em seus leitores

No geral, foi um excelente mangá! Com certeza esse bateu de frente com Calafrios, pra mim, sendo agora meio incerto qual dos dois é meu preferido. Eu tive sensações variadas durante a leitura: eu ri, eu tive o estômago revirado, eu senti fascinação pelos traços explícitos e eu quase chorei com uma certa homenagem que o autor fez ao final.

Eu me senti bastante conectada com todas as histórias e isso contribuiu para que eu tivesse uma experiência completa com cada uma. Tentei ler devagar a princípio, para desfrutar no máximo de tempo que eu conseguisse, mas no final apenas o devorei, sem arrependimentos.

Você já leu alguma adaptação que bateu de frente com a história original, sendo tão boa quanto – ou até mais? 💬


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