Literatura

Resenha: “Quando os mortos falam” – Cláudia Lemes

É incrível a maneira que a Cláudia sempre me surpreende em suas obras. Fica até difícil decidir qual é a minha preferida da autora, pois parece que cada livro que leio é ainda melhor do que o anterior, e até por isso ela se tornou uma das minhas autoras preferidas.

Ela trata de assuntos pesados, com uma escrita nua e explícita, da maneira que eu gosto de ler nesse tipo de narrativa. Assim, ela consegue nos deixar desconfortáveis, ao mesmo tempo em que não conseguimos parar de ler e precisamos de respostas.

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Título: Quando os mortos falam
Autora: Cláudia Lemes
Quantidade de páginas: 240
AVEC Editora
Gênero:
 Ficção / Romance Policial / Crime
Ano: 2021
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Minha classificação: ★★★★★ (5/5)
* Livro cedido pela editora

“Os mortos falam.”

Verena é uma ex investigadora que abandonou o trabalho logo após o caso de assassinato de sua filha mais nova ser arquivado, sem o indício de nenhum culpado. Agora, depois de 4 anos do fatídico dia, ela ainda sente o luto de forma intensa, tendo ataques de pânico e se isolando em casa.

Isso até receber um telefonema estranho de um médium desconhecido que afirma saber sobre a vítima de um assassinato, dizendo o nome e a localização do corpo. Como sua vida se tornou pública nos últimos meses, por conta da fama e visibilidade de sua companheira, Verena acredita que esse médium quer, na verdade, lhe aplicar um golpe, e por isso ela entra em contato com Caio, seu parceiro na época do DHPP.

Do outro lado da narrativa, existe Caio: o investigador que está à procura de um assassino que se inspira em filmes de terror. Será na companhia de ambos os personagens que o leitor montará um quebra cabeça intenso e frenético para descobrir quem é o assassino e quais são suas motivações, ao mesmo tempo em que deseja saber mais sobre o médium e suas próprias respostas.

Como sempre, a Cláudia constrói personagens marcantes e cativantes, que fazem você torcer e sentir por eles, temer por suas vidas. Nisso, as personagens femininas se destacam por serem diferentes entre si, fortes, corajosas e com suas individualidades.

Quando os mortos falam retrata a maternidade, o luto, o sentimento de incompetência. Assim como também traz para a narrativa as falhas da polícia e a crença no espiritismo. Como uma escrita forte e explícita, o livro não se prende ao superficial, nos mostrando tudo que devemos ver – e saber.

TW: há cenas explícitas de violência, abuso e tortura. Caso seja sensível a esses assuntos, não recomendo a leitura.


“(…)Me escuta. Não importa onde você mandar seu neto e seu filho, sempre vai ter um diabo na virada da esquina. Nem precisa ser um pedófilo ou um sequestrador, pode ser leucemia, câncer ou até um prego enferrujado. Estar vivo é estar quase morto, Vê.”

Reprodução: Biblioteca Pessoal

Quando os mortos falam traz uma narrativa viciante e inquietante

Um ponto que sempre me surpreende na escrita da Cláudia é a forma que ela nos deixa preocupadas com os personagens, temendo por suas vidas. Eu sofri bastante ao longo do livro porque não queria que meus personagens preferidos se machucassem, mesmo sabendo que eles precisavam ir mais a fundo no perigo, correndo todos os riscos.

Acredito que até por isso eu devorei o livro, li rápido demais para o meu ritmo de leitura. Eu precisava saber as respostas; eram muitas perguntas que me atormentavam e que me faziam pensar no livro em momentos que eu não podia lê-lo. Foram momentos de ansiedade, mas que fizeram a minha experiência de leitura ganhar ainda mais significado e emoção.

Além disso tudo (sim, eu só tenho elogios a distribuir), eu também consegui me ver – e a minha família – em vários detalhes do enredo, o que pode assustar um pouco pelo teor pesado da história. Mas, eu vi a gente em detalhes precisos do espiritismo, do vício em jogatina e em ensinamentos dos mais velhos (coisas que já cheguei a ouvir da minha avó). Então, essa conexão não foi meramente superficial, mas profunda.

Foi um livro que me tocou, me emocionou e me deixou até reflexiva em certo ponto. Mas que também me deixou angustiada, com o estômago revirado e nervosa. Tudo através de uma escrita que me conectava magnificamente ao enredo e aos personagens e que fazia com que eu sentisse na pele cada momento, cada cena, cada desespero.

Ler obras da Cláudia está se tornando a minha zona de conforto, pois sei que encontrarei uma obra excelente, com elementos que me agradam e com um enredo que me fará pensar nele por dias a fio. Se você gosta de thrillers que tiram o fôlego e que são viciantes, mas ainda não leu nada da Cláudia, Quando os mortos falam será uma ótima chave de entrada para essa autora inesquecível.

Agora, me diz: você já leu alguma obra da Cláudia? Se ainda não, ficou com vontade? 💬


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