“O amor é a força mais poderosa que existe.”

O mundo é dividido entre Braites e Lalulis, dois povos que vivem em extremos opostos. Os Braites são considerados como a parte feliz e colorida da sociedade, estando sempre sorrindo, brilhantes e com grande poder na magia. Já os Lalulis são vistos como a escória da sociedade, pois são pessoas pessimistas, sem cor, com profunda tristeza e poder de magia limitado. E é exatamente por conta dessas diferenças gritantes que os povos não podem se relacionar amorosamente, pois se isso acontecer o Lalulis irá absorver toda a magia do Braite, deixando-o fraco e infeliz.

Pamela é uma Braite e Raul é um Lalulis, porém o amor que um sente pelo o outro não é capaz de mantê-los separados, fazendo assim com que os jovens se apaixonem intensamente e vivam um amor proibido. Mesmo que a intenção de ambos não seja incomodar ninguém, o preconceito dentro da sociedade é mais forte, julgando-os como loucos e perdidos, e para conseguirem permanecer juntos o casal terá que enfrentar barreiras e obstáculos antes nunca imaginados.

Ao mesmo tempo que é necessário lutar para estar ao lado de seu amado, Pamela também precisará travar uma luta em prol da união de Braites e Lalulis. A garota, acima de tudo, acredita no amor e na paz, o que fará com que ela corra atrás de uma sociedade sem diferenças e discrepâncias; corra atrás da união de seu povo para que se tornem assim apenas um.

O poder da Cúpula Suprema é então ameaçado pela crença do povo, mostrando assim o perigo que há em uma sociedade que acredita em si mesma e que se opõe à manipulação. O livro pode até ser um conto de fadas moderno, mas a profundidade da história consegue ir além disso, trazendo discussões necessárias e atuais.

Uma história sobre o poder de acreditar.

Por mais que eu tenha imaginado que fosse gostar mais do que realmente gostei, a história é leve e fofa, o que me fez ter ficado agradecida por ter tido contato com essa leitura. Como sempre digo, eu tenho muita dificuldade em me habituar e até mesmo imaginar as descrições em livros de fantasia, mas com #Acredite não tive esse problema. A parte do mundo fantástico e da magia são exploradas de forma rasa e rápida, mas não desleixada, resultando em uma fantasia fácil de ser entendida e ideal para se começar a ler o gênero. Confesso que isso ganhou pontos comigo.

Os personagens são carismáticos e chega a ser impossível não torcer para que fiquem juntos, mesmo com os empecilhos impostos pelo mundo. O desenvolvimento da história tomou um rumo que não esperei, mas o final foi previsível, assim como as minhas histórias preferidas de romance (eu adoro um clichê com final feliz!). E mesmo que de início o enredo possa parecer infantil, fica claro que há muita profundidade por trás das analogias envolvidas nos temas que abordam o amor, a crença e o preconceito.

O único ponto que me deixou incomodada foi a rapidez em que ocorreu o desenvolvimento da história. Eu queria mais daquele mundo e mais da revolução! Queria detalhes dos cinco anos que se passaram e não pudemos ter contato; queria mais da vida de Pamela e Raul. Mas em compensação por ter capítulos curtos a leitura acaba por ser bastante fluida e com linguagem simples, sendo assim apropriada para todas as idades e gostos.

Ao final da leitura fiquei com vontade de sair emprestando esse livro para todos os meus alunos (e será exatamente o que irei fazer), pois é uma leitura tão leve que tenho certeza que vai agradar todos os jovens, até mesmo os que não tem o hábito de ler. Além do mais é uma história sobre o poder do amor e de acreditar em si mesmo, uma mensagem que todos deveriam levar consigo.

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