A história de Azul é a Cor Mais Quente é bastante conhecida por sua adaptação para o cinema. Confesso que se antes eu não gostava do filme, após a leitura gostei ainda menos, já que partes importantes e significativas sobre as personagens e seus caminhos foram apagadas.
Aqui, há um problema enorme no romance entre Clémentine e Emma, já que se torna um relacionamento problemático agravante ao decorrer das páginas. O que muitas vezes se torna belo e tocante por conta dos traços da autora, logo depois se mostra sufocante e dilacerante.
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Título: Azul é a Cor Mais Quente
Autora: Julie Maroh
Quantidade de páginas: 160
Editora Martins Fontes
Gênero: Ficção / HQ, comics, mangá / LGBTQIAP+ / Romance
Ano: 2013
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Minha classificação: ★★★★ (4/5)
O amor perigoso entre Clémentine e Emma
A HQ Azul é a Cor Mais Quente retrata a história de amor entre Clémentine e Emma, duas mulheres com idades e experiências diversas. A partir dos diários de Clémentine, o leitor tem contato com a descoberta da sua sexualidade, os preconceitos sofridos por ela e a dificuldade da auto aceitação.
Com isso, a história se mostrará pelos olhos da adolescente. É visível que ela foi obrigada a se tornar adulta ainda jovem demais, a arcar com as consequências de um amor mal visto pelos pais, e que tudo isso resultou em uma dependência amorosa que a levou ao seu limite.
Por isso, mesmo que a história seja sobre amor, também é sobre perder o controle de si mesmo. Nisso, a arte e a coloração se tornam significativas ao decorrer dos fatos, transformando perdas, dores e descobertas em cenas belas e doloridas.
Cuidado: é importante se ater a indicação +18 da HQ. Há cenas sexuais explícitas e gatilhos podem ser ativados através dos temas de dependência emocional e suicídio.
Com assuntos delicados, Azul é a Cor Mais Quente traz o perigo e a paixão do primeiro amor
Foram tantas sensações conflitantes durante a leitura que é até difícil dividir cada coisa e deixar tudo separadinho. A história em si me cativou bastante, principalmente porque acompanhamos o desenvolvimento e a descoberta da sexualidade de uma adolescente, essa que, sem conhecer direito o que está sentindo, tem um certo preconceito consigo mesma, influenciada pelos pensamentos preconceituosos dos pais.
Essa descoberta, esse caminho que ela trilha, é interessante de ser acompanhado e eu torci por Clémentine, por sua auto aceitação, mas, ao mesmo tempo, eu torcia para ela seguir outro caminho. A questão é que eu adorei a Emma, mas o relacionamento entre as duas já começou errado, afinal houve traição, diferença de idade e dependência emocional.
Então, ao mesmo tempo que o romance era fofo, não tinha como eu torcer para que ficassem juntas. E isso é triste, porque foram essas nuances que quebraram um pouco da magia da leitura. Eu me conectei com a história, me emocionei em certos momentos e torci para um final diferente. Apenas queria que a Clémentine tivesse conhecido a Emma em uma situação diferente, em um momento que as duas pudessem agregar uma a outra.
Mesmo assim, no geral, a história me impactou. O traço de Julie Maroh é delicado, leve, mas também traz um peso com sua ausência de cores. Azul é a Cor Mais Quente é uma HQ que eu recomendo com muitas ressalvas e não para todo mundo. Seu público deve ser maior de idade e ter a leitura como algo reflexivo, que vai além do romance adolescente. Uma história que nos faz pensar sobre as mazelas do grande amor, do tal amor eterno, e que nos faz desejar que as descobertas não sejam assim.
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