Lovecraft: Re-Imaginado era um dos lançamentos da Diário Macabro mais esperado por mim, pois, além de ser do meu gênero preferido, tinha como objetivo re-imaginar as histórias de H.P. Lovecraft através de mentes brasileiras, sendo ele um dos meus autores preferidos.
As antologias da editora nunca me decepcionam, então, naturalmente, dessa vez não foi diferente. Encontrei em Lovecraft: Re-Imaginado histórias que me surpreenderam, me deixaram hipnotizada e me conquistaram; autores que já conhecia e outros que adorei conhecer.
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Título: Lovecraft: Re-imaginado
Organizadoras: Juliane Vicente e Julia do Passo Ramalho
Vários autores
Quantidade de páginas: 224
Editora Diário Macabro
Gênero: Ficção / Horror / Terror
Ano: 2020
Skoob: Clique Aqui
Compre: Diário Macabro
Minha classificação: ★★★★ (4,5/5)
* Livro cedido pela editora
Uma repaginação das criações de Lovecraft
Seja você fã de horror ou não, H.P. Lovecraft é um nome que você já deve ter ouvido ao menos uma vez dentro da Literatura, do Cinema, dos Games ou do RPG. Lovecraft é um autor renomado por conta de suas criações bizarras e que geram, através do desconhecido, medo e pavor em seus leitores.
A antologia Lovecraft: Re-Imaginado vem como um presente para os fãs do autor e traz uma homenagem significativa em comemoração de seus 130 anos de idade, caso ainda estivesse vivo. Mas não se preocupe, pois o livro serve tanto para encher os fãs de referência como também para alcançar os leitores que ainda não tiveram contato com o autor clássico, sendo assim uma excelente recomendação para ambos os públicos.
A obra então traz contos inspirados nas criações de Lovecraft, em suas mitologias de Deuses adormecidos e áureas sombrias de terror e suspense. Com uma edição espetacular, que contém uma linda capa e incríveis ilustrações para cada conto, o livro surpreende e encanta.
Um pouco sobre os meus contos preferidos:
O alinhamento das estrelas, de Juliane Vicente:
Safira é uma mulher imigrante que trabalha no Departamento de Polícia. Não podendo recusar os casos que lhe são entregues, ela é obrigada a ir até a cidade de Plymouth para investigar acontecimentos estranhos que estão acometendo algumas pessoas do local, todas imigrantes.
Esse é o primeiro conto da antologia e, ao meu ver, a inicia de um jeito magnífico, pois me deixou completamente presa na história e temendo pela sanidade de Safira ao decorrer das coisas estranhas que iam se revelando. O final explodiu minha mente e me fez querer continuar a antologia sem parar.
O pesadelo que se esconde na Antártida, de Alfredo Alvarenga:
Aqui temos um historiador que deseja descobrir a veracidade por trás das pesquisas de Dyer, o mesmo que escreveu o relato autobiográfico intitulado “Nas montanhas da loucura”. Para quem já leu o conto original do Lovecraft, Nas montanhas da loucura, saberá que nada de bom sairá dessa nova expedição, assim como aconteceu com a antiga.
Eu adorei revisitar a Antártida, mesmo que tenha sido mais uma vez de uma maneira mórbida e horripilante. Sendo um dos contos que mais gosto do Lovecraft, mas que, para mim, pecava pelo excesso de termos científicos, essa continuação se mostrou imersiva e tão boa quanto.
Sobre a morte de Harley Warren, de Diego Mendonça:
Os detetives Ashton e Robert estão investigando o caso de um corpo que foi encontrado no bosque estando estraçalhado. O suspeito e interrogado, Randolph Carter, foi a última pessoa que teve contato com a vítima, mas, aparentemente, o seu depoimento não faz sentido nenhum para os policiais. Resta então aos dois detetives procurarem por conta próprio no bosque, colocando-se assim em extremo perigo perante ao desconhecido.
Mesmo eu já tendo uma ideia do que poderia acontecer, pois já havia lido o conto original, a narrativa me deixou apreensiva durante todo o enredo e me fez querer saber com ansiedade o que havia acontecido com Harley Warren. O desfecho foi espetacular e me deixou de queixo caído.
O terrível destino de Zadok Allen, de Pedro H. S. Andrade:
Mais um conto que aproveita personagens humanos das histórias do Lovecraft, mas dessa vez utilizando diretamente de Zadok Allen, um personagem que aparece pouco em As sombras de Innsmouth, mas que é muito importante para o desfecho da história original. Na narração de Pedro H. S. Andrade, conheceremos o que aconteceu com Zadok após revelar o segredo de sua cidade para um desconhecido ambulante.
As sombras de Innsmouth é um dos meus contos preferidos do Lovecraft, então eu estava animada para saber quem e como seria explorado. Não me decepcionei, pois o desfecho de Zadok me fez temer pelo homem e me deixou de cabelo em pé.
Pira Guasu – Símbolos de loucura e morte, de Marlon P. Silva:
O narrador-personagem decide ir até o litoral do Rio de Janeiro quando seu irmão, Pedro, lhe envia fotos com símbolos misteriosos na entrada de uma caverna. Ao chegar no local algo lhe chama a atenção: não há ninguém na cidadezinha, nem mesmo o seu irmão.
Confesso que Dagon é um dos contos que menos gosto do Lovecraft, mas, em compensação, eu adorei essa releitura. O conto é curto, mas isso não o impede de te deixar com aquela sensação ruim de estar sendo observado e com aquele arrepio desconfortável na pele.
Os herdeiros de Ulthar, de Julia do Passo Ramalho:
Nova Ulthar está fazendo aniversário, e com isso Bonifácio, o gato Ancião, como em todos os anos anteriores, posta-se em frente aos companheiros felinos para contar a história da cidade e em como os gatos transformaram-se de criaturas maltratadas para divinas.
Uau. Esse conto também é curto, mas a intensidade que ele carrega é indescritível. Ao mesmo tempo que te passa uma sensação estranha, ruim até, também transmite a sensação de justiça e poder.
Ambientações e terror nas medidas certas, porém a escrita rebuscada de algumas histórias pode se tornar um empecilho para alguns leitores.
Obras que recontam as histórias de Lovecraft e fazem, de certa forma, homenagens ao autor tem um quê a mais para mim, me chamam a atenção e despertam o meu interesse. Isso muito por eu ser fã das criações do autor e sempre estar procurando essas histórias que tanto amo com um viés mais crítico, deixando de lado a parte nada humana e negativa de Lovecraft.
Por isso assim que essa antologia foi anunciada eu fiquei mega empolgada com o tema e ainda mais por ser só com autores nacionais, o que gera ainda mais prestígio para a nossa literatura de terror. E posso dizer que não me decepcionei.
Gostei da grande maioria dos contos – e aqueles que não me envolvi diretamente foi só porque a escrita estava muito rebuscada e de difícil entendimento para mim, quebrando qualquer laço que eu pudesse criar com a história. Mas gostar da grande maioria dos contos de uma antologia já é, ao meu ver, uma grande vitória, já que nesse tipo de livro é fácil ocorrer decepções ou ficar repetitivo.
Gostei muito de como as histórias do Lovecraft foram recriadas e de como as referências ao original se mantiveram ali, tão vivas. Alguns autores eu reconheci e adorei ter um contato novamente com eles; outros li pela primeira vez e gostei da experiência.
Não vejo problema na leitura do livro mesmo que você não tenha lido nada do Lovecraft ou os contos adaptados, até porque haviam muitos que eu não conhecia e isso em momento nenhum me deixou desconfortável ou sem entender nada. A ambientação é imersiva e dá conta de tudo que precisamos para entender e nos envolver com as histórias e os autores fazem isso com maestria, nos deixando surpresos, arrepiados e aterrorizados.
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Oi Thainá, sua linda, tudo bem?
Realmente eu sempre escuto comentários sobre Lovecraft, acho que recentemente fizeram uma serie, salvo engano. Mas confesso que nunca li nada e não conheço nada do universo que ele criou. Achei essa edição linda, pela foto que colocou as ilustrações estão bem caprichadas. Vou indicar para minha resenhista, ela que lê terror lá no blog. Sua resenha ficou ótima.
beijinhos.
cila.
Oi Thainá, tudo bem?
Cara, a minha relação com o Lovecraft é bem complicada. Eu gostava muito dele quando era mais nova, achava incrivel e tudo, mas depois de um tempo e eu fui reler algumas coisas e vi o quão racista ele é, mas acho que isso não diminui o impacto dele no terror e as portas que ele abriu. Eu tenho gostado muito de pesquisar livros sobre a visão de pessoas negras com relação a histórias dele e tem sido uma experiencia muito boa!!
Adorei a capa do livro e ele parece ser uma leitura muito boa, fiquei curiosa! Adorei o post!
Oi, tudo bem?
Eu confesso que nunca li nada do Lovecraft e nem tenho interesse, mas já ouvi falar do autor e achei muito legal a proposta dessa antologia. Para quem gosta do gênero ou é fã do Lovecraft, deve ser muito legal ver as histórias dele sendo reinventadas e que bom que os autores da antologia mantiveram a essência das obras dele. Não é meu estilo, por isso eu não leria, mas adorei a sua resenha.
Beijos