Literatura

Resenha: “Candyman” – Clive Barker

Título: Candyman
Autor: Clive Barker
Quantidade de páginas: 112
DarkSide Books
Gênero: Horror / Terror
Ano: 2019
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Minha classificação: ★★★★ (4/5)
* Livro cedido pela editora

“Doces para um doce.”

Publicado inicialmente em 1985 com o título “The Forbidden”, a novela escrita por Clive Barker fez parte da coleção Livros de Sangue, uma preciosidade nos dias atuais. Com uma escrita crua e sanguinária, bem do jeito que eu gosto, a história de Candyman, um assassino imperdoável que vive através de gerações por conta de sua própria lenda, traz à tona as consequências de um rumor e até que ponto a crença pode o tornar realidade.

Agora sendo relançado com um novo título por causa da fama de sua adaptação, Candyman narra a história de Helen, uma mulher que para conseguir material para a sua tese sobre pichações tem que ir até Spector Street, um local habitado por pessoas pobres e abandonadas, mas repleto de artes diferentes, imundas, que beiram ao grotesco.

Ao fazer amizade com uma moradora local, Helen acaba descobrindo sobre um assassinato em um bairro vizinho causado por um homem que aparentemente tinha um gancho ao invés de uma mão. O assassinato foi brutal e ao redor dessa – e de outras mortes – há um mistério, uma curiosidade que Helen terá que conseguir saciar. Será mesmo verdade que um homem com um gancho massacrou aquelas pessoas? E se sim, por quais motivos?

Por mais que essas mortes aparentem estranheza para a protagonista e que, ainda, as pessoas de sua convivência pessoal não acreditem em suas descobertas, Helen quer acreditar. Entretanto, antes de chegar a uma certeza sobre os ocorridos, a sua dúvida desperta a ira de um antigo ser, aquele a quem o povo de Spector Street denomina de Candyman.


“Vão dizer que suas dúvidas derramaram sangue inocente. Mas eu me pergunto: para que serve o sangue, senão para ser derramado?”

Mais uma vez a DarkSide impressiona com o seu trabalho gráfico. E ainda ao final do livro há um posfácio abordando as adaptações cinematográficas.
Revisitando Candyman mais uma vez:

Apesar de já conhecer a história de Candyman através da adaptação, Clive Barker tem o poder de me conectar à suas histórias e me manter entretida com a sua escrita. Cheia de descrições e com uma pequena dose, mas certeira, de sangue, o mistério que envolve a lenda de Candyman me deixou curiosa e desejando por respostas. E é exatamente por isso que eu adoro esse autor e adorei reviver essa história!

Como é um livro pequeno li em apenas um dia, tendo assim uma leitura fluida e bastante rápida. O tempo passa que você nem percebe e quando se dá conta já está vivenciando o desfecho final. Mesmo não tendo tanto terror como em Hellraiser – outra obra famosa de Clive Barker – em nada isso tirou o prestígio de Candyman, o qual nos entrega um vilão sedutor e bem articulado com as palavras (cada frase é uma chance certeira de lhe hipnotizar).

Clive Barker consegue, mesmo em poucas páginas, construir uma história fechada e sem furos. O mistério ao redor de Candyman faz com que em certos momentos o vilão seja duvidoso até para nós leitores, o que ao final contribui para uma leve tremida nas pernas e um arrepio em nossa espinha. Tanto o livro como o autor são recomendações indiscutíveis para os fãs de terror.

Reprodução: Google
Diferenças cruciais entre o livro e o filme:

A adaptação de Candyman, O Mistério de Candyman, lançada em 1992, traz para os cinemas uma ótima e verdadeira visão do vilão. Sendo fabulosamente interpretado por Tony Todd, agora o assassino protagoniza sua própria história e conta partes de sua vivência humana, fazendo assim que os telespectadores e fãs tenham contato com a sua origem, algo que não é explorado no livro.

Outro ponto que também foi acrescentado exclusivamente no filme é a abordagem do tema sobre questão racial. Diferente do livro, que não cita a cor de pele dos habitantes de Spector Street e que descreve Candyman como um homem de pele amarelada, a adaptação cria seu próprio espaço e adiciona ao seu enredo o embate racial e social, uma adição que trouxe ainda mais vida e sensibilidade para a história.

Há outros detalhes pequenos que também diferenciam as duas plataformas, entretanto nenhuma dessas mudanças tira o prestígio e o ótimo trabalho do filme. É incrível a maneira que ambos se complementam e como a adaptação mantém a essência central do clima de suspense que há na história literária. Por isso, é interessante que os dois sejam consumidos e prestigiados por nós, fãs de terror, cada um de uma maneira diferente e com seu próprio brilho.


“Haveria um lugar em cada coração, por menor que fosse, reservado para as monstruosidades?”

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6 thoughts on “Resenha: “Candyman” – Clive Barker”

    1. Obrigada pela visita, Nina! ♥ Por mais que Candyman seja classificado como terror, o livro não tem nenhuma cena de dar medo ou sustos, por isso, para mim, o livro é mais focado no suspense. Acredito que você irá adorar!

  1. Oi Thainá, eu sou muito fã de terror, este livro parece ser muito bom e a edição está incrível. Eu tenho Hellraiser, mas ainda não li.
    Bjos
    Vivi
    Blog Duas Livreiras

    1. Nossa, eu AMO Hellraiser, principalmente porque o Pinhead (por mais que não apareça nesse livro) é o meu personagem preferido do mundo de terror. Espero que você goste de ambos e aprecie a escrita do Clive Barker, que é incrível!

    1. Obrigada, Michelle! E realmente as edições da DarkSide são sempre impecáveis e essa não fica para trás. Confesso que sempre bate um orgulho de ter uma edição assim tão caprichada na estante.

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