Quando eu termino um livro e ainda sobra alguns poucos dias para o término do mês, eu gosto de escolher uma leitura mais rápida, seja ela contos ou HQs, pois assim tenho a impressão de que a minha conclusão mensal estará fechadinha, sem ter nada em aberto para o próximo. Um pouco de loucura? Talvez. Mas é assim que minha mente de leitora funciona.

Pensando nisso – e com uns quatro ou cinco dias sobrando para abril terminar – decidi me arriscar em um conto que estava me chamando há muito tempo, ali na estante, só esperando para ser devorado e apreciado. Um Vampiro no Harém havia me chamado a atenção por conta de sua capa belíssima e seu título que gerou muita curiosidade na minha mente, sendo assim não perdi mais tempo e iniciei logo essa leitura tão curtinha, mas, ao mesmo tempo, tão agradável.

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Poder, submissão e uma boa dose de sangue

Um Vampiro no Harém é um conto curto que não se apega a explicar ou detalhar o mito do vampiro, mas que cria uma atmosfera sombria em torno de uma narrativa onde já se supõe que o leitor conheça esse tipo de criatura, sem se importar com dúvidas ou aprofundamento.

Aqui conheceremos Catherine, uma jovem francesa que é raptada por piratas ao viajar com a família em um navio. Por sorte do destino – ou seria azar? – ela é polpada pelos brutamontes ao ser levada como uma espécie de prêmio para o sultão; um presente que muito agradará o dono daquelas terras e comandante dos piratas. O que os piratas, e nem mesmo o sultão, não esperavam era que algo obscuro e sedento por sangue também seria levado junto com Catherine.

Tendo uma narração em 3° pessoa, o conto explora o mito do vampiro de forma rápida e coesa, ainda nos trazendo um grande deleite de uma cultura diferente e extremamente rica. Com artes em preto e branco que embelezam o início de cada capítulo, vislumbramos a queda de um império e a sede por poder, ambos orquestrados pelo demônio da noite.

O mito do vampiro de uma forma única

Esse é um conto bem curtinho que cumpre exatamente o que o título propõe. É uma narrativa simples, mas que funciona, principalmente para quem já é fã de vampiros. A leitura é rápida e fluida, abordando sobre como um vampiro pode conseguir tudo o que ele quer, da melhor maneira da tal manipulação que já estamos acostumados a temer.

Eu gostei da escrita, mas por ser uma cultura diferente das habituais que estou acostumada e a qual não tenho familiaridade o início foi meio confuso para mim. Eu não entendi muito bem a hierarquia entre as mulheres e o sultão, mas, mesmo assim, segui com a leitura e a desfrutei o máximo que pude. Mesmo com essa dificuldade, eu adorei conhecer um pouco mais sobre uma nova cultura e sair da zona de conforto em que sempre somos apresentados a personagens americanos ou britânicos. Isso por si só já valeu a experiência.

Entretanto por ser uma história curta não tive muitos momentos de êxtase ou surpresa, o que acabou resultando em uma leitura mais mediana. Há, sim, um mistério em volta do vampiro e de onde ele está dentro do hárem, de acordo com o próprio título, mas é algo que logo nos é revelado, não causando tanto suspense assim.

Além disso, por se tratar de vampiros eu acabei esperando uma história mais voltada para o terror, o que não acontece aqui, já que o gênero predominante é a fantasia. Mesmo assim, a leitura foi gratificante, ao menos para conhecer uma nova autora que gostarei de acompanhar futuramente. Se você procura por uma leitura mais rápida e, de quebra, adora vampiros, essa é uma ótima dica.

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