Longe de Casa foi fruto de um financiamento coletivo lá em 2019, quando eu pude apoiá-lo e tê-lo aqui em casa meses depois. Mas confesso que até o mês passado eu ficava enrolando para lê-lo, não por medo de não gostar – porque eu achava isso impossível -, mas, sim, com medo de terminá-lo e ficar querendo mais.

As histórias dessa HQ fugiram de tudo que eu imaginei que seriam e com isso tive uma surpresa muito agradável durante a leitura. Gostei dos traços, das artes em si, das narrativas e das personagens, tendo assim adorado o livro quase por completo. Mas o que me desagradou na graphic novel e o que eu senti enquanto a lia?

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O quanto você está seguro longe de casa?

Longe de Casa é uma graphic novel nacional composta por 15 histórias, cada uma com seu próprio artista e roteirista. Suas artes são características e únicas, tendo traços marcantes que combinam com cada teor sombrio das histórias e as deixam únicas.

O terror explorado nessa HQ é aquele que choca, sufoca e nos deixa apreensivos. Há momentos sobrenaturais mesclados com a realidade, enquanto também somos arrematados em outros pelo horror cósmico e místico. Os temas vão de libertação à caça, presas, mostrando o pior do ser humano e o quanto ficamos desprotegidos longe de casa, longe do nosso lugar seguro.

Sendo assim, Longe de Casa é extremamente visual pelo modo que conta suas histórias, tornando cada sentimento ao longo da leitura ainda mais intenso, profundo, sombrio e reflexivo. É incrível a maneira como as histórias são narradas e em como cada leitor pode absorver as informações, os sentimentos e as reflexões à sua própria maneira.

Longe de Casa assusta pelo seu teor sombrio, mas principalmente por ser extremamente real e cru.

Peguei essa HQ para ler porque queria uma leitura mais rápida após as leituras mais densas e longas que fiz ao longo do mês passado. Pensei que seriam histórias mais simples, sobre nossa casa como metáfora de refúgio. Mas o que encontrei foi exatamente o oposto e justamente bem mais pesado do que pensei. E olha, isso não foi ruim de nenhuma maneira.

Eu gostei muito dos traços dos artistas e de como as histórias se desenvolveram; gostei do teor macabro, intenso e sobrenatural delas; e também gostei de como mostram os perigos que enfrentamos quando estamos longe do nosso lugar de conforto, do nosso refúgio, do que, geralmente, denominamos como lar.

Admito que algumas histórias me deixaram um pouco confusa e que não compreendi muito bem os seus desfechos e/ou para onde elas estavam indo, porém no geral foi uma experiência muito boa, muito assustadora e muito tensa, pude sentir todo o meu corpo se enrijecer, tremer.

Li em dois dias, mas sei que demorarei mais do que isso para absorver tudo que meus olhos viram, tudo que minha mente leu. Uma HQ densa, perturbadora e viciante, a qual recomendo demais para os fãs de terror, pois acredito que tudo que mais buscamos em uma leitura possa ser encontrada em Longe de Casa. Outra dica: ela é ótima para começar a ter contato com graphic novels e HQs.

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